Livro: Jogo do Pau: esgrima nacional

Fonte: Jogo do Pau Português
capa do livro

Sobre

  • Relevância: ★★★
  • Título: Jogo do Pau teórico
  • Autor: António Nunes Caçador (mestre)
  • Publicação: Edição Autor, 1963
  • Formato: 166 páginas (23.50cm x 16.50cm)


O Jogo do Pau: esgrima nacional é livro de 167 páginas e escrito pelo Mestre António Caçador em 1963.

Trata-se de um livro interessantíssimo que recupera uma importante parte histórica, pois para além de referir os nomes de 51 mestres e dos locais onde tiverem "ESCOLA", em associações desportivas e "quintais de Lisboa", apresenta fotos de 48 mestres de todo o País com curtas biografias, o que pressupõe uma trabalhosa pesquisa no "terreno".
Este livro é dividido em duas partes, a primeira trata do aspecto histórico-biográfico das Escolas e Mestres desde o início do séc.; a segunda trata da parte técnica da "ESCOLA DE LISBOA".
Na parte histórica, Caçador descreve o ambiente do jogo do pau em Lisboa na primeira parte deste séc. através de 14 episódios pitorescos referentes a desavenças entre antigos mestres e jogadores.

Apresenta ainda 5 fotos de grupos de jogadores de então, e:

  • 15 Fotos de guardas de espera.
  • 21 Fotos de guardas de pancada.
  • 9 Fotos de cortes.

Na parte técnica, Caçador faz a descrição de nove sarilhos, refere alguns aspectos técnicos e tácticos como tratamento e dimensão das varas, "jogo na circunferência", "medição do terreno" jogo de 1 para 2, da cruz, inclui ainda neste livro o seu anterior trabalho: "jogo do pau teórico".

Como o mestre Salréu e Pedro Augusto, apresenta 15 séries da sua autoria, conhecidas pelos praticantes como "As séries do Caçador". [1]

Nota do Autor

Notando o esquecimento em que anda a esgrima nacional e os seus respectivos cultivadores a qual o bom português aprecia e admira, me dispus a fazer este modesto trabalho como maneira de prestar homenagem a esses que foram os obreiros deste desporto tão apreciado entre nós.

Esses que foram de há muito cultivadores mais dedicados da nossa esgrima, bem poucos são hoje conhecidos; até mesmo dessa rapaziada que ainda joga e bem sabe quanto vale uma boa vara de lódão, como exercício físico e meio de defesa.

Pretendo, pois, dar ao conhecimento público, os nomes e as fotografias, com a respectiva parte biográfica desses valorosos mestres, que através de há muitos anos perderam o seu tempo a desbastar indivíduos, a dar-lhe flexibilidade, rapidez e vista apurada, para um tão difícil e arriscado exercício físico. Lamento, porém não poder publicar as fotografias de todos, visto ser inteiramente impossível, devido à época já recuada em que viveram existir ainda o mau gosto de não se deixarem fotografar.

O mais antigo que conheço ê o mestre José Maria da Silveira (o saloio) fundador da escola de Lisboa, segundo o considera o Sr. Sebastião Duarte da Mota Cerveira, distinto investigador deste assunto e a quem o jogo de pau mais deve no sentido da propaganda, na imprensa portuguesa e brasileira.

Com o devido respeito pelos meus mestres, que foram: o mestre Jorge de Sousa, para num de saudosa memória e o meu grande mestre e amigo Domingos Miguel que foram prediletos discípulos dos melhores mestres da sua época, como sendo o mestre José Dias, Frederico Hopffer, Salréu e Domingos Varejão, me dispus a jazer esta obra que nada mais tem que recordar para sempre o nome e a memória desses que passaram mas que deixaram na retina de todos quanto valeram e vale ainda hoje a sempre valorosa esgrima nacional.

Este trabalho será dividido em duas partes: a primeira consta da parte biográfica; e a segunda será a parte descrita do jogo do pau, escola de Lisboa que é a que deixaram os grandes mestres.

Será descrito por mim, segundo os meus conhecimentos os quais me foram transmitidos pelos meus mestres, tendo porém as séries que neste livro se encontram sido organizadas por mim.

Por várias partes do país há outras maneiras de jogar, as quais tenho observado e jogado com jogadores de toda a parte, mas neste trabalho só se descreve a esgrima de Lisboa que é essa que cá se cultivou e cultiva e me parece ser a mais eficiente e a melhor, várias vezes posta à prova por vários jogadores filhos da mesma escola jamais destronada do seu real valor.

Ler o livro

Pode ler toda a obra directamente na Internet Archive ou fazer o download do PDF (6.3Mb)

Ver também

Referências

  1. VALENTE, Hélder, O Jogo do Pau Português, Associação Algarvia do Jogo do Pau Português, 2003, pp. 26-27