Livro: Quatro novelas - A Feiticeira: diferenças entre revisões
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O livro '''''Quatro novelas''''' é uma compilação de quatro novelas: ''A vinha'', ''A feiticeira'', ''Diário duma criança'' e a ''Sacrificada''. | O livro '''''Quatro novelas''''' é uma compilação de quatro novelas: ''A vinha'', ''A feiticeira'', ''Diário duma criança'' e a ''Sacrificada''. | ||
Na novela ''A feiticeira'', conhecemos ''Manuel Clara'', um valentão jogador de pau, um heroi da aldeia de | Na novela ''A feiticeira'', conhecemos ''Manuel Clara'', um valentão jogador de pau, um heroi da aldeia de Mangualde com muitas histórias para contar. | ||
Na novela ''Sacrificada'' há uma pequena passagem sobre o jogo do pau entre irmãos | Na novela ''Sacrificada'' há uma pequena passagem sobre o jogo do pau entre irmãos | ||
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O excerto descreve a figura de ''Manoel da Clara'', o rapaz mais querido das raparigas na aldeia. Ele era um valentão e exibia sua força e coragem com orgulho, atraindo a admiração das mulheres. Sua habilidade em jogos como bola, chinquilho e o Jogo do Pau também era notável, e seus feitos eram contados com entusiasmo na aldeia. Em resumo, Manoel da Clara era um herói local, respeitado e admirado por seus patrícios. | |||
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Quando o Manoel, com um rápido piparote atirava para a nuca o chapéo mole de largas abas, dava um passo atraz, fazia girar o '''varapau em sarilho''' sobre a cabeça, e torcia a boca espumante num esgare de raiva... podiam fugir delle! | Quando o Manoel, com um rápido piparote atirava para a nuca o chapéo mole de largas abas, dava um passo atraz, fazia girar o '''varapau em sarilho''' sobre a cabeça, e torcia a boca espumante num esgare de raiva... podiam fugir delle! | ||
Contavam-se na aldeia as valentias do Manoel com o mesmo entusiasmo e ufania com que se contariam as de um heroi da historia, um herói autêntico, de que a tradição nos deixasse o nome e a memoria de largos feitos.<small>(...)</small> | Contavam-se na aldeia as valentias do Manoel com o mesmo entusiasmo e ufania com que se contariam as de um heroi da historia, um herói autêntico, de que a tradição nos deixasse o nome e a memoria de largos feitos. <small>(...)</small> | ||
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No jogo da bola, ao domingo, no terreiro da igreja, nenhum o excedia, como ninguém era capaz de o vencer numa partida de çhinquilho ou no '''jogo do pau'''. Um valentão, um rapaz ás direitas, sempre pronto a fazer um favor, riso franco, coração nas mãos para os amigos; ninguém emfim mais digno da estima dos seus patrícios e ninguém que de facto fosse mais estimado do que o Manoel da Clara.<small>(...)</small><br> | No jogo da bola, ao domingo, no terreiro da igreja, nenhum o excedia, como ninguém era capaz de o vencer numa partida de çhinquilho ou no '''jogo do pau'''. Um valentão, um rapaz ás direitas, sempre pronto a fazer um favor, riso franco, coração nas mãos para os amigos; ninguém emfim mais digno da estima dos seus patrícios e ninguém que de facto fosse mais estimado do que o Manoel da Clara. <small>(...)</small><br> | ||
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Os irmãos, três rapazes, viviam alegremente, sem cuidados nem canseiras, caçando pelas serras, comendo e bebendo á tripa-fôrra com os companheiros, jogando o pau pelas romarias e feiras — senhores morgados de aldeia que todas as raparigas disputavam, para seus pares, e dos quais todos os homens tinham como honra a convivência.<small>(...)</small><br> | Os irmãos, três rapazes, viviam alegremente, sem cuidados nem canseiras, caçando pelas serras, comendo e bebendo á tripa-fôrra com os companheiros, '''jogando o pau pelas romarias e feiras''' — senhores morgados de aldeia que todas as raparigas disputavam, para seus pares, e dos quais todos os homens tinham como honra a convivência.<small>(...)</small><br> | ||
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Edição atual desde as 19h07min de 30 de abril de 2023
Sobre
- Relevância: ★☆☆
- Título: Quatro novelas
- Autor: Ana de Castro Osório (1872-1935)
- Publicação: Coimbra: França Amado - Editor, 1808
- Formato: 291 páginas
O livro Quatro novelas é uma compilação de quatro novelas: A vinha, A feiticeira, Diário duma criança e a Sacrificada.
Na novela A feiticeira, conhecemos Manuel Clara, um valentão jogador de pau, um heroi da aldeia de Mangualde com muitas histórias para contar.
Na novela Sacrificada há uma pequena passagem sobre o jogo do pau entre irmãos
Resumo dos excertos da obra
O excerto descreve a figura de Manoel da Clara, o rapaz mais querido das raparigas na aldeia. Ele era um valentão e exibia sua força e coragem com orgulho, atraindo a admiração das mulheres. Sua habilidade em jogos como bola, chinquilho e o Jogo do Pau também era notável, e seus feitos eram contados com entusiasmo na aldeia. Em resumo, Manoel da Clara era um herói local, respeitado e admirado por seus patrícios.
Excertos da obra
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De todos os rapazes da aldeia era o Manoel da Clara o mais querido das raparigas. (...) Nas feiras e romarias, firmado no varapau metido debaixo do braço, toda a vaidade satisfeita a brilhar-lbe nos inquietos olhitos garços, desafiava toda a concorrência desagradável. Ás raparigas iam-se-lbes os olhos nelle, e mediam-se com o rancor de rivalidades latentes. E valentão!? — como aquilo poucos! E, como sempre, era a superioridade material da força e da coragem o que mais o fazia valer aos olhos de primitivas fêmeas, oferecendo-se orgulhosamente ao vencedor, ao macho forte e soberbo. Quando o Manoel, com um rápido piparote atirava para a nuca o chapéo mole de largas abas, dava um passo atraz, fazia girar o varapau em sarilho sobre a cabeça, e torcia a boca espumante num esgare de raiva... podiam fugir delle! Contavam-se na aldeia as valentias do Manoel com o mesmo entusiasmo e ufania com que se contariam as de um heroi da historia, um herói autêntico, de que a tradição nos deixasse o nome e a memoria de largos feitos. (...) « O Manoel, lembras-te ? ... a E daquella vez na romaria da Senhora dos Verdes ? ... « E na feira, quando foi da compra dos meus bois ? ! ... (...) No jogo da bola, ao domingo, no terreiro da igreja, nenhum o excedia, como ninguém era capaz de o vencer numa partida de çhinquilho ou no jogo do pau. Um valentão, um rapaz ás direitas, sempre pronto a fazer um favor, riso franco, coração nas mãos para os amigos; ninguém emfim mais digno da estima dos seus patrícios e ninguém que de facto fosse mais estimado do que o Manoel da Clara. (...) |
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