Livro: Archivo universal - Brios de Soldado: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
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* '''Relevância: ''' ★☆☆
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* '''Título:''' Archivo universal: Revista Hebdomadaria
* '''Título:''' Archivo universal: Revista Hebdomadaria
* '''Autor:''' 'A. P. de Carvalho, I. F. Silveira da Motta, R. Paganino
* '''Autor:''' Vários autores, dirigido por: A. P. de Carvalho, I. F. Silveira da Motta, R. Paganino
* '''Publicação:''' Lisboa: Tipographia de J.V.P. da Silva, Volume 3 (1860)
* '''Publicação:''' Lisboa: Tipographia de J.V.P. da Silva, Volume 3 (1860)



Revisão das 11h18min de 11 de abril de 2021

capa do livro

Sobre

  • Relevância: ★☆☆
  • Título: Archivo universal: Revista Hebdomadaria
  • Autor: Vários autores, dirigido por: A. P. de Carvalho, I. F. Silveira da Motta, R. Paganino
  • Publicação: Lisboa: Tipographia de J.V.P. da Silva, Volume 3 (1860)


Nesta publicação de Archivo universal, destacamos o conto de A. F. de Loureiro com o título Brios de Soldado. Conto escrito em sete partes, que podem ser lidos nas páginas 277, 294, 311, 330, 344, 358, 372.

Destacamos neste conto uma luta com varapaus.

Excertos da obra

(…) Seguiu-se depois uma cena horrível de confusão e desordem; uns gritavam, outros queriam fugir, mas com a pressa iam de encontro aos diversos grupos e mesas carregadas de copos e garrafas; ouviam-se, de uns os gritos de susto, de outros os brados de admiração, nestes a dor, naqueles o desespero. Era uma vozearia infernal, era um tumulto espantoso. Eu porém continuava impelido por uma força sobrenatural, por uma sede horrível de vingança.

Em breve senti vozes próximas e ameaçadoras em torno a mim, e uma pancada violenta ferir-me o braço esquerdo.

Olhei; seis ou oito homens, os amigos e sócios do miserável a quem eu acabava de castigar, armados todos de paus, preparavam-se para tomar a desforra dele.

Estava só, mas fugir… oh! fugir… um homem, um soldado !… nunca… era impossível… Dei um pulo a retaguarda e lancei mão do meu pau.

Principiou então uma luta renhida, muda e desesperada. Eram oito… eram oito, os cobardes!…

Atacado ao mesmo tempo por todos os lados, com o braço esquerdo quase deslocado pela primeira pancada, com a cabeça e as mãos ensanguentadas, sustentava uma luta de morte. Não se ouvia mais do que as queixas de um, as interjeições da raiva de outro, e o som áspero e seco do pau sobre o pau, aparando as pancadas rápidas e violentas.

Não sei o que há em uma luta assim; parece que as atitudes ameaçadoras dos combatentes, as vociferações os gemidos produziu tudo uma impressão tão nova em mim, que me sentia como arrastado, embriagado por ela. As forças redobravam-me e eu continuava senhor do campo. Alguns dos meus adversários tinham mordido o terreno; mais de uma vez os bordões de outros se haviam partido sob a pressão do meu, que, vergando-se todo, ia cair por fim sobre as carnes maceradas deles. A cada momento que os repelia voltavam mais desesperados e terríveis, mas uma luta assim não podia continuar; o suor escorria-me já ás bagadas pelo corpo e eu ia cedendo. Havia meia hora segura que nos batíamos.

Ouvimos então o alarido de muitas vezes, que se aproximavam; a luz de alguns fachos nos envolveu a todos ; chegavam as autoridades e cabos de policia.

Os meus adversários fugiram todos, porque talvez fossem ainda outras e mais difíceis as contas, que teriam a ajustar com a policia, e eu achei-me só.(…) (pág.330)

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