Livro: Terra de Basto

Fonte: Jogo do Pau Português
capa do livro

Sobre

  • Relevância: ★☆☆
  • Título: Terra de Basto
  • Autor: Daniel Salgado
  • Publicação: Vila Nova de Famalicão: Tip. Minerva de Gaspar Pinto de Sousa & Irmão, 1933
  • Formato: 270 Páginas (19,5 cm x 12,5 cm) Ilustrado

Excerto da obra

Capítulo Arraial por Portugal.

« (...) depois de distribuir pelas matilhas uma ração abonada de perrumas, entretinham-se a jogar o pau, fazendo uma algazarra jovial, mosqueada de palavras e despejadas.

Ao meio de um cerco de «puxadores» de bordões em riste, andavam em guarda dois mocetões ágeis e pinchantes, costas-com-costas, mantendo à distância os atacantes com vertiginosos sarilhos de varapau, e parando e retorquindo com vivacidade as pancadas e pontuadas que os acometiam sem cessar. O entrechocar dos lódãos e marmeleiros produzia um bizarro som de matracas e castanholas. Eram dois contra duas dezenas de jogadores. Quando o circulo se apertava e os botes se multiplicavam, pesados, esmagadores, a rastear, a cingir, a deslombar e a descabeçar, os dois esgrimistas, incitando-se com um brado, avançavam simultaneamente sob o hemiciclo dos seus contrários com um sarilho largo, irresistível, em que as «rachas», vigorosas e flexíveis, zoavam e bufavam, varrendo assim amplamente o «seu terreiro», até que o contra ataque dos adversários o retomasse, apertando novamente o cerco. Neste fluxo e refluxo de pauladas iam aquecendo e azedando os ânimos, porque nem sempre a perícia na esgrima lograva evitar as fortes contusões que, através da gentileza das fintas e dos molinetes, iam assinalando o corpo dos jogadores. Então, perdida a serenidade pela dôr ou por despeito, o torneio derivava em rixa; verificava-se esta mutação até pelo tom raivoso e exaltado das chufas, dos gestos e das palavraa... (Páginas 152-153) »

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