Terminologias e significados

Fonte: Jogo do Pau Português
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  • Aguilhada - O pau, que depois de lhe ser colocado um prego ao seu centro e com o bico sempre bem afiado, dava lugar ao tocar na pele dos bois ou vacas, para os chamar ou endossa-los ao cabeçalho, para pegar no mesmo e seguirem os seus trabalhos, que estavam destinados pelos seus donos
  • Asas de pau - (Bragança) O mesmo que varapau, em sentido figurado
  • Avançar - (movimentação técnica) m.q. Entrar

B

  • Banano - (Regionalismo) Pau comprido e grosso. = BORDÃO, (Informal) Pancada dada com esse pau. = BORDOADA, PAULADA[1]
  • Bardasca - (Barroso) Nome pomposo do pau
  • Bastão - Pau pouco mais alto que a bengala.[2]. (Lamego) Bengala ou bordão.
  • Bengala - Arrimar-se um homem a um pau, para se encostar, para se defender ou atacar um inimigo, é gesto natural. Um simples pau tosco pode servir, e pode ser apurado e ainda bem arranjado para se vender nas feiras: transforma-se assim na bengala do povo, imitada das que a civilização criou. Em principio, a bengala é um cajado ou pau mais delicado, e maior do que a bengala ordinária. Em Tolosa, a bengala é de qualquer altura, mas de marmeleiro. Tem o feitio de uma cacheira, porém mais cuidada e mais grossa para baixo. Se o cajado ou bordão tem volta, pode logo ter o nome de bengala. No Peral, dizem yingala, designando assim uma haste, geralmente de marmeleiro, que verga na extremidade mais delgada, formando uma argola. Em Alandroal, a bengala ou bordoa é mais delgada do que o bordão, e pode ou não ter correia para suspensão. Em Castelo Branco, a bengala ou cachamola é listrada de preto, o que se consegue da forma seguinte; retira-se uma tira (correia) de trovisco, enrola-se ao pau em hélice, deixando um intervalo da largura da correia; passa-se pelo lume, queimando-se o pau e ficando branco o espaço onde estava a correia, e listas pretas onde se queimou. A bengala é também chamada garrote em Cacela e é menor que o cajado.[3]
  • Bordão - (Açores) m.q. Varapau. Também usado para apoio agricula e para defesa contra gado bravo, arremetão. São, no geral, guarnecidos na extremidade inferior de uma ponta de ferro maciço, de forma cónica, e a superior está revestida de uma ponteira de metal branco ou amarelo, cheia de desenhos ou rendilhados. O bordão é quase sempre inferior a 2 m e poucas vezes excederá a altura do homem. Pelo contrário, as caguilhadas», especialmente destinadas aos condutores gado bovino, são delgadas e bastante longas, chégando a ter mais de 3 m de comprimento. Em Vila Real de Trás-os-Montes, é um pau de grossura meã; e em Monchique, onde usam pouco os arrimos, chamam bordão a um pau qualquer para trazer na mão, e em Cacela é o mesmo que varapau (em 1896).[4]
  • Bordão de conteira - (Açores) O m.q. bordão enconteirado: Era bordães de conteira e cacetes valentes![5]
  • Bordão de conto, Bordão de conte, bordão de contre - (Açores, principalmente em São Miguel) O m.q. bordão enconteirado
  • Bordão enconteirado - (Açores) Vara de pau com duas ponteiras (conteiras, daí o nome) de metal branco ou amarelo, uma em cada extremidade. Em São Miguel chama-se Bordão de conto
  • Bordoada - Pancada com bordão, Grande quantidade de pancadas. = PANCADARIA, SOVA[6], golpe dado com bordão; paulada, pancadaria; sovapancadaria; sova[7]

« Uma vez por outra o verde de Cabeceiras sobe um poucochinho ás cabeças; signal de que elle é bom! Ainda outro dia na romaria dos Remédios, no Arco de Baulhe, o diabo fez das suas, e tal e tanta foi a bordoada, que alguns morderam a terra para todo o sempre, coitados!...» [8]
«Cansados, exaustos poeirosos, amachucados, aproximam-se das suas casas. Donde vens?, perguntava-se. Venho da festa!, respondia-se. E divertiram-se? Eh! isso é que foi! Bordoada de criar bicho, cacetada a rodos… mas ninguém morreu.»[9]

  • Bregueiro - (Barroso) Nome pomposo de varapau

C

  • Cacete - Pau para arrimo (Coja, Minde, Mangualde), quando se sai da povoação; os paus podem ser de marmeleiro, lódão, tojo, sobreiro; a designação também se usa em Bragança. No Peral é menor do que o cajado, e no Barroso também; em Mondim designa uma vara grossa.[10]
  • Cachamorra - Eufemismo (Cadaval, Lamego, etc.); vid. «Cachaporra»
  • Cachaporra - Nome mais vulgarmente empregado num momento de ira ou de ameaça; não define a forma ou a matéria do instrumento: cacete, pau, etc; é muito usado no concelho do Cadaval, e também em Lamego. Recorde-se o provérbio: «Quem deserda antes que morra Merece com uma cachaporra». (Passim)[11]
  • Cacheira - (Avis) Pau encurvado na parte que anda no chão; designação usada em Arez, Lamego. Tem o radical em cacho; é o mesmo que moca: a saliência é a cachamorra (eufemismo), quando grande («A cacheira tem uma grande cachamorra»); à cacheira pequena chama-se cacheirinha. Em Baião chamam cacheira ao que no Sul chamam cajado. Em Alandroal o boieiro usa a cacheira (cuja extremidade é a môna ou moca), mas há também a cacheira «de a gente se arrimar» (cachamorra), com a extremidade engrossada com feitio de bola
  • Cacheiro - Em Alandroal a vara deve ser engenhosa para, quando atirada ao gado (ovelhas e cabras) pelo pastor, não o magoar; à extremidade chama-se volta; também se diz em Arez[12]
  • Cajado - (Mondim) Vara torta e nodosa; o mesmo que varapau ou cacete, etc., no Peral; serve de encosto aos pastores e constitui símbolo da vida pastoril, citado frequentemente na literara dos séculos XVI, XVII e XVIII; também chamado cachaporra, em linguagem chula, feito de pau ordinário e grosso; quando forma ângulo em cima chama-se cajado de forca ou pau de forca (Ubi?); os campónios (por exemplo em Évora) usam-no, quando vão à feira; em Tolosa pode ser de castanho, azinho ou carvalho e é adaptado altura de quem o usa; em Alandroal é frequente ouvir-se gajado or cajado[13]
  • Cajata - (Barroso) Pau delgado a que se encostam as velhinhas
  • Cajato - O mesmo que cajado
  • Choupa - Pau de anéis naturais como o junco, que tem na parte inferior uma argola de metal amarelo, com ferrão de ferro; na parte superior, um canudo também de metal amarelo, com o comprimento de cerca de um palmo, com ou sem punhal[14]

«Uma paulada faz soltar a clavina das mãos d’um cabo. Os outros fogem. Frederico recúa, apitando rijamente. No maior aperto, o Desconhecido salta para a beira d’elle, descobre a choupa do páo, e arremette com os aggressores.»[15]
«Remorsos tardios encaneceram-no quando adiante do espectro da morte lhe saiu a avantesma do assassinado, com o peito aberto até ás costas por um palmo de aço da choupa de um marmeleiro.» [16]

  • Chuço - Tem em cima, oculta, uma ferragem, espécie de faca (Mondim)
  • Corte - Pancada destinada a prejudicar activamente o efeito de outra pancada do adversário (arresto)
  • Crescer - (movimentação técnica) O movimento "crescer" é realizado para o jogador avançar um andamento com a manutenção do mesmo apoio à frente. Numa primeira fase o apoio posterior avança até ao anterior e fixa-se, numa segunda fase, o apoio anterior termina o movimento de avanço de forma a recuperar a atitude inicial com o novo posicionamento.

D

E

  • Ensarilhar - m.q. Sarilhar
  • Entrar - (movimentação técnica) Para entrar, o apoio posterior dá uma andamento em frente, assim a atitude inicial vai evoluir para a outra atitude do lado contrário (por exemplo, o jogador ao entrar passa da posição esquerda para a posição direita e vice-versa)
  • Estadulho - (Lamego, Bragança) Pau grosseiro, cacete, fueiro (Pau que se coloca de lado no carro de bois ou em atrelado, para segurar a carga)[17]
  • Estonar - (Douro) Tirar a casca a um pau verde, mediante a acção do fogo que a desliga com facilidade. Preparam assim as aguilhadas e os varapaus.[18]

F

  • Fadista - Numa primeira fase, nos contextos populares da Lisboa oitocentista, vincadamente associado a contextos sociais pautados pela marginalidade e transgressão, em ambientes frequentados por prostitutas, faias, marujos, boleeiros e marialvas. Muitas vezes surpreendidos na prisão, os seus actores, os cantadores, são descritos na figura do faia, tipo fadista, rufião de voz áspera e roufenha, ostentando tatuagens, hábil no manejo da navalha de ponta e mola, recorrendo à gíria e ao calão, e grande parte deles grandes jogadores de pau.[19]
  • Faia - (Lamego e Bragança) Pau sem nós, muito direito, alisado e bastante vergável

G

  • Guarda de espera - Posição em que se espera a acção do adversário, pronto a qualquer eventualidade, defensiva ou ofensiva
  • Guarda em movimento - Opôr à pancada adversária outra lançada em sentido inverso

H

I

J

  • Jogo das varrimentas - m.q. Varrer a feira
  • Jogo de uma ponta - A vara é segurada pela mão dominate na ponta mais fina da vara, e o Jogo é feito somente com uma ponta, isto é, só bate com a ponta do pau, que está no extremo da mão dominante
  • Jogo de duas pontas - A vara é segurada pelas duas mãos, de forma a que se possa bater com as duas pontas da vara
  • Jogo Largo de Feira - m.q. Varrer a feira
  • Jogo passado - m.q. Jogo traçado[20]
  • Jogo traçado - (Fafe) Jogo onde as duas mãos traçam o pau mudando assim a posição das mãos, sendo feitos ataques e defesas com uma ponta e alternado com a outra. O jogo já é feito com duas pontas

«O lacaio traçou o varapau, dirigiu-se para elle; mas, ao aproximar-se, deu com os olhos n'uma comprida e luzente espada de dois gumes. (...) o lacaio parou.»[21]

K

L

  • Lambeiro - (Lamego) Varapau
  • Landreiro - Varapau de carvalho
  • Lateral - (movimentação técnica) As laterais podem ser esquerdas ou direitas e caracterizam-se pelo deslocamento de meio andamento à retaguarda, através da modificação do posicionamento do apoio anterior para um dos lados num ângulo de 90°. Considerando que partimos da posição esquerda, quando o apoio anterior se desloca para a direita, mantendo a posição esquerda num plano perpendicular ao inicial, realizamos a lateral direita. No caso da lateral esquerda, a partir da mesma posição, o apoio anterior desloca-se para o lado esquerdo, fixando-se no final com a posição direita, também num plano perpendicular ao inicial.
  • Lodão - Varapau de lodão, poderá colocar-se a hipótese de “lodo", "pau-de-lodo" ou "pau de lódão". Pau proveniente da árvore da família das ulmáceas (celtis australis) e recebe também o nome de agreira, lodoeiro, nicreiro ou ginginha-de-rei.
  • Lódo - (Norte) m.q. Pau de lodo. Varapau de lodão. (Barroso) Pau das festas, feito da árvore do mesmo nome
  • Lombeiro ou lombreiro - (Bragança) Varapau

M

  • Marmeleiro - Pau especial, devidamente preparado, depois de escolhido na mesma arvore, e que devido à sua flexibilidade, depois de utilizado deixava no corpo marcas duradouras, provocadas pela sua dureza e que não partia com facilidade
  • Moca - É a parte inferior arredondada (nó da árvore) do cajado ou da bengala, que também se chama morra (leia-se mórra); também designa o cacete pequeno e grosso numa extremidade; usa-se de noite, escondido debaixo do capote, para maus fins (Mangualde, Nelas, Mondim, Barroso).[22]
  • Muleto - (Beja) Cajado (ou bengala) tosco e grosso

N

O

P

  • Pancada Arrepiada - Pancada dada de baixo para cima
  • Pancada Varrida - m.q Guarda em movimento
  • Pau - Designação genérica. Pau de ferrão, com choupa em cima ou sem ela; pau de alquilador, com uma argola em cima, feita da própria vara, para os cavaleiros trazerem, pendurado no braço; também em vez de argola pode ter correia. No Peral, o mesmo que cajado.[23]
  • Parada - Defesa oposta a cada pancada do adversário;
  • Pontuada ou Ponta - Golpe despedido com a ponta do pau ao corpo do adversário
  • Pontelete - (Açores) m.q. Pontuada
  • porrada - Golpe ou conjunto de golpes com pau ou instrumento semelhante. = BORDOADA, PANCADA[24], pancada com porra (moca); sova; tareia[25]
  • Porreto - (Coja, Minde) Varapau; pau com saliência em baixo, com correia na parte superior, para enfiar no braço, debaixo do capote, para usar em caso de ocorrência nocturna; com 0,47 cm (Tolosa, 1929)
  • Porrinha - Pau pequeno
  • Puxar - (Norte) Jogar ao Pau[26] Investir com o pau no jogo desta arma

«...os quais começaram a agredir o mesmo Costa que caíu no chão [...] Quando este caíu, ferido na cabeça, os arguidos diziam: Ora agora, puxa, Portêlo! nome este por que é conhecida a familia do ofendido Costa.»
(Depoimento de uma testemunha nos autos de querela em que são querelados José Joaquim Alves e outros, arquivados no cartório do 2.º oficio da comarca de Monção, sob o n.º 4 do maço 67, fls. 11 v.-12.) [27]
«- Eu num vi quáse nada do barulho. Quando cheguei ò sítio, a primeira coisa qu'ouvi foi o réu dizer p'r'ò queixoso - Pois, s'és home' p'ra mi puxa lá! e fez-lhe logo meia dúzia de talhos, mandando-lhe uma zimbrada p'rà cabeça qu'o outro acadou no páu déle. Depois, 'ind'òs vi um pouco a puxarem com alma um p'rò outro. Depois, meteu-se tanta gente qu'eu num vi mais nada, senhor juiz.»
(Reprodução, de memória, de um depoimento oral, em audiência de julgamento crime, no tribunal de Monção)[28]
Ver: talho

  • Puxador de pau - (Norte) Jogador de Pau[29][30]

«Ele tinha pai, um trôpego, que fora valente jogador de pau, e matara, quando era rapaz, um puxador muito basosofia de Cerva, na sanguinária romaria de S. Bartholomeu.»[31]
«.... no nosso concelho, onde os puxadores se vão tornando de uma audácia espantosa. Na presença da própria autoridade arma-se uma baralha, fazem-se sarilhos e talhos no meio de pacatos romeiros».
(Jornal de Monção, n.º 248, de 31 de Agosto de 1907, p. 1. c. 3). [32]
Ver: talho

Q

  • Queijato - (Trancoso) Cajado

R

  • Racha - m.q. Varapau, mas o pau é obtido pelo aproveitamento da zona central da árvore. (Marco de Canaveses) Cacete
  • Rebate - Pancada em que o pau descreve, antes de atingir o adversário, um círculo por sobre a cabeça ou em torno do pulso do jogador
  • Recuar - (movimentação técnica) O movimento "recuar" é realizado no sentido de o jogador regredir no terreno e é realizado da forma oposta ao "crescer", ou seja, o apoio anterior recua. Numa primeira fase o apoio anterior recua até ao posterior e fixa-se, numa segunda fase, o apoio posterior termina o movimento de recuo de forma a recuperar a atitude inicial com o novo posicionamento.
  • Revesso ou Revés - O m.q. Pancada Arrepiada

S

  • Sarilho - Um sarilho é uma técnica específica que simula um ataque e/ou defesa em uma circunstância e local específico. Feitos com movimentos técnicos de defesa treinados em sequência em tempos e movimentos determinados. Pode ainda ser uma combinação de evoluções circulatórias do pau, ou do jogador com o pau, destinada a evitar a aproximação do ou dos adversários. (ver mais)
  • Sarilhar - Formar sarilho com o pau

« Se havia homem pronto a vingar de compadrio, a ensarilhar o pau, a varrer testadas, fazendo acudir a tropa entre o escabrear do gado e os gritos das ovelhas que se esgueiravam de rastos, salvando na abada do avental o que restasse do gigo dos ovos, era esse Francisco Teixeira. »[33]
Ver: Sarilho

  • Séries - Também chamadas «séries de jogo» ou «séries de pancadas», são formas de treino individual em que o jogador simula um combate imaginário apenas contra um único adversário. Tendo este tipo de jogo o objetivo de aperfeiçoamento técnico e aprendizagem, podendo ser realizados individualmente ou em conjunto. As mais conhecidas e documentadas, são as séries do mestre Pedro Augusto da Silva, Domingos Salréu e António Nunes Caçador. Pode ver mais na página Séries de Jogo.
  • Sair - (movimentação técnica) O movimento "sair" consta da realização à retaguarda de um andamento e características semelhantes ao "entrar", embora em sentido oposto, ao que descreve-mos ao "entrar" - o apoio anterior desloca-se para a retaguarda e a posição inverte-se (por exemplo, o jogador ao sair passa da posição esquerda para a posição direita e vice-versa).

T

  • talho - (Monção, Norte) floreio com varapau.

«- De manha, um rapazote qualquer... postou-se diante da loja do Calçada, com os costumados ares provocadores - chapéu na nuca, faixa caida às très pancadas e fazendo talhos com o varapáu. Com a quem diz: - Se quere alguma coisa e p'raqui».
(O Regional, ano VI, n. 277, correspondente a 18 de Novembro de 1906, p. 3, c. 2). «.... no nosso concelho, onde os puxadores se vão tornando de uma audácia espantosa. Na presença da própria autoridade arma-se uma baralha, fazem-se sarilhos e talhos no meio de pacatos romeiros».
(Jornal de Monção, n.º 248, de 31 de Agosto de 1907, p. 1. c. 3). [34]
Ver: puxador

  • Tira-teimas - (Bragança) Qualquer pau, em sentido figurado, No Barroso também lhe chamam quebra-nozes, tira-birras e tira-dentes.[35]
  • Travesso ou Travez - O m.q. Pancada Redonda

«D. Pedro, ouvindo-o, deu-lhe um golpe de travez que o decapitou.»[36]

U

  • Unhas para baixo ou Unhas abaixo - mão pronada (palma das mãos os antebraços ficam voltados para baixo ou para frente)

«O páo é seguro com ambas as mãos, tendo as unhas em sentido inverso. Uma das unhas abaixo - a direita, a outra unha acima - a esquerda.» [37]

  • Unhas para cima ou Unhas acima - mão supinada (palma das mãos apontando para cima)

«O páo é seguro com ambas as mãos, tendo as unhas em sentido inverso. Uma das unhas abaixo - a direita, a outra unha acima - a esquerda.» [38]

V

  • Varapau ou Vara - Pau de secção circular, liso e sem galhos. Este pode chegar até aos dois metros, no entanto o tamanho ideal deverá ir até à altura do nariz do jogador
  • Vara - Tem como caracteristica o vergar (Algarve, 1896). Varapau Liso; ferrado em baixo (metal amarelo, aço e chumbo); ferrado em baixo e em cima, com chuça ou choupa, que é protegida por uma bainha móvel (Coja, Minde). Pau qualquer, sem forma nem tamanho definidos. Não ouvi este termo no Peral, mas ouvi-o em muitos outros sítios com a significação de cacete, cajado, etc. Em Mangualde e Nelas, é um pouco comprido, maior do que o cacete, No Barroso, é um pau grande e grosso. Em Mondim, é uma vara mais alta do que um homem e serve para arrimo. Quando se entra em casa, deixa-se o varapau cá fora. Parece que alude a isto Soropita (1589, pp. 21), falando do Convento de Palmela: «Para maior nobreza da casa, andam nela ao pairo alguns da cavalaria da Ordem, que põem [as armas] de fora, como no jogo de paus, e para estes há aí aposentos, de fora, separados.» Eça de Queirós, A Ilustre Casa de Ramires (ed. de 1904), p. 188: «Depois, com uma cólera em que lhe tremiam os beiços brancos, lhe tremiam as secas mãos cabeludas, fincadas ao cabo do varapau...»[39]
  • Vara torneada - Vara obtida de tábuas cortadas ao ("correr") longo das nervuras, através do torneamento da madeira

«se os tais homens das bandeirolas me tornam a passar por as terras, sempre lhes meço as costas com um marmeleiro, que lá tenho, e que já me serviu para varrer a feira de Santo Estevão.» [41]

  • Varrer Pancadas - O m.q. Guarda em Movimento
  • Vergueiro - (Sernancelhe) O mesmo que varapau

X

Y

Z

Referências

  1. "banano", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/banano [consultado em 09-01-2023]
  2. "bastão", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/bast%C3%A3o [consultado em 12-12-2022]
  3. Etnografia Portuguesa - Tentame de sistematização - volume VI (ver mais)
  4. idem, ibidem
  5. J.H. Borges Martins - A justiça da Noite na Ilha Terceira
  6. https://dicionario.priberam.org/bordoada
  7. Porto Editora – bordoada no Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-01-09 23:09:01]. Disponível em https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/bordoada
  8. VIEIRA, José Augusto, O Minho pittoresco, Lisboa: A.M.Pereira, 1886/7 (ver mais)
  9. COSTA, M. Fernandes, Almanaque Bertrand, Livraria Bertrand Editora Brasil Améroca, Lisboa 1952 (ver mais)
  10. Etnografia Portuguesa - Tentame de sistematização - volume VI (ver mais)
  11. idem, ibidem
  12. idem, ibidem
  13. idem, ibidem
  14. idem, ibidem
  15. GAMA, Arnaldo, Um motim ha cem annos: chronica portuense do seculo XVIII, Porto: Typographia do Commercio, 1861 (ver mais)
  16. BRANCO, Camilo Castelo, Eusébio Macário - Sentimentalismo e história, 1ª ed. - Porto. - Braga : Ernesto Chardron, Eugenio Chardron, 1879 (ver mais
  17. "estadulho", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/estadulho [consultado em 12-12-2022]
  18. Silva, D.A.Tavares da, "Esboço dum Vocabulário Agrícola Regional", p.414, 1941
  19. Saiva mais em "Historia do fado"
  20. Jornal "Gazeta de Noticias" de 1915 (ver mais)
  21. GAMA, Arnaldo, Um motim ha cem annos: chronica portuense do seculo XVIII, Porto: Typographia do Commercio, 1861 (ver mais)
  22. Etnografia Portuguesa - Tentame de sistematização - volume VI (ver mais)
  23. idem, ibidem
  24. "porrada", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/porrada [consultado em 09-01-2023].
  25. Porto Editora – porrada no Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-01-09 23:08:15]. Disponível em https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/porrada
  26. https://www.meudicionario.org/puxar
  27. A Águia : órgão de a Renascença Portuguesa, 2ª série, vol. X, N.º 56-57 (Porto) - Provincianismos usados em Monção (materiais para o léxico português)
  28. idem, ibidem
  29. https://dicionario.priberam.org/puxador
  30. "Manoel Ratão - um grande puxador de pau" in Historia do fado
  31. BRANCO, Camilo Castelo, Eusébio Macário - Sentimentalismo e história, 1ª ed. - Porto. - Braga : Ernesto Chardron, Eugenio Chardron, 1879 (ver mais
  32. idem, ibidem
  33. BESSA-LUÍS, Agustina, A Sibila, Editora Nova Fronteira, 1954 (ver mais)
  34. A Águia : órgão de a Renascença Portuguesa, 2ª série, vol. X, N.º 56-57 (Porto) - Provincianismos usados em Monção (materiais para o léxico português)
  35. Etnografia Portuguesa - Tentame de sistematização - volume VI (ver mais)
  36. A vida de Nun'Alvares; história do estabelecimento da dynastia de Aviz”, 1893, p. 277
  37. Jornal "O Paiz", nº 11388 de 12 de dezembro de 1915 (ver amis)
  38. Jornal "O Paiz", nº 11388 de 12 de dezembro de 1915 (ver amis)
  39. idem, ibidem
  40. «Grande enciclopédia portuguesa e brasileira» in https://books.google.pt/books?id=h9QEAAAAYAAJ
  41. Júlio Dinis – «A morgadinha dos canaviais» de 1868