Recorte Jornal: Gazeta de Noticias 1915
Sobre
- Relevância: ★★☆
- Jornal: Gazeta de Noticias (Jornal do Rio de Janeiro, Brasil)
- Publicação: 10, 11 e 12 de dezembro de 1915
Nº 344, sexta-feira de 10 de dezembro 1915
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O jogo do páo Realisou-se hontem, às 8 horas. no Stadt Munchen, o banquete offerecido pelos directores da Empresa de Diversões Sportivas, em cujo selo figuram os jogadores de páo que ha dias hospedamos, aos chronistas sportivos da imprensa carioca. O agape correu na maior cordialidade, havendo varios brindes bastante significativos. (..) Domingo proxino, ás 4 horas, realisar-se-ão, no "ground" do Fluminenso, as primeiras provas do jogo do páo. » |
Nº 345, sábado de 11 de dezembro 1915
« O jogo do páo Conforme temos noticiado, realisam-se amanhã, ás 4 horas, no ground do Fluminenso F. Club, à rua Guanabara, as primeiras provas do jogo do páo, entre os sportmen portugueses que ha dias hospelamos. Além destes espectaculos Interessantes, sob o Sr. Paulo Loret, da Empresa de Diversões Sportivas, haverá torneios entre cow-boys do sul e norte do Brasil, dando occasião a que assistamos as mais emocionantes scenas do desbastamento de potros chucros, espectaculos estes que se desenrolam nos sertões de Minas Geraes, nas planicies infindaveis do Rio Grande do Sul (...) O jogo do páo será executado pelos oito especialistas, vindos direclamente de Portugal, sendo quatro do Minho e quatro do Douro'. O Jogo do páo assemelha-se à esgrima de bengala, dos francezes, havendo durante as partidas phases empolgantes, que levam muitas vezes os lutadores à oxaltacão de animo. O meio de ataque e defeza é o vara-páo, de madeira resistente, que pouco mais tem de um metro e nunca deve exceder a altura dos olhos do jogador. O publico carloca terá occasião de assistir amanhã um novo sport, um dos mais uteis para a vida pratica do homem... As entradas serão cobradas à razão de 1$500, geral, e 3$000. archiliancada. » |
Nº 346, domingo de 12 de dezembro 1915
« O jogo do páo O "grand monde" sportive que, certamente, affluirá hoje á tarde ao "ground" do Fluminense F. Club, rua Guanabara, demonstrará a anciedade e o interesse pelo jogo do páo, que se vem notando nas rodas sportivas desta capital. Assim como a Inglaterra dedica especial carinho ao "foot-ball" e outros sports por nós importados. A Suecia aos jogos olympicos, Espanha à pelota, a Italia ao rowing, o Japão ao "Jiu-jitsu", etc. Portugal tornou-se tambem o berço de mais uma ramificação do sport e por signal das mais interessantes: o jogo do pão. Tivemos ha alguns annos, no Rio, opportunidade de assistir a varias partidas do jogo do páo, executadas por amadores, sem bastante traquejo. Hoje, porém, presenciaremos o authentico jogo do páo, disputado entre especialistas, vindos directamente de Portugal: pertencentes a Empresa de Diversões Desportivas. Nenhum povo é mais dextro no manejo do varapáo do que os nossos trmãos de além-mar. O jogo, como dissemos hontem, assemelha-se à esgrima de bengala dos francezes, empunhando os lutadores um varapáo de madeira resistente e flexivel, que não deve exceder a altura dos olhos do Jogador. A proposito deste novo sport util ao homem sob todos os pontos de vista um collega nosso, do O Pais testemunha varias veses do jogo do páo, em Lisboa, e conhecedor da história, escreve o seguinte: «Em Portugal houve sempre duas escolas de jogo do páo. À primeira pertancem aos homens norte, os dentro Douro e Minho e os das Beiras. À segunda o ribatejanos. No Alentejo e Algarve não é cultivado o jogo do páo. A caracteristica da primeira escola é o jogo floreado, chamado de "duas mão" ou "passeado", como mais trivialmente é conhecido. A segunda escola, é o jogo de uma só mão, e de "aproveitar". É curioso ver-se numa feira do norte de Portugal um desafio de bons jogadores de páo, mesmo sendo a sério. Olham-se, medem-se e começam os "floreados", os "sarilhos de roda", e de "cobrir" e os "pares". A cada sarilho os adversários respondem com um outro, não se deixam vencer nessas demonstrações de habilidade e sendo inimigos de morte, às vezes dão azo ao ao contentor para brilhar no jogo de parar e responder. Só quando se sentem cansador atacam a valer e a sério. O jogo do Ribatejo é o contrário. O ribatejano, quando joga, não sai da guarda, não floreia, atira com uma só mão - que tem a vantagem de ser o seu golpe de maior realce - e de preferência à cabeça. Não perde tempo em mostrar habilidade, procura pôr fora de combate e mais depressa possível o seu contendor. A escola ribatejana só tem um golpe de duas mão. a "pontuada". Dessas duas escolas, fundindo-se, aproveitando em cada uma o melhor, oriando-lhe paradas e respostas de effeito maior, o moderno jogo do páo portuguez que teve como primeiro professor o celebre "Saloio", da escola dos "Terramotos", em lisboa.» (...) » |
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