Conde de Vimioso: diferenças entre revisões
(Há 3 edições intermédias do mesmo utilizador que não estão a ser apresentadas) | |||
Linha 1: | Linha 1: | ||
[[File:Foto_CondedeVimioso.jpg|thumb|right|200px]] | [[File:Foto_CondedeVimioso.jpg|thumb|right|200px| | ||
{| | |||
|'''Nascimento''' | |||
| 1817 | |||
|- | |||
|'''Morte''' | |||
| 1865 | |||
|- | |||
|'''Nacionalidade''' | |||
| Portuguesa | |||
|- | |||
|'''Naturalidade''' | |||
| Lisboa | |||
|} | |||
]] | |||
== Sobre == | == Sobre == | ||
Linha 16: | Linha 30: | ||
| | | | ||
« | « | ||
Por sua parte, as classes populares adoravam o conde de Vimioso, que as tratava sem preoccupaçoes hierarchicas, e que se distinguia pela exteriorisação de qualidades que muito deslumbram o critério pouco intellectual do povo: a valentia, a coragem, o primor da guitarra e do toureio.(...) | |||
<small>( | O sr. Queriol reduziu também a lenda do conde de Vimioso aos devidos termos, mas ainda assim resulta do seu artigo uma figura sympathica, que foi o conde, distincta por aquellas qualidades, não intellectivas, que o publico aprecia e que ainda hoje constituem a galhardia do moderno ''sport''. | ||
Desde muito novo que D. Francisco de Paula se notabilisou pelo valor physico e destemida coragem. | |||
<ref> | Creança de 16 para 17 annos, serviu o exercito liberal como aspirante de lanceiros. (...) | ||
Foi por occasião da feira do Campo Grande.<br> | |||
Dois valentões da província tinham se postado junto ao portão de ferro, que então limitava o Campo Gran- de pelo lado do Lumiar, e não deixavam entrar nem sair ninguém. | |||
A que distancia já ficam hoje estas bravas tunantadas portuguezas, e que mal se podem comprehender agora! | |||
Raça de Hercules, no acerto ou na loucura, quebra- mos: agora estamos a pedir funda. | |||
O povo levantou celeuma contra os dois pimpões, mas não ouzava affrontalos, porque algum saloio que investia, recuava ganindo, deslombado. | |||
Com o [[Conde de Vimioso]] estavam almoçando n'essa occasião o sr. Miguel Queriol e João Nunes Vizeu. | |||
Ouviram o borborinho que vinha da alameda, informaram-se da occorrencia, e não tiveram um momento de hesitação. | |||
Narra o sr. Queriol, sem faltar de si mesmo, mas certamente que não deixou de molhar a sua sopa, porque era muito desembaraçado : | |||
::« O conde de Vimioso e José Vizeu apenas tiveram tempo de cada um se '''''munir de bons cajados de marmaleiro''''', e fazendo frente aos dois '''''varredores de feiras''''' os levaram a tombos até junto da feira, onde os soldados municipaes os receberam contusos e confusos da má sorte que em Lisboa veio offuscar a sua valentia provinciana.» | |||
Todos estes predicados davam prestigio, faziam lenda ao conde no conceito popular. Pode imaginar se a ovação de que elle seria alvo n'aquella manhã do Campo Grande, quando varreu os dois alcides que varriam a feira. | |||
<small>(pp.172-173)</small> | |||
<ref>PIMENTEL, Alberto, ''A triste canção do sul (subsidios para a historia do fado)'', Lisboa: Livraria Central de Gomes de Carvalho, 1904 ([[Livro: A Triste Canção do Sul|sobre o livro]])</ref> | |||
» | » | ||
|- | |- | ||
Linha 34: | Linha 66: | ||
== Ver também == | == Ver também == | ||
* [[Personagens|Personagens Históricas]] | |||
* [[Livro: A Triste Canção do Sul|Ver o livro ''A triste canção do sul (subsidios para a historia do fado) de Alberto Pimentel, 1904]] | * [[Livro: A Triste Canção do Sul|Ver o livro ''A triste canção do sul (subsidios para a historia do fado) de Alberto Pimentel, 1904]] | ||
== Referências == | == Referências == |
Edição atual desde as 09h26min de 30 de dezembro de 2024
Sobre
Conde de Vimioso foi um título criado por D. Manuel I, por carta de 2 de Fevereiro de 1515, a favor de D. Francisco de Paula de Portugal e Castro, 1.º conde de Vimioso.
Francisco de Paula de Portugal e Castro, foi o 13.º Conde de Vimioso (28 de Julho de 1817 – 8 de Julho de 1865), foi um fidalgo português que se notabilizou enquanto cavaleiro tauromáquico.
É talvez hoje mais recordado como amante da fadista Maria Severa Onofriana; segundo a lenda, o Conde de Vimioso era enfeitiçado pela forma como cantava e tocava guitarra, levando-a frequentemente à tourada. Proporcionou-lhe grande celebridade e naturalmente permitiu a Severa um maior prestígio e número de oportunidades para se exibir para um público de jovens oriundos da elite social e intelectual portuguesa. [1]
Publicações onde é citado
« Por sua parte, as classes populares adoravam o conde de Vimioso, que as tratava sem preoccupaçoes hierarchicas, e que se distinguia pela exteriorisação de qualidades que muito deslumbram o critério pouco intellectual do povo: a valentia, a coragem, o primor da guitarra e do toureio.(...) O sr. Queriol reduziu também a lenda do conde de Vimioso aos devidos termos, mas ainda assim resulta do seu artigo uma figura sympathica, que foi o conde, distincta por aquellas qualidades, não intellectivas, que o publico aprecia e que ainda hoje constituem a galhardia do moderno sport. Desde muito novo que D. Francisco de Paula se notabilisou pelo valor physico e destemida coragem. Creança de 16 para 17 annos, serviu o exercito liberal como aspirante de lanceiros. (...) Foi por occasião da feira do Campo Grande. A que distancia já ficam hoje estas bravas tunantadas portuguezas, e que mal se podem comprehender agora! Raça de Hercules, no acerto ou na loucura, quebra- mos: agora estamos a pedir funda. O povo levantou celeuma contra os dois pimpões, mas não ouzava affrontalos, porque algum saloio que investia, recuava ganindo, deslombado. Com o Conde de Vimioso estavam almoçando n'essa occasião o sr. Miguel Queriol e João Nunes Vizeu. Ouviram o borborinho que vinha da alameda, informaram-se da occorrencia, e não tiveram um momento de hesitação. Narra o sr. Queriol, sem faltar de si mesmo, mas certamente que não deixou de molhar a sua sopa, porque era muito desembaraçado :
Todos estes predicados davam prestigio, faziam lenda ao conde no conceito popular. Pode imaginar se a ovação de que elle seria alvo n'aquella manhã do Campo Grande, quando varreu os dois alcides que varriam a feira. (pp.172-173) [2] » |
Galeria de imagens
Ver também
- Personagens Históricas
- Ver o livro A triste canção do sul (subsidios para a historia do fado) de Alberto Pimentel, 1904
Referências
- ↑ Conde de Vimioso na Wikipédia
- ↑ PIMENTEL, Alberto, A triste canção do sul (subsidios para a historia do fado), Lisboa: Livraria Central de Gomes de Carvalho, 1904 (sobre o livro)