Jogo nas Beiras

Fonte: Jogo do Pau Português

ZONA REGIONAL : BEIRA ALTA E BAIXA

Sertã (Castelo Branco)

Na Sertã, os Serranos demonstravam um certo afastamento das regras sociais instituídas, optando ao invés por resolver entre eles os seus diferendos e conflitos: «O "Stº António da Neve" era assim um sítio onde todos os anos se realizava a grande assembleia dos povoados serranos, e onde se resolviam, de forma mais ou menos ritualizada (nomeadamente com o jogo do pau) as questões internas; parece que era mesmo o local reservado para “discutir os casos” da vida serrana, de forma que, quando durante o ano surgia alguma questão, aprazava-se logo: "no Stº António pagas-mas"»[1]

« Embora os serranos não fossem muito religiosos, cada conjunto de três aldeias tinha uma capela comum no lugar do centro, o maior, onde se realizava a festa e o baile. Nestas ocasiões todos se uniam e comemoravam em festas de índole religiosa.

O centro da Serra, local culto religioso e pagão e de trocas comerciais era o Sto. António da Neve, onde era demonstrada a solidariedade da serra. Juntavam-se nove aldeias com Lousã, Serpins, Vilarinho, Coentral, Castanheira de Pêra. Embora que as aldeias fizessem bailes entre si, as outras freguesias faziam bailes à parte; se, durante o ano alguém dissesse “No Sto. António pagas-mas”, isso significava que o jogo do pau iria ser, mais uma vez, uma forma de resolver problemas. »
Artigo «Aldeias Serranas que Futuro» de (ver mais)

Serra da Estrela

Sabugueiro

Segundo Alberto Martinho, as rivalidades entre os habitantes do Sabugueiro e as povoações próximas (São Romão, Lapa e Vila de Seia) eram resolvidas a "pau". Rivalidades que surgiam devido às demarcações das pastagens, que segundo o autor, duravam desde o séc. XVI.[2]

Valezim

Em Valezim, aldeia de Seia, cuja fundação são desconhecidos. Os homens da região são descritos como robustos, sóbrios e valentes, e descendentes dos pesures ou hermínios, povos indomáveis. Eles têm uma habilidade especial no jogo do pau, que é sua principal distração e fonte de orgulho.[3]

Referências

  1. Livro «Terra que já foi Terra» de 1985 (ver mais)
  2. Livro «Sabugueiro - uma aldeia da Serra da Estrela» de 1972 (ver mais)
  3. Livro «Portugal antigo e moderno» de 1982 (ver mais)