Conde de Vimioso

Fonte: Jogo do Pau Português
Nascimento 1817
Morte 1865
Nacionalidade Portuguesa
Naturalidade Lisboa

Sobre

Conde de Vimioso foi um título criado por D. Manuel I, por carta de 2 de Fevereiro de 1515, a favor de D. Francisco de Paula de Portugal e Castro, 1.º conde de Vimioso.

Francisco de Paula de Portugal e Castro, foi o 13.º Conde de Vimioso (28 de Julho de 1817 – 8 de Julho de 1865), foi um fidalgo português que se notabilizou enquanto cavaleiro tauromáquico.

É talvez hoje mais recordado como amante da fadista Maria Severa Onofriana; segundo a lenda, o Conde de Vimioso era enfeitiçado pela forma como cantava e tocava guitarra, levando-a frequentemente à tourada. Proporcionou-lhe grande celebridade e naturalmente permitiu a Severa um maior prestígio e número de oportunidades para se exibir para um público de jovens oriundos da elite social e intelectual portuguesa. [1]

Publicações onde é citado

« Por sua parte, as classes populares adoravam o con- de de Vimioso, que as tratava sem preoccupaçoes hierarchicas, e que se distinguia pela exteriorisação de qualidades que muito deslumbram o critério pouco intellectual do povo: a valentia, a coragem, o primor da guitarra e do toureio.(...)

O sr. Queriol reduziu também a lenda do conde de Vimioso aos devidos termos, mas ainda assim resulta do seu artigo uma figura sympathica, que foi o conde, distincta por aquellas qualidades, não intellectivas, que o publico aprecia e que ainda hoje constituem a galhardia do moderno sport.

Desde muito novo que D. Francisco de Paula se notabilisou pelo valor physico e destemida coragem. Creança de 16 para 17 annos, serviu o exercito liberal como aspirante de lanceiros. (...)

Foi por occasião da feira do Campo Grande.
Dois valentões da província tinham se postado junto ao portão de ferro, que então limitava o Campo Gran- de pelo lado do Lumiar, e não deixavam entrar nem sair ninguém.

A que distancia já ficam hoje estas bravas tunantadas portuguezas, e que mal se podem comprehender agora!

Raça de Hercules, no acerto ou na loucura, quebra- mos: agora estamos a pedir funda. O povo levantou celeuma contra os dois pimpões, mas não ouzava affrontalos, porque algum saloio que investia, recuava ganindo, deslombado.

Com o Conde de Vimioso estavam almoçando n'essa occasião o sr. Miguel Queriol e João Nunes Vizeu. Ouviram o borborinho que vinha da alameda, informaram-se da occorrencia, e não tiveram um momento de hesitação.

Narra o sr. Queriol, sem faltar de si mesmo, mas certamente que não deixou de molhar a sua sopa, porque era muito desembaraçado :

« O conde de Vimioso e José Vizeu apenas tiveram tempo de cada um se munir de bons cajados de marmaleiro, e fazendo frente aos dois varredores de feiras os levaram a tombos até junto da feira, onde os soldados municipaes os receberam contusos e confusos da má sorte que em Lisboa veio offuscar a sua valentia provinciana.»

Todos estes predicados davam prestigio, faziam lenda ao conde no conceito popular. Pode imaginar se a ovação de que elle seria alvo n'aquella manhã do Campo Grande, quando varreu os dois alcides que varriam a feira. (pp.172-173) [2] »

Galeria de imagens

Ver também

Referências

  1. Conde de Vimioso na Wikipédia
  2. PIMENTEL, Alberto, A triste canção do sul (subsidios para a historia do fado), Lisboa: Livraria Central de Gomes de Carvalho, 1904 (sobre o livro)