Livro: A nova carta chorográphica de Portugal: diferenças entre revisões
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* '''Título:''' A nova carta chorográphica de Portugal | * '''Título:''' A nova carta chorográphica de Portugal, 3º volume | ||
* '''Autor:''' General Marquez D'Ávila e de Bolama | * '''Autor:''' General Marquez D'Ávila e de Bolama (1842-1917) | ||
* '''Publicação:''' Lisboa : Academia Real das Sciencias, 1909 | * '''Publicação:''' Lisboa : Academia Real das Sciencias, 1909 | ||
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O texto descreve uma rixa que ocorreu em tempos antigos, onde os habitantes da vila dos Arcos temiam a hostilidade dos soajeiros, habitantes das serras do mesmo concelho. Um dia, os soajeiros decidiram confrontar os habitantes da vila durante a feira, subindo à área elevada onde se realizava a feira dos Arcos. Apesar das tentativas das autoridades para evitar o confronto, os soajeiros atacaram os comerciantes e agricultores com varapaus, mas foram rapidamente derrotados pelos habitantes da vila, que se defendiam vigorosamente. Os soajeiros foram dispersos e, apesar de um vencedor ter morrido durante o confronto, a vitória foi dos habitantes da vila dos Arcos. | |||
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» | Ha alguns annos sucedeu ponrém, um facto que desenganou os arcoenses de que podiam medir as suas forças com estes destemidos serranos. Foi o caso que os soajeiros quizeram desafrontar-se de quaesquer agravos de romaria, feitos não sei por que frequentadores de feiras ou arraiaes de outras freguesias de concelho. (Prozêllo, etc.) Levaram a sua audácia a escolher para o despique um dia de feira dos Arcos, de modo que vieram em massa e, simulando um batalhão, subiram provocadoramente a calçada que na vila conduz ao elevado sitio, onde se faz a feira do gado e onde, portanto, '''se reúnem os ''puxadores'' de páu, os ''varredores'' de feiras, os mestres, enfim, na arte de rachar cabeças do próximo'''. | ||
A autoridade administrativa, que prevenida. foi parlamentar com os chefes da expedição, nada conseguiu! | |||
Chegados ahi, sem mais tir-te nem guar-te, iniciaram, com os seus toscos varapaus de cerquinho, um rodopio cego, a torto e a direito, sobre os surpreendidos lavradores e contratadores de gado, que na feira se encontravam. Mas não tardou que a impulsiva estratégia da a arremetida tivesse o desfecho natural. Senhores de uma posição favoravel e assomados pela ousadia dos soajeiros, todos os que tinham uma boa vara nas unhas, depois de se «cobrirem » dos primeiros «talhos. responderam-lhes com uma torrente de pancadaria tal, caindo de roldão sobre os soajeiros e acossando-os com os seus ''lodãos'' fortemente ''«argolados»'' que dentro de breves minutos, ninguém na vila sabia o que fôra dos arrogantes caceteiros, tamanha foi a estugada aflição com que se sumiram pelas encruzilhadas e pelos milharais. Do prélio, ficou um morto dos vencedores! Constava depois que o desbarato não fora estranha a pedrada do mulherio. Na expressão minhota, foi um verdadeiro ''«dia de juizo»'' nos Arcos!»<br> | |||
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Sobre
- Relevância: ★★☆
- Título: A nova carta chorográphica de Portugal, 3º volume
- Autor: General Marquez D'Ávila e de Bolama (1842-1917)
- Publicação: Lisboa : Academia Real das Sciencias, 1909
Resumo do excerto da obra
O texto descreve uma rixa que ocorreu em tempos antigos, onde os habitantes da vila dos Arcos temiam a hostilidade dos soajeiros, habitantes das serras do mesmo concelho. Um dia, os soajeiros decidiram confrontar os habitantes da vila durante a feira, subindo à área elevada onde se realizava a feira dos Arcos. Apesar das tentativas das autoridades para evitar o confronto, os soajeiros atacaram os comerciantes e agricultores com varapaus, mas foram rapidamente derrotados pelos habitantes da vila, que se defendiam vigorosamente. Os soajeiros foram dispersos e, apesar de um vencedor ter morrido durante o confronto, a vitória foi dos habitantes da vila dos Arcos.
Excerto da obra
« Mas a verdade é que, em tempos antigos, sempre que nos Arcos se falava em os soajeiros queriam descer á vila em atitude hostil, o susto não era pequeno. Lembro-me disso e era criança. Ha alguns annos sucedeu ponrém, um facto que desenganou os arcoenses de que podiam medir as suas forças com estes destemidos serranos. Foi o caso que os soajeiros quizeram desafrontar-se de quaesquer agravos de romaria, feitos não sei por que frequentadores de feiras ou arraiaes de outras freguesias de concelho. (Prozêllo, etc.) Levaram a sua audácia a escolher para o despique um dia de feira dos Arcos, de modo que vieram em massa e, simulando um batalhão, subiram provocadoramente a calçada que na vila conduz ao elevado sitio, onde se faz a feira do gado e onde, portanto, se reúnem os puxadores de páu, os varredores de feiras, os mestres, enfim, na arte de rachar cabeças do próximo. A autoridade administrativa, que prevenida. foi parlamentar com os chefes da expedição, nada conseguiu! Chegados ahi, sem mais tir-te nem guar-te, iniciaram, com os seus toscos varapaus de cerquinho, um rodopio cego, a torto e a direito, sobre os surpreendidos lavradores e contratadores de gado, que na feira se encontravam. Mas não tardou que a impulsiva estratégia da a arremetida tivesse o desfecho natural. Senhores de uma posição favoravel e assomados pela ousadia dos soajeiros, todos os que tinham uma boa vara nas unhas, depois de se «cobrirem » dos primeiros «talhos. responderam-lhes com uma torrente de pancadaria tal, caindo de roldão sobre os soajeiros e acossando-os com os seus lodãos fortemente «argolados» que dentro de breves minutos, ninguém na vila sabia o que fôra dos arrogantes caceteiros, tamanha foi a estugada aflição com que se sumiram pelas encruzilhadas e pelos milharais. Do prélio, ficou um morto dos vencedores! Constava depois que o desbarato não fora estranha a pedrada do mulherio. Na expressão minhota, foi um verdadeiro «dia de juizo» nos Arcos!» |
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- Veja o documnetário Povo que Canta - Soajo - 1971
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