Livro: O senhor Ventura
Sobre
- Relevância: ★☆☆
- Título: O senhor Ventura
- Autor: Miguel Torga (1907-1995)
- Publicação: Coimbra: Impresso nas oficinas da "Atlântida", 1943 (1ª edição)
- Formato: 159 Páginas (19 cm x 13 cm)
O Senhor Ventura é uma novela da autoria de Miguel Torga, publicada pela primeira vez em 1943. O Senhor Ventura é a história de amor e morte de um emigrante português que procura infrutiferamente opor-se a um destino trágico.
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Resumo do excerto da obra
O excerto conta a história de Pereira, um minhoto que trabalha como cozinheiro e é também exímio jogador de pau. Um dia, alguns marinheiros americanos embriagados insultam Pereira, que reage com o seu pau, derrotando-os rapidamente. Quando os marinheiros americanos voltam para se vingar, o alentejano que trabalha com Pereira tenta acalmá-los, mas os americanos insistem e acabam lutando com Pereira e o alentejano, numa cena violenta em que há cacetadas e garrafas quebradas. A história transmite a ideia de que Pereira é um homem corajoso e habilidoso no combate, e a sua resposta à provocação dos marinheiros americanos é rápida e eficaz.
Excerto da obra
« Um dia, porém, uns marinheiros americanos, de passeio, deram cabo daquela felicidade. Entraram, começara, a carregar no Porto, embebedaram-se, e ás tantas insultaram o minhoto. Sem saberem, coitados, que o Pereira, além de ser bom cozinheiro, sabia jogar o pau. Quando o viram surgir de cacete na mão, os do mar, fiados nas leis do boxe e na musculatura yankee, riram-se. Mas o Pereira cerrou-lhes os lábios duma assentada. Salta para o meio deles, malha daqui, torce dali, parecia que estava a varrer a festa de S. Bento da porta Aberta. Em menos de um fósforo tinha a casa limpa. (…) E, como aparecessem novamente marujos americanos, o alentejano tentou apaziguar os ânimos, não consentindo que o Pereira arredasse pé das caçarolas. Mas os do Tio Sam vinham com ela fisgada. Queriam vingar os camaradas. E tanto disseram, tanto provocaram, que em dado momento o Senhor Ventura perdeu a cabeça e gritou lá para dentro: – Ó Pereira, anda aqui dar uma ajuda! – Caiu o Carmo e a Trindade. Um da direita e o outro da esquerda, ás cacetadas a eles, não deixaram cabeça sem sangue nem garrafa inteira. » |
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