Livro: Apontamentos para a história da Revolução do Minho em 1846 ou da Maria da Fonte

Fonte: Jogo do Pau Português
capa do livro

Sobre

  • Relevância: ★★☆
  • Título: Apontamentos para a história da Revolução do Minho em 1846 ou da Maria da Fonte
  • Autor: Padre Casimiro José Vieira (1817-1895)
  • Publicação: Braga, Typographia Lusitana, 1ª Edição 1883
  • Formato: 480 páginas

O Padre Casimiro José Vieira, Sacerdote minhoto e um dos líderes das guerrilhas da Maria da Fonte. Tendo ido viver para a vila de Margaride no concelho de Felgueiras, foi aí pároco da Paróquia de Margaride (Santa Eulália) de 27-03-1867 a 09-12-1867. [1]

Apontamentos para a história da Revolução do Minho em 1846 ou da Maria da Fonte é um relato das suas atividades guerreiras à frente de um grupo de camponeses.

Excertos da obra

« No caminho encontrei uma mulher armada de roçadoura, da casa do Rebelo, de um lugar fronteiro ao meu chamado Gandra, e como eu já sabia que eram mulheres que faziam os enterros, perguntei-lhe, por graça, se ela vinha de algum. Respondeu-me, que não, mas que tinha deixado dias antes a roçadoura em certa parte, e que tinha ido então por ela. » (pág. 6)

« (...) A esta voz, pararam todas as de dentro na posição em que cada uma se achava, umas com os chuços espetados nos forros, outras com as roçadouras no ar a descarregar o golpe, (...) » (pág. 9)

« (...) Porém uma das mulheres, que era mais cordata, e que se convenceu de que eu tinha razão, deu-me d'olho, e arremetendo-me com a roçadoura', disse — tudo lá fora, tudo lá fora — e saindo eu de pronto, varreu ela para fora todas as mulheres, que estavam dentro. » (pág. 11)

« (...) e ocorreu-me então, que o remédio melhor, e único, para a evitar e aniquilar era andar constantemente armados de cacetes seguros de cerquinhos ou lódo e prová-los amiúde nas costas deles se prometimentos prévios. » (pág. 24)

« (...) observando o que eu pretendia daquele lugar, refizeram-se pelas roçadouras descendo-as para trás das costas em ar de arremeter e como preparando-se para atacar, mas paradas. »

« Pela tarde começou de novo outra vez a faltar a pólvora; cessou então o fogo, retirando nós para o Bom Jesus do Monte, e parte do povo para as povoações em volta, e todos sem comer em todo o dia.

Custou muito este ataque em vidas e pólvora. Se eu o comandasse, provavelmente não haveria tanto desperdício porque, por não saber a arte da guerra, seguiria a regra do aldeão que, batendo-se a cacete com um jogador de pau, lhas tirava amiudadas e com peso; e dizendo-lhe o jogador que fizesse jogo, respondia que o seu jogo era atirá-las amiudadas e carregadas, pois não sabia outro, indo abaixo o jogador por não poder suster-lhe as pauladas. » (pág. 116)

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