Doc: Notas para a história da violência rural, em Portugal, na segunda metade do século XLX: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
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'''''Notas para a história da violência rural, em Portugal, na segunda metade do século XLX''''' é uma artigo publicado em openAccess na ''Revista Portuguesa de História'', nº 27 de 1992, pág. 145-163.
'''''Notas para a história da violência rural, em Portugal, na segunda metade do século XLX''''' é uma artigo publicado em openAccess na ''Revista Portuguesa de História'', nº 27 de 1992, pág. 145-163.
Excelente artigo que expões o JPP sob formas diversas, como o "o jogo de combate", o "jogo lúdico" que "jogo desportivo", estas últimas, sem intuitos agressivos, contudo, a autora classifica o JPP como um jogo mais mais versátil e, em regra, as duas modalidades coexistiam, transferindo-se da violência lúdica para a violência pura e simples. Como descreve ''«Era, aliás, sob a dupla forma de
torneio competitivo amigável e forma de combate a sério que o jogo do pau transparecia na documentação correccional. Jogar a bem e
jogar a mal ou, mais grosseiramente, jogar por brincadeira e jogar à bordoada exprimiam, em termos simples e populares, o esbatimento das fronteira entre estas formas de luta que se sucediam
quase involuntariamente.»''


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== Excertos do artigo==
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Entre estes salientava-se a prática de jogos que tinham a função terapêutica de libertação das tendências agressivas, dirigindo-as para o campo neutral e inofensivo das actividades lúdicas. É o caso desse jogo "tipicamente nacional" como lhe chama Ernesto Veiga de Oliveira
que era o '''jogo do pau'''.
Descrito por este especialista como "uma técnica de luta em que a arma é um simples pau direito e liso, da altura aproximada de um
homem, empunhado e manejado adequadamente por cada um dos contendores", este jogo apresentava-se sob duas formas diversas:
"o jogo-combate, que é uma luta propriamente autêntica e o jogo desporto, torneio atlético, sem intuitos agressivos", fazendo este
autor corresponder a primeira modalidade à região nortenha e a segunda ao sul do país.
Na prática, esta classificação era mais versátil e, em regra, as duas modalidades coexistiam, transferindo-se da violência lúdica
para a violência pura e simples. Era, aliás, sob a dupla forma de torneio competitivo amigável e forma de combate a sério que o jogo
do pau transparecia na documentação correccional. Jogar a bem e jogar a mal ou, mais grosseiramente, jogar por brincadeira e jogar
à bordoada exprimiam, em termos simples e populares, o esbatimento das fronteiras entre estas formas de luta que se sucediam quase involuntariamente. A facilidade de transição de uma situação para outra, transmutava o pau, que era um elemento normal da indumentária do homem rural, numa verdadeira arma de combate.
Com efeito, o pau, que os documentos designam geralmente por pau de pastor, constituía o principal instrumento de agressão masculina em qualquer das comarcas estudadas.
Mas se o ludismo comportava nas suas manifestações a possibilidade de combate para a qual facilmente derrapava, o inverso também era válido e, de igual modo, a violência continha uma dimensão lúdica que transparecia com muita clareza nos combates de paus entre homens de aldeias rivais. Era, de facto, sob a forma de combates ou duelos de paus que as tradicionais rivalidades entre aldeias eram vividas nestas áreas.
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Revisão das 10h55min de 17 de julho de 2022

Sobre

  • Relevância: ★★★
  • Autor: Irene Maria Vaquinhas
  • Título: Notas para a história da violência rural, em Portugal, na segunda metade do século XLX
  • Publicação: FLUC. Instituto de História Económica e Social, 1992


Notas para a história da violência rural, em Portugal, na segunda metade do século XLX é uma artigo publicado em openAccess na Revista Portuguesa de História, nº 27 de 1992, pág. 145-163.

Excelente artigo que expões o JPP sob formas diversas, como o "o jogo de combate", o "jogo lúdico" que "jogo desportivo", estas últimas, sem intuitos agressivos, contudo, a autora classifica o JPP como um jogo mais mais versátil e, em regra, as duas modalidades coexistiam, transferindo-se da violência lúdica para a violência pura e simples. Como descreve «Era, aliás, sob a dupla forma de torneio competitivo amigável e forma de combate a sério que o jogo do pau transparecia na documentação correccional. Jogar a bem e jogar a mal ou, mais grosseiramente, jogar por brincadeira e jogar à bordoada exprimiam, em termos simples e populares, o esbatimento das fronteira entre estas formas de luta que se sucediam quase involuntariamente.»

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