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Jogo na Zona Norte: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
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== ZONA REGIONAL : NORTE ==
== ZONA REGIONAL : NORTE ==


=== Porto ===


=== Boalhosa ===
Largo Jogo do Pau - 4795-564 São Tomé Negrelos, Santo Tirso, Porto


O registo mais antigo sobre o jogo do pau nesta região, remete-nos ao ano de '''1961''', quando ''Padre Manuel Dias'' é transferido para a freguesia de Serdedelo, no concelho de Ponte de Lima e, mais tarde, assume também a paróquia da Boalhosa. Nessa época, procede ao registo de algumas notas etnográficas, de que se destacam o jogo do pau e os costumes funerários.<ref>Notas etnográficas de Jogo do Pau em Boalhosa - Ponte de Lima ([[Doc: Notas etnográficas de Jogo do Pau em Boalhosa - Ponte de Lima|ver mais]])</ref>
Rua Jogo do Pau - 4620-460 Nogueira, Lousada, Porto
 
=== Braga ===
 
===== Fafe =====
 
===== Vieira do Minho =====
 
===== Montalegre (Salto) =====
 
===== Bucos (Cabeceiras de Basto) =====
 
===== Vilarinho da Furna =====
 
Em Vilarinho da Furna, situada no concelho de Terras de Bouro, no coração do Gerês, o Jogo do Pau não era uma prática tradicionalmente enraizada, apesar de estar inserido na região minhota onde a arte era mais comum. Era praticado apenas por alguns indivíduos que a haviam aprendido fora da aldeia, nomeadamente em feiras, romarias ou durante ausências prolongadas. Assim, o jogo era visto como uma habilidade útil de defesa pessoal, mas sem expressão comunitária nem continuidade local.<ref>Livro «Vilarinho da Furna uma aldeia comunitária» de 1983 ([[Livro: Vilarinho da Furna uma aldeia comunitária|ver mais]])</ref>
 
=== Bragança ===
 
Nas [[Livro: Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança|Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança]] do Abade de Baçal, o jogo do pau português aparece como uma prática de combate popular profundamente enraizada na vida rural da região, especialmente em tempos de guerra e conflitos. Em tempos de guerra, os habitantes de Trás-os-Montes eram frequentemente obrigados a trocar as ferramentas agrícolas pela defesa armada, usando chuços e, mais notoriamente, paus ou foices roçadouras. Estes instrumentos, parte do dia-a-dia agrícola, tornavam-se armas eficazes em tempos de necessidade, refletindo o espírito de autodefesa e a adaptação das populações às circunstâncias adversas.
 
Podemos encontrar também nestes relatos, um jogador com o nome de ''Canedo'', um "varredor" de feiras e romarias nos séculos passados. Era um brigão notável, natural de '''Santulhão''', concelho de Vimioso, que eventualmente encontrou o seu fim num motim durante a romaria do Santo Antão da Barca, no concelho de Alfândega da Fé, em '''1902'''.<ref>Livro «Cancioneiro Tradicional e Danças Populares Mirandesas» de 1984 ([[Livro: Cancioneiro Tradicional e Danças Populares Mirandesas|ver mais]])</ref>
 
=== Guimarães ===
 
===== Costa, Urgeses, Polvoreira e S. Romão =====
 
Segundo o etnógrafo ''Alberto Alves Vieira Braga'' no seu livro [[Livro: Curiosidades de Guimarães XX|Curiosidades de Guimarães]], o jogo do pau na região era cultivado em várias freguesias, como '''Costa''', '''Urgeses''', '''Polvoreira''' e '''S. Romão''', onde os praticantes se reuniam para adestrar os seus movimentos e técnicas.
 
Há ainda a obra literária de [[Livro: A arte do Jogo do Pau|Joaquim António Ferreira]] da cidade de Guimarães, um pequeno livro técnico do Jogo do Pau. Podemos encontrar neste livro várias técnicas a aplicar descritas para estas situações são simples e eminentemente ofensivas, constam de "avanços" e "crescimentos" com um ou dois passos, conjuntamente com "varrimentas" simples e dobradas, também têm lugar os "sacudimentos ao lado" os "vira costas" e as "pontuadas" bem como o ladear pela esquerda e pela direita.
 
=== Ponte de Lima ===
 
===== Boalhosa =====
 
O registo mais antigo sobre o jogo do pau nesta região, remete-nos ao ano de '''1961''', quando ''Padre Manuel Dias'' é transferido para a freguesia de Serdedelo, no concelho de Ponte de Lima e, mais tarde, assume também a paróquia da '''Boalhosa'''. Nessa época, procede ao registo de algumas notas etnográficas, de que se destacam o jogo do pau e os costumes funerários.<ref>Notas etnográficas de Jogo do Pau em Boalhosa - Ponte de Lima ([[Doc: Notas etnográficas de Jogo do Pau em Boalhosa - Ponte de Lima|ver mais]])</ref>


O Jogo do Pau é uma constante presença na ''Feiras Novas'', e em 1969, numa tentativa de ir ao encontro das raízes mais profundas da região, do mesmo modo que o Cortejo Etnográfico, realizou-se o ''1.º Festival Popular da Desgarrada'' e o ''1.º Torneio de Jogo do Pau''.
O Jogo do Pau é uma constante presença na ''Feiras Novas'', e em 1969, numa tentativa de ir ao encontro das raízes mais profundas da região, do mesmo modo que o Cortejo Etnográfico, realizou-se o ''1.º Festival Popular da Desgarrada'' e o ''1.º Torneio de Jogo do Pau''.
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Veja mais na página [[Jogo do Pau Boalhosa]].
Veja mais na página [[Jogo do Pau Boalhosa]].


== Santulhão (Vimioso) ==
=== Aveiro ===
 
Podemos encontrar nos relatos do ''abade de Baçal'', um jogador com o nome de ''Canedo'', um "varredor" de feiras e romarias nos séculos passados'''. Era um brigão notável, natural de Santulhão, concelho de Vimioso, que eventualmente encontrou o seu fim num motim durante a romaria do Santo Antão da Barca, no concelho de Alfândega da Fé, em '''1902'''.<ref>Livro «Cancioneiro Tradicional e Danças Populares Mirandesas» de 1984 ([[Livro: Cancioneiro Tradicional e Danças Populares Mirandesas|ver mais]])</ref>


== Cucujães (Aveiro) ==
===== Cucujães =====


Diz a memória popular que em Cucujães havia um padre que jogava muito bem o Jogo do Pau, um dia por azar, deu uma paulada na cabeça do opositor … e este morreu!... Treino que correu mal. Este foi o testemunho de um popular a Valter Santos, quando recolhia matéria para o livro «Cucujães Antigo e Moderno». Segundo reza esta historia, o levaram o corpo para os pinhais da Ínsua e aí discretamente se enterrou o corpo. Mas o senhor padre da época, o ''Abade João Domingos Arede'', por vias das dúvidas redigiu em '''1901''' o Assento de Óbito. ([[O JOGADOR DE PAU… que morreu em Cucujães|ver mais]])
Diz a memória popular que em '''Cucujães''' havia um padre que jogava muito bem o Jogo do Pau, um dia por azar, deu uma paulada na cabeça do opositor … e este morreu!... Treino que correu mal. Este foi o testemunho de um popular a Valter Santos, quando recolhia matéria para o livro «Cucujães Antigo e Moderno». Segundo reza esta historia, o levaram o corpo para os pinhais da Ínsua e aí discretamente se enterrou o corpo. Mas o senhor padre da época, o ''Abade João Domingos Arede'', por vias das dúvidas redigiu em '''1901''' o Assento de Óbito. ([[O JOGADOR DE PAU… que morreu em Cucujães|ver mais]])


== Referências ==
== Referências ==

Edição atual desde as 10h38min de 9 de julho de 2025

ZONA REGIONAL : NORTE

Porto

Largo Jogo do Pau - 4795-564 São Tomé Negrelos, Santo Tirso, Porto

Rua Jogo do Pau - 4620-460 Nogueira, Lousada, Porto

Braga

Fafe
Vieira do Minho
Montalegre (Salto)
Bucos (Cabeceiras de Basto)
Vilarinho da Furna

Em Vilarinho da Furna, situada no concelho de Terras de Bouro, no coração do Gerês, o Jogo do Pau não era uma prática tradicionalmente enraizada, apesar de estar inserido na região minhota onde a arte era mais comum. Era praticado apenas por alguns indivíduos que a haviam aprendido fora da aldeia, nomeadamente em feiras, romarias ou durante ausências prolongadas. Assim, o jogo era visto como uma habilidade útil de defesa pessoal, mas sem expressão comunitária nem continuidade local.[1]

Bragança

Nas Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança do Abade de Baçal, o jogo do pau português aparece como uma prática de combate popular profundamente enraizada na vida rural da região, especialmente em tempos de guerra e conflitos. Em tempos de guerra, os habitantes de Trás-os-Montes eram frequentemente obrigados a trocar as ferramentas agrícolas pela defesa armada, usando chuços e, mais notoriamente, paus ou foices roçadouras. Estes instrumentos, parte do dia-a-dia agrícola, tornavam-se armas eficazes em tempos de necessidade, refletindo o espírito de autodefesa e a adaptação das populações às circunstâncias adversas.

Podemos encontrar também nestes relatos, um jogador com o nome de Canedo, um "varredor" de feiras e romarias nos séculos passados. Era um brigão notável, natural de Santulhão, concelho de Vimioso, que eventualmente encontrou o seu fim num motim durante a romaria do Santo Antão da Barca, no concelho de Alfândega da Fé, em 1902.[2]

Guimarães

Costa, Urgeses, Polvoreira e S. Romão

Segundo o etnógrafo Alberto Alves Vieira Braga no seu livro Curiosidades de Guimarães, o jogo do pau na região era cultivado em várias freguesias, como Costa, Urgeses, Polvoreira e S. Romão, onde os praticantes se reuniam para adestrar os seus movimentos e técnicas.

Há ainda a obra literária de Joaquim António Ferreira da cidade de Guimarães, um pequeno livro técnico do Jogo do Pau. Podemos encontrar neste livro várias técnicas a aplicar descritas para estas situações são simples e eminentemente ofensivas, constam de "avanços" e "crescimentos" com um ou dois passos, conjuntamente com "varrimentas" simples e dobradas, também têm lugar os "sacudimentos ao lado" os "vira costas" e as "pontuadas" bem como o ladear pela esquerda e pela direita.

Ponte de Lima

Boalhosa

O registo mais antigo sobre o jogo do pau nesta região, remete-nos ao ano de 1961, quando Padre Manuel Dias é transferido para a freguesia de Serdedelo, no concelho de Ponte de Lima e, mais tarde, assume também a paróquia da Boalhosa. Nessa época, procede ao registo de algumas notas etnográficas, de que se destacam o jogo do pau e os costumes funerários.[3]

O Jogo do Pau é uma constante presença na Feiras Novas, e em 1969, numa tentativa de ir ao encontro das raízes mais profundas da região, do mesmo modo que o Cortejo Etnográfico, realizou-se o 1.º Festival Popular da Desgarrada e o 1.º Torneio de Jogo do Pau.

Veja mais na página Jogo do Pau Boalhosa.

Aveiro

Cucujães

Diz a memória popular que em Cucujães havia um padre que jogava muito bem o Jogo do Pau, um dia por azar, deu uma paulada na cabeça do opositor … e este morreu!... Treino que correu mal. Este foi o testemunho de um popular a Valter Santos, quando recolhia matéria para o livro «Cucujães Antigo e Moderno». Segundo reza esta historia, o levaram o corpo para os pinhais da Ínsua e aí discretamente se enterrou o corpo. Mas o senhor padre da época, o Abade João Domingos Arede, por vias das dúvidas redigiu em 1901 o Assento de Óbito. (ver mais)

Referências

  1. Livro «Vilarinho da Furna uma aldeia comunitária» de 1983 (ver mais)
  2. Livro «Cancioneiro Tradicional e Danças Populares Mirandesas» de 1984 (ver mais)
  3. Notas etnográficas de Jogo do Pau em Boalhosa - Ponte de Lima (ver mais)

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