Artigo: A farsa dos duelos

Fonte: Jogo do Pau Português
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Sobre

  • Relevância: ★☆☆
  • Título: A farsa dos duelos
  • Autor: Alvaro Pereira
  • Publicação: Jornal «A Província», ano IV, nº 162 de 244 Abril 1958


Ainda até à metade do séc. XX, fazia-se em Portugal verdadeiros «duelos» com varapau. Podemos encontrar neste jornal, de 1958, um artigo de opinião sobre uma notícia que fora muito divulgada na altura, um duelo de espada feito em França por «gente de alta estirpe e de fina linhagem».

Neste artigo podemos verificar o contraste com a realidade portuguesa. [1]

Excerto do artigo

«(…) Nós, em Portugal, nisto de duelos, andamos mais actualizados e, de certo modo, mais adiantados. Não usamos o duelo prepa-rado com data fixa, subordinado a formalidades burocráticas. Por cá as questões resolvem-se com o antagonista à vista, logo após a abertura das hostilidades individuais.
Também não usamos o florete nem a espada, símbolos duma época em decadência e de efeitos duvidosos: Usamos o marme-leiro, o cajado, o vara-pau, desses que os nossos serranos osten-tam nas feiras e fazem temer o lobo mais atrevido. Além de mais práticos e económicos são também mais eficientes.
Convencem pelo volume e dominam pelo poder. É o bastão da gente humilde, mas ciosa da integridade do seu corpo. A morte acompanha às vezes a bordoada rija, de peso, e a lei, que impera no nosso meio, faz valer os seus direitos.
Mas a paulada é vibrada no momento próprio, oportuno, sem deixar margem a equívocos ou a estemporâneos comentários. Tudo se passa em família, ainda que família desordeira, acrescente-se; mas nunca se guarda para amanhã aquilo que hoje pode ser resolvido. Nisto, é justo confessar, temos o raro privilégio de sermos actualizados. »

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Ver também

Referências

  1. LOPES, Paulo, O Jogo do Pau Português, 5livros, 2020 (sobre o livro)