Graduações do Jogo do Pau
GRADUAÇÕES DO JOGO DO PAU
O Jogo do Pau Português, enquanto prática tradicional, não tem uma graduação específica. O jogador iniciava o seu treino ainda muito novo e a experiência e treino levá-lo-ia a um jogador experiente.
O traje tradicional do jogador do pau possui uma faixa de algodão, esta é naturalmente vermelha, correspondente no velho Minho e, segundo lembra Mestre Pedro Ferreira (Natural de Melgaço), ao “rapaz namoradeiro”, já jogador. O iniciado no jogo do pau, usá-la-ia amarela, que correspondia no passado ao «miúdo» que fazia a «primeira comunhão», depois verde, onde o seu portador já possuía alguma experiência, mas ainda não podia envolver-se em combates com os mais velhos, depois vermelha, como já indicado, ao “rapaz namoradeiro” que já podia defender a sua namorada e mostrar a sua valentia, preta ao homem casado, que já poderia ensinar aos seus filhos, e por fim, roxa, para o regedor da freguesia.
Nesse contexto, em Lisboa, e margem a sul do Tejo, foram criados vários graus de aprendizagem, já na vertente mais desportiva, com um programa de acompanhamento técnico do jogador, aplicando-se assim algumas faixas a cada grau. Mantendo a tradição popular, a primeira faixa amarela é para quem inicia, a segunda faixa é a verde, a terceira faixa vermelha, e por último, a faixa preta é reservada aos mestres, podendo esta ter até cinco estrelas. A faixa roxa já não se aplica ao regedor da freguesia, mas sim, por mérito, ao mestre mais antigo do JPP. Esta convenção foi definida pela Associação do Jogo do Pau de Lisboa.
No Algarve, segundo o modelo de ensino do Mestre Hélder Valente, aluno da escola do Ateneu, Lisboa, inicia-se como aprendiz, evolui para iniciado, e só após de dois anos de prática regular passa a jogador. Após cinco anos de prática regular passa a contramestre e por fim, após de 15 anos de prática regular e domínio completo das técnicas e terminologias tradicionais do JPP passa a mestre.[1]
- ↑ LOPES, Paulo, O Jogo do Pau Português, 5livros, 2020 (sobre o livro)