Artigo: O Seculo Ilustrado - Jogo do Pau - Desporto Nacional 1952': diferenças entre revisões
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ARTUR DOS SANTOS, NO GLORIOSO GINÁSIO CLUBE PORTUGUÊS, FOI O MESTRE QUE LECCIONOU VARIAS GERAÇÕES DE VALENTES RAPAZES, E O RIBATEJO TEVE EM CARLOS RELVAS O ENTUSIASTA PROPUGNADOR DA ESGRIMA LUSITANA | |||
O jogo com a vara em punho deve ter sido inspirado pelo que se praticava nos velhos tempos das lutas corpo a corpo, em que os lanceiros se viam na necessidade de apear-se, constituindo, portanto, uma reminiscência dos processos adoptados no campo de batalha. Supomos que assim seją, todavia, duma certeza há que partir: é que foram os portugueses que deram expressão e beleza a esta forma de combater, para que é necessário muita vista, agilidade, destemor, energia e decisão. Ignora-se o moral do adversário e nos assaltos não se pode usar luvas, couraça a cobrir o peito, nem tampouco capacete, como sucede na esgrima de florete, sabre e espada. | |||
O jogo do pau é um dos exercícios físicos de mais proveitoso resultado, que significa uma ginástica muito activa, dotada de movimentos de característica diversa e na observância absoluta de velhos preceitos, para o que é indispensável possuir muito «olho e pé» - no dizer de velhos mestres. É claro que os seus efeitos são tanto mais proveitosos quanto equilibrada for a orientação tomada na prática de tal desporto, que possui raízes bem portuguesas. | |||
Os processos do jogo do pau compreendem três escolas: a do Minho, com as suas pontuadas e sarilhos; a de Lisboa, com os cortes e recortes; e a do Ribatejo, com os seus lances de ligeireza e golpes de vista. O conjunto destes processos abrange, nas fases animadas do jogo, guardas, sarilhos, pontuadas, rebates cortes e recortes, tudo | |||
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Revisão das 17h09min de 15 de maio de 2023
Sobre
- Relevância: ★★★
- Título: Jogo do Pau - Desporto Nacional
- Autor: José Luís Ribeiro
- Publicação: Jornal «O Século Ilustrado» de 5 janeiro de 1952
Excerto do artigo
« ARTUR DOS SANTOS, NO GLORIOSO GINÁSIO CLUBE PORTUGUÊS, FOI O MESTRE QUE LECCIONOU VARIAS GERAÇÕES DE VALENTES RAPAZES, E O RIBATEJO TEVE EM CARLOS RELVAS O ENTUSIASTA PROPUGNADOR DA ESGRIMA LUSITANA O jogo com a vara em punho deve ter sido inspirado pelo que se praticava nos velhos tempos das lutas corpo a corpo, em que os lanceiros se viam na necessidade de apear-se, constituindo, portanto, uma reminiscência dos processos adoptados no campo de batalha. Supomos que assim seją, todavia, duma certeza há que partir: é que foram os portugueses que deram expressão e beleza a esta forma de combater, para que é necessário muita vista, agilidade, destemor, energia e decisão. Ignora-se o moral do adversário e nos assaltos não se pode usar luvas, couraça a cobrir o peito, nem tampouco capacete, como sucede na esgrima de florete, sabre e espada. O jogo do pau é um dos exercícios físicos de mais proveitoso resultado, que significa uma ginástica muito activa, dotada de movimentos de característica diversa e na observância absoluta de velhos preceitos, para o que é indispensável possuir muito «olho e pé» - no dizer de velhos mestres. É claro que os seus efeitos são tanto mais proveitosos quanto equilibrada for a orientação tomada na prática de tal desporto, que possui raízes bem portuguesas. Os processos do jogo do pau compreendem três escolas: a do Minho, com as suas pontuadas e sarilhos; a de Lisboa, com os cortes e recortes; e a do Ribatejo, com os seus lances de ligeireza e golpes de vista. O conjunto destes processos abrange, nas fases animadas do jogo, guardas, sarilhos, pontuadas, rebates cortes e recortes, tudo » |
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