Livro: Amor de predição: diferenças entre revisões
Sem resumo de edição |
|||
(Há uma edição intermédia do mesmo utilizador que não está a ser apresentada) | |||
Linha 27: | Linha 27: | ||
Simão Botelho levou de Viseu para Coimbra arrogantes convicções da sua valentia. Se recordava os chibantes pormenores da derrota em que pusera trinta aguadeiros, o som cavo das pancadas, a queda atordoada deste, o levantarse daquele, ensanguentado, '''a bordoada que abrangia três a um tempo''', a que afocinhava dois, a gritaria de todos, e o estrépito dos cântaros afinal; Simão deliciavase nestas lembranças, como ainda não vi nalgum drama, em que o veterano de cem batalhas relembra os louros de cada uma, e esmorece, afinal, estafado de espantar, quando não é de estafar, os ouvintes.<ref>Versão contemporânea 2020 in: https://imprensanacional.pt/wp-content/uploads/2022/03/Amor-Perdicao.pdf</ref>» <small>(Páginas 15 e 17)</small> | Simão Botelho levou de Viseu para Coimbra arrogantes convicções da sua valentia. Se recordava os chibantes pormenores da derrota em que pusera trinta aguadeiros, o som cavo das pancadas, a queda atordoada deste, o levantarse daquele, ensanguentado, '''a bordoada que abrangia três a um tempo''', a que afocinhava dois, a gritaria de todos, e o estrépito dos cântaros afinal; Simão deliciavase nestas lembranças, como ainda não vi nalgum drama, em que o veterano de cem batalhas relembra os louros de cada uma, e esmorece, afinal, estafado de espantar, quando não é de estafar, os ouvintes.<ref>Versão contemporânea 2020 in: https://imprensanacional.pt/wp-content/uploads/2022/03/Amor-Perdicao.pdf</ref>» <small>(Páginas 15 e 17)</small> | ||
|- | |||
|} | |||
{| class="wikitable" style="text-align: left;" | |||
|- | |||
| | |||
— Casada!... - interrompeu ela. Mas Baltazar cortou-lhe logo a réplica deste modo: | |||
— Casada com algum '''famoso ébrio ou jogador de pau, valentão de aguadeiros''', distinto cavalheiro, que passa os anos letivos encarcerados nas cadeias de Coimbra... | |||
Claro está que Baltazar Coutinho conhecia o segredo de Teresa. Seu tio, naturalmente, lhe comunicara a criancice da prima, talvez antes de destinar-lhe a esposa. | |||
<small>(Página 22)</small> | |||
|- | |- | ||
|} | |} | ||
Linha 43: | Linha 55: | ||
== Ver também == | == Ver também == | ||
* Consulte toda a [[Bibliografia]] | * Consulte toda a [[Bibliografia]] | ||
* Cena de Jogo do Pau no filme [[Filme: Amor de Perdição|"Amor de Perdição" de António Lopes Ribeiro, 1943]] | |||
== Links externos == | == Links externos == |
Edição atual desde as 12h48min de 13 de junho de 2025
Sobre
- Relevância: ★☆☆
- Título: Amor de predição (Memórias duma família)
- Autor: Camilo Castelo Branco (1825-1890)
- Publicação: Typ. de Sebastião José Pereira, 1862 (1ª edição)
- Formato: In-8° gr. de XI-1-249-1 págs.
Amor de Perdição é uma novela do escritor português Camilo Castelo Branco, escrita em 1861 e publicada em 1862. É considerada a obra principal do escritor, e uma das mais importantes durante a fase do Romantismo em Portugal. Retrata principalmente a história do amor proibido entre Simão Botelho e Teresa de Albuquerque. Foi subtitulada pelo autor como Memórias duma Família.[1]
Excerto da obra
«Finalizavam as férias, quando o corregedor teve um grave dissabor. Um dos seus criados tinha ido levar a beber os machos, e, por descuido ou propósito, deixou quebrar algumas vasilhas que estavam à vez no parapeito do chafariz. Os donos das vasilhas conjuraram contra o criado; espancaramno. Simão passava nesse ensejo; e, armado dum fueiro que descravou dum carro, partiu muitas cabeças, e rematou o trágico espetáculo pela farsa de quebrar todos os cântaros. O povoléu intacto fugira espavorido, que ninguém se atrevia ao filho do corregedor; os feridos, porém, incorporaramse e foram clamar justiça à porta do magistrado. Simão Botelho levou de Viseu para Coimbra arrogantes convicções da sua valentia. Se recordava os chibantes pormenores da derrota em que pusera trinta aguadeiros, o som cavo das pancadas, a queda atordoada deste, o levantarse daquele, ensanguentado, a bordoada que abrangia três a um tempo, a que afocinhava dois, a gritaria de todos, e o estrépito dos cântaros afinal; Simão deliciavase nestas lembranças, como ainda não vi nalgum drama, em que o veterano de cem batalhas relembra os louros de cada uma, e esmorece, afinal, estafado de espantar, quando não é de estafar, os ouvintes.[2]» (Páginas 15 e 17) |
— Casada!... - interrompeu ela. Mas Baltazar cortou-lhe logo a réplica deste modo: — Casada com algum famoso ébrio ou jogador de pau, valentão de aguadeiros, distinto cavalheiro, que passa os anos letivos encarcerados nas cadeias de Coimbra... Claro está que Baltazar Coutinho conhecia o segredo de Teresa. Seu tio, naturalmente, lhe comunicara a criancice da prima, talvez antes de destinar-lhe a esposa. (Página 22) |
Ler livro
Pode ler toda a obra directamente na Archive.org
Ver também
- Consulte toda a Bibliografia
- Cena de Jogo do Pau no filme "Amor de Perdição" de António Lopes Ribeiro, 1943
Links externos
Referências
- ↑ https://pt.wikipedia.org/wiki/Amor_de_Perdi%C3%A7%C3%A3o
- ↑ Versão contemporânea 2020 in: https://imprensanacional.pt/wp-content/uploads/2022/03/Amor-Perdicao.pdf