Livro: Arte de Furtar

Fonte: Jogo do Pau Português
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capa do livro

Sobre

  • Relevância: ★☆☆
  • Título: Arte de Furtar
  • Autor: (?) Tomé Pinheiro da Veiga (1566-1656), Padre Antônio Vieira (1608-1697)
  • Publicação: Livraria de Antonio Maria Pereira – Editor. 1886. (conforme 1ª publicação em 1652)
  • Formato: Obra em 2 volumes (30cm × 25cm), de 657 e 794 páginas


O tratado Arte de Furtar apareceu pela primeira vez como escrito pelo Padre Antônio Vieira, com as indicações de “impressa na Oficina Elzeviriana”, em Amsterdã, com data de 1652. Na página de rosto, depois do título, há um extenso subtítulo: Espelho de Enganos, Teatro de Verdades, Mostradores de Horas Minguadas, Gazua Geral dos Reinos de Portugal oferecida a El-Rei Nosso Senhor D. João IV para que a emende. Além de Vieira, a autoria da obra foi sucessivamente atribuída a Antônio da Silva Macedo, João Pinto Ribeiro, Tomé Pinheiro da Veiga, Diogo de Almeida e outros. Na realidade não se sabe quem foi o verdadeiro autor da obra, que é considerada um monumento da prosa barroca e o mais importante texto da literatura de costumes da língua portuguesa. O estilo gracioso, a feroz ironia e o humor requintado fazem de Arte de Furtar um verdadeiro clássico.

Excerto da obra

« Em Vianna de Caminha me ensinou hum Castellão a furtar com unhas dobrada com mais destreza; porque jogando o páo de dous bicos, trancava ambas as pontas infallivelmente. » (pág.244)

Análise

Conforme Ernesto Veiga de Oliveira, indica em Festividades cíclicas em Portugal[1], «são praticamente inexistentes em Portugal alusões ao jogo do pau anteriores ao século XIX. Na Arte de Furtar, atribuível a Tomé Pinheiro da Veiga (1566-1656), usa-se metaforicamente a expressão «jogar o pau de dois bicos»: mas o seu sentido não é concludente em relação ao caso que nos interesa.

De facto, o jogo fazia-se na altura com todo o tipo de arma de haste e espada, neste caso seria um pau. Decerto que o autor não estava a indicar a arte do jogo do pau como meio de luta, contudo, podemos constatar que já na altura fazia-se jogo com um pau de dois bicos, isto é, de duas pontas, onde as mãos estão no meio do pau. Aqui as unhas dobradas para melhor destreza, serão os dedos das mãos bem dobrados, de forma a segurar melhor o pau.

Outras fontes com a mesma expressão

«(...) se a Franqueza Constitucional deste Principe, não tem ainda podido destruir a unfame ronha, fingido acanhamento, e jogo de páo de dous bicos, que quasi em tudo ainda se devisa, com poucas honorificas excepções»
Jornal brasileiro "A Malagueta" de 29 maio 1822 (ver jornal)

«Foi-se passando tempo; veioo o Ministro Calnon, o lançou mão do Jornalismo Francez, e o que fez? Fez hum jogo de páo de dous bicos, e até chegou por dias a enganar a Malagueta»
Jornal brasileiro "A Malagueta" de 4 fevereiro 1832 (ver jornal)

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Ver também

Links Externos

Referências

  1. OLIVEIRA, Ernesto Veiga de, Festividades Cíclicas em Portugal, Publicações D. Quixote, 1984 (sobre o livro)