Livro: Á lareira: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
 
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[[Mestre: José Maria da Silveira|José Maria Saloio]], que ainda dura, já hoje velho e dobrado, distinguiu se sempre nos lances de valentia, no vigor, na robustez, e também na prudência com que evitava os conflictos até o momento de os julgar indispensáveis.
[[Mestre: José Maria da Silveira|José Maria Saloio]], que ainda dura, já hoje velho e dobrado, distinguiu se sempre nos lances de valentia, no vigor, na robustez, e também na prudência com que evitava os conflictos até o momento de os julgar indispensáveis.
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Na praça da Nazaré, em pleno largo, de manhã e de tarde, pelo tempo das festas, '''joga se intrepidamente o pau'''. Há ali professores e discípulos: alguns curiosos ali vão de propósito para se amestrarem neste exercício.
Em chegando aquele tempo da romaria, os professores montam nos seus machinhos, e vão para lá dar lições de pau. Dantes era a pinto por discípulo; hoje já não há pintos, mas creio que ainda há discípulos, e a diferença consistirá simplesmente em lhes custar mais cara a prenda. Alguns são admiráveis de agilidade. A multidão faz-lhes roto, acotovelando-se uns aos outros no empenho de qual há de ver o jogo de mais perto, e aplaude, aclama, entusiasma-se; chega a parecer que é para aquele caso que repicam os sinos, e estalam os foguetes! O jogo quase sempre acaba ao serio, influem-se de rixa os curiosos, e um só homem defende-se a pau de quatro ou cinco, e parte-lhes a cara a todos enquanto o anjo vai deitando a lôa.
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Edição atual desde as 15h32min de 6 de janeiro de 2023

capa do livro

Sobre

  • Relevância: ★☆☆
  • Título: Á lareira
  • Autor: Júlio César Machado (1835-1890)
  • Publicação: Lisboa: Livraria de Campos Júnior, 1ª edição 1872
  • Formato: 248 páginas (19cm x 13cm)


A obra Á Lareira é um livro de contos e crónicas que reúne curtas narrativas e folhetins.

Destaca-se nesta obra um capítulo com a crónica de «José do Telhado» (pág. 67 a 75) e o conto «O homem das forças», onde podemos ler uma passagem sobre o Mestre José Maria «Saloio» (Pag. 161). Sobre as Festas na praça da Nazaré (Pag. 164), e outra sobre dois irmãos, que entraram em conflito com um feirante na feira de Évora e acabaram por varrer a feira (pág.165).

Excertos da obra

« José Maria Saloio, que ainda dura, já hoje velho e dobrado, distinguiu se sempre nos lances de valentia, no vigor, na robustez, e também na prudência com que evitava os conflictos até o momento de os julgar indispensáveis. (pág.161) »

« Na praça da Nazaré, em pleno largo, de manhã e de tarde, pelo tempo das festas, joga se intrepidamente o pau. Há ali professores e discípulos: alguns curiosos ali vão de propósito para se amestrarem neste exercício.

Em chegando aquele tempo da romaria, os professores montam nos seus machinhos, e vão para lá dar lições de pau. Dantes era a pinto por discípulo; hoje já não há pintos, mas creio que ainda há discípulos, e a diferença consistirá simplesmente em lhes custar mais cara a prenda. Alguns são admiráveis de agilidade. A multidão faz-lhes roto, acotovelando-se uns aos outros no empenho de qual há de ver o jogo de mais perto, e aplaude, aclama, entusiasma-se; chega a parecer que é para aquele caso que repicam os sinos, e estalam os foguetes! O jogo quase sempre acaba ao serio, influem-se de rixa os curiosos, e um só homem defende-se a pau de quatro ou cinco, e parte-lhes a cara a todos enquanto o anjo vai deitando a lôa. (pág.161) »

« Ha muitos annos, na feira d'Evora, dois irmãos tiveram uma altercação com um feirante por causa de uma melancia:
— «Quanto cusla a melancia?»
— «Não se vende.»
— «Porque não vende você a melancia?»
— «Porque não quero.»
— Travou-se a lucta; acudiram os das barracas próximas, melteu-se o povo na contenda, houve pancadaria brava, e os dois irmãos varreram a feira. (pág.165) »

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