Livro: As farpas

Fonte: Jogo do Pau Português
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capa do livro

Sobre

  • Relevância: ★☆☆
  • Título: Theatro comico: A Morgadinha de Val d'Amores; Entre a flauta e a Viola
  • Autor: Ramalho Ortigão, Eça de Queiroz
  • Publicação: Lisboa : Typ. Universal, de Maio 1871 a Junho 1883
  • Formato: 14 cm


As Farpas foram publicações mensais escritas por Ramalho Ortigão e Eça de Queirós, iniciadas no mesmo ano da realização das Conferências do Casino. Decerto foram inspiradas em Les Guêpes (1839-1849), de Alphonse Karr (1808-1890).[1] As Farpas aparecem em 1871, assinadas por Ramalho Ortigão e Eça de Queirós até o ano seguinte, e somente pelo primeiro até o fim, 1882.[1] Subintitulando-se "O País e a Sociedade Portuguesa", os folhetins mensais d'As Farpas constituem um painel jornalístico da sociedade portuguesa nos anos posteriores a 1870, erguido com bonomia, sentido agudo das mazelas sociais, um alto propósito consciencializador, e uma linguagem límpida e variada.[1]

Excertos da obra

Em Portugal o minhoto , nosso comprovinciano , nunca se bate senão á paulada; o transmontano vinga-se a tiro . O unico portuguez para quem a faca é arma predilecta é o extremenho, e principalmente o iisboeta. É uma influencia do meio em que vive e da educação que recebe.
(Pag. 236 in As «Farpas» - A Capital - Tomo VII)

(...) Nada d'isso em Villa Viçosa. Apenas os pobres breaks da casa real no seu choito ronceiro, a coutada batida á paulada pelos moços do campo, os gôsos que apparecerem para ladrar, e o tiro à espera, a pé firme, porque não ha cavallos adestrados para a corrida nem rins de cavalleiros que se aguentem nas sellas (...)
(Pag. 246 in As «Farpas» - A Capital - Tomo VII)

(...) Nada d'isso em Villa Viçosa. Apenas os pobres breaks da casa real no seu choito ronceiro, a coutada batida á paulada pelos moços do campo, os gôsos que apparecerem para ladrar, e o tiro à espera, a pé firme, porque não ha cavallos adestrados para a corrida nem rins de cavalleiros que se aguentem nas sellas (...)
(Pag. 246 in «As farpas» - O Paiz e a Sociedade portugueza - Tomo VI)

(...) Ao primeiro boi , os espectadores mais ávidos saltam para a frente d'estes obstaculos, e do segundo boi por deante a trincheira é completamente composta de gente .

A cada tentativa do bicho para arremetter contra esta sebe humana, o ponto da trincheira atacada ouriça - se de varapaus ferrados, e o boi é rechaçado a pontoadas sangrentas pelo focinho. Se porventura ensarilha com os cajados, atraz de cada um d'estes, que quebra ou que vôa desem polgado pelos ares, o boi encontra um homem de pulsos de ferro que o pega de cara, collando.se - lhe na testa como uma estampilha n'uma carta.
(Pag. 309 in «As farpas» - O Paiz e a Sociedade portugueza - Tomo VI)

(...) Entre nós, apenas algum, menos anemico, descendente de apoplecticos menos vezes sangrados, sustenta ainda a bravura hereditaria da raça nobre, brandindo o marmeleiro legado ao canto dos solares de provincia pelos extinctos capitães - móres, para, n'um repente sanguineo de colera ou de ciume , varrer uma feira ou extender á bordoada no fundo de uma azinhaga o canastro de um rival.
(Pag. 122 in «As farpas» - Os individuos: Jeronymo Collaço)

(...) Na controversia do jornalismo em que ha tanta má fé, tanta miseria e tanta porcaria envolvida no conflicto das opiniões oppostas, o melhor jôgo é ainda assim o jôgo de varrer... Por mais violencia que haja, os bons principios salvam - se sempre.
(Pag. 225 in «As farpas» - Os individuos: O Bispo de Vizeu)

(...) Podes contar, José , que ao pôres o pé em terra, tens sobre o teu corpo dois marmeleiros' reaes! Dois somente, se El - Rei se não quizer associar comnosco para te punir. Se o Poder Moderador, como é de esperar do seu brio, se quizer reunir a este acto de nobre despique, então em vez de dois marmeleiros a cingirem-te as vertebras, terás três - os de cada um de nós e o de — um alto personagem.
(Pag. 185 in «As farpas» - Aspectos varios; da sociedade, da politica, da administrac̜ão)

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