Livro: Etnografia transmontana: II - O comunitarismo do Barroso 1877
Sobre
- Relevância: ★☆☆
- Título: Etnografia transmontana: II - O comunitarismo do Barroso
- Autor: António Lourenço Fontes
- Publicação: Vila Real: ed. do autor, Tipografia Minerva Transmontana, 1977
- Formato: il., 299 pp, + 48 inum
o livro, o autor descreve como a vida do barrosão está permeada por um sentido comunitário e familiar. Todos os trabalhos, sejam pesados ou leves, são motivos de colaboração e entreajuda.
Excerto da obra
« Nas feiras e festas a rapaziada junta-se em determinado local, mais ou menos central, ou a saída do povo, cada qual com o seu pau de lodo, antes, hoje com a sua pistola no bolso. [A GNR acabou com os paus, diz o autor em nota de rodapé, pág. 56] Se tocam gado para a feira, cria, vaca, porco ou burro, esperam uns pelos outros, ou tocam uns o gado dos familiares e vizinhos. Para as crias irem melhor, há um que toca as vacas, para apoio das crias ou vitelos de todos. Na feira, guardam o gado, ementes o vizinho vai botar um copo, à tenda e, se calhar, até lha vende, pois já sabe quanto vale e quanto tem de pedir aos mercadores, que passam, fazendo mangação dos possíveis exorbitâncias do lavrador acanhado, envergonhado no pedir. Nos barulhos ou contendas, entre pessoas da aldeia diferentes, também a coesão e unidade se manifesta. Um por todos e todos por um, gritam logo. E toca de desgalhar paulada ou estadulhada nos inimigos do nosso vizinho. Há aldeias que não se ligam bem, apesar de serem da mesma freguesia ou muito próximas, que não se gramam por uma pequena questão particular. O Jogo do Pau era espectáculos nestas marés. (Salto). Até no estrangeiro, o emigrante barrosão vive e pratica o mesmo modo de vida comunitária. Mal tem trabalho, logo chamam a família e amigos que podem para ali fazer uma segunda aldeia familiar comunal. » (Página 57) |
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