Livro: A bagagem do viajante

Fonte: Jogo do Pau Português
capa do livro


Sobre

  • Relevância: ★☆☆
  • Título: A bagagem do viajante
  • Autor: José Saramago (1922-2010)
  • Publicação: Editorial Futura, 1976


A Bagagem do Viajante é um ensaio de José Saramago, lançado em 1973 pela Editorial Futura.

Este título é composto por um conjunto de mais de 59 crónicas inicialmente publicadas no vespertino A Capital (1969) e no "Jornal do Fundão" (1971-1972). Vemos muito nestas crônicas um Saramago inquieto com a situação do pais na época era um opositor ao Governo do Marcelo Caetano. [1]

Sinopse

«Um conjunto de crónicas de José Saramago, publicadas pela primeira vez no vespertino A Capital (1969) e no mítico Jornal do Fundão (1971-1972). Uma escrita fluida para falar de "foguetes e lágrimas" ou de "o melhor amigo do homem". E de "quando morri virado ao mar". Para nos contar o seu gosto pelos museus e as pedras velhas. Para nos dizer que "não há nada mais vivo do que a aguarela de Albrecht Dürer". Para responder que: "Se alguém me perguntar o que é o tempo, declaro logo a minha ignorância: não sei." São mais de 60 crónicas, pequenas histórias sobre temas variados e, na aparência, inocentes, já que a censura vigente não permitia grandes atrevimentos. Ainda que por entre as subtilezas de linguagem se possam encontrar alguma farpas.»

Diário de Notícias, 9 de outubro de 1998

Excertos da obra

Excerto do conto «Retrato de antepassados».

« Mais perto de mim (tão perto que estendo a mão e toco a sua lembrança carnal, a cara seca e a barba crescida, os olhos magros que em mim se repetiram) aquele avô guardador de porcos, de cujos pais nada se sabia, posto na roda da Misericórdia, homem toda a vida secreto, de mínimas falas, também delgado e alto como uma vara. Este homem teve contra si o rancor de toda uma aldeia, porque viera de fora, porque era filho das ervas, e, não obstante, dele se enamora minha avó materna, a rapariga mais bela do tempo. Por isso meu avó teve de passar a sua noite de núpcias sentado à porta da casa, ao relento, de pau ferrado sobre os joelhos, à espera dos rivais ciosos que tinham jurado apedrejar-lhe o telhado. Ninguém apareceu, afinal, e a lua viajou toda a noite pelo céu, enquanto minha avó, de olhos abertos, aguardava o seu marido. E foi já de madrugada clara que ambos se abraçaram um ao outro. »

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Referências