Livro: Apontamentos para a história da Revolução do Minho em 1846 ou da Maria da Fonte: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
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No caminho encontrei uma mulher '''armada de roçadoura''', da casa do Rebelo, de um lugar fronteiro ao meu chamado Gandra, e como eu já sabia que eram mulheres que faziam os enterros, perguntei-lhe, por graça, se ela vinha de algum. (...)


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(...) observando o que eu pretendia daquele lugar, refizeram-se pelas roçadouras descendo-as para trás das costas em ar de arremeter e como preparando-se para atacar, mas paradas.
 
(...) A esta voz, pararam todas as de dentro na posição em que cada uma se achava, umas com os chuços espetados nos forros, outras com as roçadouras no ar a descarregar o golpe, (...)
 
(...) seria andarmos  constantemente armados de cacetes seguros de cerquinhos ou lódo e prová-los amiúde nas costas deles se prometimentos prévios.
 
Custou muito este ataque em vidas e pólvora. Se eu o camandasse, provavelmente não haveria tanto desperdício porque, por não saber a arte da guerra, seguiria a regra do aldeão que, batendo-se a cacete com um jogador de pau, lhas tirava amiudadas e com peso; e dizendo-lhe o jogador que fizesse jogo, respondia que o seu jogo era atirá-las amiudadas e carregadas, pois não sabia outro, indo abaixo o jogador por não poder suster-lhe as pauladas.
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Revisão das 16h19min de 3 de abril de 2021

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Sobre

  • Relevância: ★★★
  • Título: Apontamentos para a história da Revolução do Minho em 1846 ou da Maria da Fonte
  • Autor: Padre Casimiro José Vieira (1817-1895)
  • Publicação: Braga, Typographia Lusitana, 1ª Edição 1883


O Padre Casimiro José Vieira, Sacerdote minhoto (1817-1895) e um dos líderes das guerrilhas da Maria da Fonte. Tendo ido viver para a vila de Margaride no concelho de Felgueiras, foi aí pároco da Paróquia de Margaride (Santa Eulália) de 27-03-1867 a 09-12-1867. [1]

Apontamentos para a história da Revolução do Minho em 1846 ou da Maria da Fonte é um relato das suas atividades guerreiras à frente de um grupo de camponeses.

Excertos da obra

« No caminho encontrei uma mulher armada de roçadoura, da casa do Rebelo, de um lugar fronteiro ao meu chamado Gandra, e como eu já sabia que eram mulheres que faziam os enterros, perguntei-lhe, por graça, se ela vinha de algum. (...)

(...) observando o que eu pretendia daquele lugar, refizeram-se pelas roçadouras descendo-as para trás das costas em ar de arremeter e como preparando-se para atacar, mas paradas.

(...) A esta voz, pararam todas as de dentro na posição em que cada uma se achava, umas com os chuços espetados nos forros, outras com as roçadouras no ar a descarregar o golpe, (...)

(...) seria andarmos constantemente armados de cacetes seguros de cerquinhos ou lódo e prová-los amiúde nas costas deles se prometimentos prévios.

Custou muito este ataque em vidas e pólvora. Se eu o camandasse, provavelmente não haveria tanto desperdício porque, por não saber a arte da guerra, seguiria a regra do aldeão que, batendo-se a cacete com um jogador de pau, lhas tirava amiudadas e com peso; e dizendo-lhe o jogador que fizesse jogo, respondia que o seu jogo era atirá-las amiudadas e carregadas, pois não sabia outro, indo abaixo o jogador por não poder suster-lhe as pauladas. »

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