Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)

Fonte: Jogo do Pau Português
Outros nomes O 95
Nascimento (?)
Morte (?)
Nacionalidade Portuguesa
Naturalidade Lisboa (?)
Escola Lisboa

Sobre

Mestre José Gonçalves Dias, também conhecido como o 95, foi um dos discípulos prediletos e contramestre do grande mestre Domingos Salreu.

Deu aulas num quintal no Largo da Achada (Lisboa).

Deu seguimento ao desenvolvimento tecnico dos "cortes" e "recortes" iniciado pelo seu mestre Domingos Salreu.

Segundo o mestre Hopffer, foi um grande mestre e jogador, um homem honrado, generoso e trabalhador. Nunca deixou de ensinar, mesmo quando os seus discípulos não pudessem pagar.

Publicações onde é citado

« José Dias (o mestre Zé o 95), teve jogo no largo da Achada, em Lisboa. »
CAÇADOR, António Nunes, Jogo do Pau: esgrima nacional, Lisboa: ed. Autor, 1963 (sobre o livro)

« (...) José Dias (por alcunha o 95), antigo contra-mestre do mestre Salreu, como preito de gratidão á sua memoria, devo dizer, que soube ser um grande mestre e jogador, foi um homem d’um caracter ultra honrado, generoso, ativo trabalhador, e tão desinteressado para com os seus discípulos, que nunca deixou de bem os ensinar, mesmo quando não tinham dinheiro para lhe satisfazer a ridicula paga costumada, e era principalmente tão cheio de boa vontade no ensino, que punha tudo em pratos limpos, não lhes ocultando a mais insignificante parte do jogo.

Tal era o excesso do seu desejo de ensinar, que por vezes, mais tarde quando já eu era também mestre, lhe notava que estava ensinando coisas para as quais o discipulo não tinha ainda preparação, ele me respondia: Ensine voçe os seus como entender, porque os meus teem pouco dinheiro para gastar, mas olhe que os meus são tão bem conhecidos em toda a parte, que quem chegar para eles, tem de saber o que faz.

Pois este meu mestre e amigo, a quem tanto e tanto devo do pouco que sei do jogo, foi um dos discipulos preditetos do grande mestre Domingos Salreu, que também me deu (conforme os bilhetes de lições atestam) nada menos de meia grosa de lições(…) »
Livro "Duas palavras sobre o jogo de pau" de Frederico Hopffer, 1924 (sobre o livro)

« Muito concorrido hontem o Colyseu novo. No intervallo rifou-se o cavalo que era oferecido ao publico - um cavalo de menos da marca - russo escuro, nos pareceu. Coube ao n. 645.

Na segunda parte houve jogo de pau.

Eram quatro os jogadores que se apresentaram com os pittorescos fatos que usam os campinos - collete encarnado, calção e meia, barrete e sapatos de prateleira.

O que se mostrou mais habil foi Gonçalves Dias, um rapagão alto, moreno, muito desembaraçado.

Ao espectaculo assistiram El-Rei, a srª D. Amelia e o sr. Infante. »
Recorte do jornal "Correio da Manhã" de 1892 (ver mais)

« Esta «troupe» portuguesa, que vai a Chicago mostrar os nossos costumes e diversões, como toques de guitarra, fandango saloio e jogo de pau, apresenta-se no Coliseu dos Recreios, ás Portas de Santo Antão, no sábado próximo, 5 do corrente.

A rapariga que baila o fandango é de Pataias, de onde é também um dos mestres do jogo de pau, o celebre Joaquim Agostinho. Dizem-nos, porém, que Gonçalves Dias, mestre do jogo do pau pelo sistema de Lisboa, é uma verdadeira maravilha.

É espetáculo que muito deve entusiasmar o publico. »
Recorte Jornal "Diário Ilustrado", "Herminius", de 1891 (ver mais)

Conhecimentos técnico

Mestres onde obteve conhecimentos técnicos do Jogo do Pau português:

Ver também

Referências