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Jogo na Zona Norte: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
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Nas [[Livro: Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança|Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança]] do Abade de Baçal, o jogo do pau português aparece como uma prática de combate popular profundamente enraizada na vida rural da região, especialmente em tempos de guerra e conflitos. Em tempos de guerra, os habitantes de Trás-os-Montes eram frequentemente obrigados a trocar as ferramentas agrícolas pela defesa armada, usando chuços e, mais notoriamente, paus ou foices roçadouras. Estes instrumentos, parte do dia-a-dia agrícola, tornavam-se armas eficazes em tempos de necessidade, refletindo o espírito de autodefesa e a adaptação das populações às circunstâncias adversas.
Nas [[Livro: Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança|Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança]] do Abade de Baçal, o jogo do pau português aparece como uma prática de combate popular profundamente enraizada na vida rural da região, especialmente em tempos de guerra e conflitos. Em tempos de guerra, os habitantes de Trás-os-Montes eram frequentemente obrigados a trocar as ferramentas agrícolas pela defesa armada, usando chuços e, mais notoriamente, paus ou foices roçadouras. Estes instrumentos, parte do dia-a-dia agrícola, tornavam-se armas eficazes em tempos de necessidade, refletindo o espírito de autodefesa e a adaptação das populações às circunstâncias adversas.


=== Guimarães (Costa, Urgeses, Polvoreira e S. Romão) ===
Podemos encontrar também nestes relatos, um jogador com o nome de ''Canedo'', um "varredor" de feiras e romarias nos séculos passados. Era um brigão notável, natural de '''Santulhão''', concelho de Vimioso, que eventualmente encontrou o seu fim num motim durante a romaria do Santo Antão da Barca, no concelho de Alfândega da Fé, em '''1902'''.<ref>Livro «Cancioneiro Tradicional e Danças Populares Mirandesas» de 1984 ([[Livro: Cancioneiro Tradicional e Danças Populares Mirandesas|ver mais]])</ref>
 
=== Guimarães (Vimioso, Costa, Urgeses, Polvoreira e S. Romão) ===


Segundo o etnógrafo ''Alberto Alves Vieira Braga'' no seu livro [[Livro: Curiosidades de Guimarães XX|Curiosidades de Guimarães]], o jogo do pau na região era cultivado em várias freguesias, como '''Costa''', '''Urgeses''', '''Polvoreira''' e '''S. Romão''', onde os praticantes se reuniam para adestrar os seus movimentos e técnicas.
Segundo o etnógrafo ''Alberto Alves Vieira Braga'' no seu livro [[Livro: Curiosidades de Guimarães XX|Curiosidades de Guimarães]], o jogo do pau na região era cultivado em várias freguesias, como '''Costa''', '''Urgeses''', '''Polvoreira''' e '''S. Romão''', onde os praticantes se reuniam para adestrar os seus movimentos e técnicas.
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Veja mais na página [[Jogo do Pau Boalhosa]].
Veja mais na página [[Jogo do Pau Boalhosa]].
== Vimioso (Santulhão) ==
Podemos encontrar nos relatos do ''abade de Baçal'', um jogador com o nome de ''Canedo'', um "varredor" de feiras e romarias nos séculos passados. Era um brigão notável, natural de Santulhão, concelho de Vimioso, que eventualmente encontrou o seu fim num motim durante a romaria do Santo Antão da Barca, no concelho de Alfândega da Fé, em '''1902'''.<ref>Livro «Cancioneiro Tradicional e Danças Populares Mirandesas» de 1984 ([[Livro: Cancioneiro Tradicional e Danças Populares Mirandesas|ver mais]])</ref>


== Aveiro (Cucujães) ==
== Aveiro (Cucujães) ==


Diz a memória popular que em Cucujães havia um padre que jogava muito bem o Jogo do Pau, um dia por azar, deu uma paulada na cabeça do opositor … e este morreu!... Treino que correu mal. Este foi o testemunho de um popular a Valter Santos, quando recolhia matéria para o livro «Cucujães Antigo e Moderno». Segundo reza esta historia, o levaram o corpo para os pinhais da Ínsua e aí discretamente se enterrou o corpo. Mas o senhor padre da época, o ''Abade João Domingos Arede'', por vias das dúvidas redigiu em '''1901''' o Assento de Óbito. ([[O JOGADOR DE PAU… que morreu em Cucujães|ver mais]])
Diz a memória popular que em '''Cucujães''' havia um padre que jogava muito bem o Jogo do Pau, um dia por azar, deu uma paulada na cabeça do opositor … e este morreu!... Treino que correu mal. Este foi o testemunho de um popular a Valter Santos, quando recolhia matéria para o livro «Cucujães Antigo e Moderno». Segundo reza esta historia, o levaram o corpo para os pinhais da Ínsua e aí discretamente se enterrou o corpo. Mas o senhor padre da época, o ''Abade João Domingos Arede'', por vias das dúvidas redigiu em '''1901''' o Assento de Óbito. ([[O JOGADOR DE PAU… que morreu em Cucujães|ver mais]])


== Referências ==
== Referências ==

Revisão das 19h18min de 20 de outubro de 2024

ZONA REGIONAL : NORTE

Bragança

Nas Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança do Abade de Baçal, o jogo do pau português aparece como uma prática de combate popular profundamente enraizada na vida rural da região, especialmente em tempos de guerra e conflitos. Em tempos de guerra, os habitantes de Trás-os-Montes eram frequentemente obrigados a trocar as ferramentas agrícolas pela defesa armada, usando chuços e, mais notoriamente, paus ou foices roçadouras. Estes instrumentos, parte do dia-a-dia agrícola, tornavam-se armas eficazes em tempos de necessidade, refletindo o espírito de autodefesa e a adaptação das populações às circunstâncias adversas.

Podemos encontrar também nestes relatos, um jogador com o nome de Canedo, um "varredor" de feiras e romarias nos séculos passados. Era um brigão notável, natural de Santulhão, concelho de Vimioso, que eventualmente encontrou o seu fim num motim durante a romaria do Santo Antão da Barca, no concelho de Alfândega da Fé, em 1902.[1]

Guimarães (Vimioso, Costa, Urgeses, Polvoreira e S. Romão)

Segundo o etnógrafo Alberto Alves Vieira Braga no seu livro Curiosidades de Guimarães, o jogo do pau na região era cultivado em várias freguesias, como Costa, Urgeses, Polvoreira e S. Romão, onde os praticantes se reuniam para adestrar os seus movimentos e técnicas.

Há ainda a obra literária de Joaquim António Ferreira da cidade de Guimarães, um pequeno livro técnico do Jogo do Pau. Podemos encontrar neste livro várias técnicas a aplicar descritas para estas situações são simples e eminentemente ofensivas, constam de "avanços" e "crescimentos" com um ou dois passos, conjuntamente com "varrimentas" simples e dobradas, também têm lugar os "sacudimentos ao lado" os "vira costas" e as "pontuadas" bem como o ladear pela esquerda e pela direita.

Ponte de Lima (Boalhosa)

O registo mais antigo sobre o jogo do pau nesta região, remete-nos ao ano de 1961, quando Padre Manuel Dias é transferido para a freguesia de Serdedelo, no concelho de Ponte de Lima e, mais tarde, assume também a paróquia da Boalhosa. Nessa época, procede ao registo de algumas notas etnográficas, de que se destacam o jogo do pau e os costumes funerários.[2]

O Jogo do Pau é uma constante presença na Feiras Novas, e em 1969, numa tentativa de ir ao encontro das raízes mais profundas da região, do mesmo modo que o Cortejo Etnográfico, realizou-se o 1.º Festival Popular da Desgarrada e o 1.º Torneio de Jogo do Pau.

Veja mais na página Jogo do Pau Boalhosa.

Aveiro (Cucujães)

Diz a memória popular que em Cucujães havia um padre que jogava muito bem o Jogo do Pau, um dia por azar, deu uma paulada na cabeça do opositor … e este morreu!... Treino que correu mal. Este foi o testemunho de um popular a Valter Santos, quando recolhia matéria para o livro «Cucujães Antigo e Moderno». Segundo reza esta historia, o levaram o corpo para os pinhais da Ínsua e aí discretamente se enterrou o corpo. Mas o senhor padre da época, o Abade João Domingos Arede, por vias das dúvidas redigiu em 1901 o Assento de Óbito. (ver mais)

Referências

  1. Livro «Cancioneiro Tradicional e Danças Populares Mirandesas» de 1984 (ver mais)
  2. Notas etnográficas de Jogo do Pau em Boalhosa - Ponte de Lima (ver mais)

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