Artigo: Quebrar o quotidiano com um pau de junco

Fonte: Jogo do Pau Português

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  • Título: Quebrar o quotidiano com um pau de junco
  • Publicação: Revista «Zahara», Nº 2 dezembro 2003

Resumo

Em muitos bailes, por questões de raparigas (indivíduos que "não davam licença" a quem se propunha dançar com o seu par), os jovens da aldeia de Água das Casas (localizada na freguesia de Fontes na margem do rio Zêzere), envolveram-se em zaragatas medonhas, valendo-lhes a habilidade que tinham no jogo do pau. Houve, porém, uma situação, no início dos anos trinta, em que uma refrega atingiu tais proporções que a aldeia acordou cercada pela GNR e muitas famílias acabaram por viver dias dramáticos em virtude das quantias que foram obrigadas a pagar pelas instâncias judiciais

Artigo

« A festa, em particular nos meios rurais, assume uma importância determinante de ruptura face ao ramerrão que marca as tarefas agrícolas, ao ritmo da chuva ou do sol das diferentes estações do ano. Para além disso, as festividades, normalmente com uma vertente religiosa, interditam o trabalho e abrem espaço à licença e até ao exagero, seja na aproximação entre rapazes e raparigas seja no comer e no beber.

(...)

Entretanto, aos domingos, rapazes e raparigas divertiam-se em bailes que decorriam nas várias aldeias da região. Molhava-se o chão de um largo central, para não levantar poeira, e era tempo de dançar ao toque de uma "flaita" (gaita de beiços) ou de um acordeão. Na primeira metade do século XX, era habitual os homens da região fazerem-se acompanhar de um pau de junco nas suas deslocações, amparo para longas caminhadas, braço direito num tempo marcado por algumas violências inter-pessoais e ataques de animais. Em muitos bailes, por questões de raparigas (indivíduos que "não davam licença" a quem se propunha dançar com o seu par), os jovens de Água das Casas envolveram-se em zaragatas medonhas, valendo-lhes a habilidade que tinham no jogo do pau. Houve, porém, uma situação, no início dos anos trinta, em que uma refrega atingiu tais proporções que a aldeia acordou cercada pela GNR e muitas famílias acabaram por viver dias dramáticos em virtude das quantias que foram obrigadas a pagar pelas instâncias judiciais. »

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