Jogo das Rondas
Jogo das Rondas
Jogo criado pelo Mestre Ricardo Moura na Escola Jogo do Pau de Cascais, com o objectivo de optimizar a defesa em continuidade contra múltiplos adversários.
Este jogo é tanto um exercício físico como um ritual de passagem. É quando o pau pesa mais e o corpo pede descanso que o verdadeiro jogo começa.
Enquadramento
O Jogo das Rondas surge como uma adaptação moderna de treino dentro da tradição do Jogo do Pau português, focada na resistência física, capacidade de resposta sob fadiga e controlo técnico em situações de pressão contínua.
Embora inspirado nos tempos em que o jogador tinha de se manter alerta e preparado para sucessivos desafios em encontros festivos, treinos abertos ou mesmo em confrontos locais, este exercício responde a uma necessidade muito atual: a preparação do corpo e da mente para manter a eficácia técnica mesmo em desgaste acumulado.
Num mundo onde o treino técnico é cada vez mais complementado por princípios de preparação física e gestão emocional, o Jogo das Rondas oferece um bloco de treino intenso, com grande valor pedagógico e marcial. Ensina o praticante a manter o foco, o distanciamento adequado, a economia de movimento e o espírito combativo — mesmo quando o corpo já pede descanso.
É um exercício onde não basta saber "jogar". É preciso saber aguentar o "Jogo".
Descrição Técnica da Prova
Objetivo
Treinar a resistência física e mental de um jogador, bem como a sua capacidade de adaptação no momento… colocando-o sob pressão contínua contra múltiplos adversários, em sequência.
Formato do exercício
- Um jogador é colocado no centro e enfrenta adversários um de cada vez, em rondas de 30 segundos cada.
- Após cada ronda, o adversário troca — entra um novo jogador “fresco”, enquanto o central mantém-se em combate contínuo.
- O número total de rondas pode variar consoante o nível do praticante, podendo chegar até 10 rondas consecutivas (ou cerca de 5 minutos no total).
Regras e conduta
- Os adversários que entram devem pressionar com intensidade realista, mas com controlo, respeitando o nível do jogador central.
- O jogador central deve manter jogo técnico e não apenas defensivo, tentando responder sempre que possível.
- A ênfase está na gestão de esforço, leitura do adversário, controlo do ritmo e das distâncias.
Resultados esperados
- Aumento da resistência e do controlo emocional sob pressão;
- Melhoria do jogo defensivo em cansaço acumulado;
- Desenvolvimento de resposta instintiva e técnica em condições adversas.
Vídeos
Treino entre dois jogadores da Escola de Cascais: Luís Costa e Tomás Ferreira (o “Pestinha”), de apenas 16 anos. Neste vídeo, o “Pestinha” já tinha enfrentado quatro atletas e estava no último. Luís Costa entra com um jogo muito controlado, pressionando ao máximo sem bater. Em resposta, Tomás adota uma postura mais defensiva, gerindo o cansaço e mantendo bem as distâncias. |