José do Telhado: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
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* MONTEIRO, Campos, ''José do Telhado e os Quadrilheiros''. Revista ''Civilização'', nº 29-34, Nov. 1930 a Abril 1931
* MONTEIRO, Campos, ''José do Telhado e os Quadrilheiros''. Revista ''Civilização'', nº 29-34, Nov. 1930 a Abril 1931
* NORONHA, Eduardo de, ''José do Telhado'', Edição d'O Primeiro de Janeiro, Porto, 1923
* NORONHA, Eduardo de, ''José do Telhado'', Edição d'O Primeiro de Janeiro, Porto, 1923
* SIlVA, Joaquim Palminha da, ''A Revolução da Maria da Fonte - subsídios para a sua história e interpretação. Edições Afrontamento, Porto, 1978
* SILVA, Joaquim Palminha da, ''A Revolução da Maria da Fonte - subsídios para a sua história e interpretação. Edições Afrontamento, Porto, 1978
* SOUSA, Rafael Augusto de, ''A vida de José do Telhado''
* SOUSA, Rafael Augusto de, ''A vida de José do Telhado''
* PINTO, José Manuel de Castro, ''José do Telhado'', Lisboa: Plátano Editora, 2ª edição Setembro 2007
* PINTO, José Manuel de Castro, ''José do Telhado'', Lisboa: Plátano Editora, 2ª edição Setembro 2007

Revisão das 09h30min de 11 de março de 2021

José do Telhado

Sobre

... Já no degredo, Zé do Telhado, aproveitando o conhecimento com o capitão-de-fragata Emílio Magalhães Roxo de Almeida, entregou-lhe uma carta dirigida a Camilo (1871), em que ressalta a amizade entre ambos, tratando Camilo por “meu bom amigo” e salientando a “[…] amizade sincera que nos nutrimos de modo recíproco […]”. Nessa missiva, Zé do Telhado descreve a sua vida em Malange, onde contraíra novo casamento e constituíra uma nova família, num degredo perpétuo “[…] que me tem sido agradável, tanto quanto é possível.” Zé do Telhado despede-se de Camilo Castelo Branco com a seguinte frase, que carrega um misto de admiração e amizade:

“Do seu devotado e eterno admirador e kamba ria muxima (em Kimbundu, língua africana falada no noroeste de Angola, a expressão “kamba ria muxima” significa – “amigo do coração”).

Relação de Camilo Castelo Branco com José do Telhado

Uma dessas personagens que Camilo Castelo Branco conheceu na Cadeia da Relação do Porto, suspeito de crime de adultério, foi José do Telhado, com o qual conviveu durante algum tempo. Camilo apresenta no seu livro Memórias do cárcere, em traços largos, uma biografia do José do Telhado, pelo que lhe dedica todo o Capítulo XVI, do volume II, acrescido posteriormente de algumas referências.

Conta-se que Camilo, enquanto esteve preso por adultério, temia pela sua vida, pois imaginava que Pinheiro Alves, o marido enganado por Ana Plácido, poderia subornar um preso qualquer para o matar. Esta sua preocupação, que lhe tirava o sono e o sossego, foi transmitida a José do Telhado, que lhe terá respondido “[…] que estivesse descansado, pois se alguém lhe tocasse com um dedo, três dias e três noites não chegariam para enterrar os mortos […]”.

Como reconhecimento por esta protecção, Camilo conseguiu que o seu advogado de defesa fosse também o mesmo para defender o Zé do Telhado. Por esse motivo, José do Telhado teve como defensor o Dr. Marcelino de Matos que o livrou da forca, embora não tivesse conseguido librá-lo do degredo na África Ocidental (Angola), durante 15 anos. [1]

Alguma bibliografia dedicada a José do Telhado

  • BRANCO, Camilo Castelo, Memórias do Cárcere, dois volumes, Porto: Editora Viúva Moré, 1862
  • CABRAL, António, Camilo de Perfil. Livrarias Aillaud e Bertrand, Lisboa, 1922
  • CASIMIRO, Padre (José Vieira Casimiro), Apontamentos para a Históia da Revolução do Minho en 1846, Braga, 1884
  • MONTEIRO, Campos, José do Telhado e os Quadrilheiros. Revista Civilização, nº 29-34, Nov. 1930 a Abril 1931
  • NORONHA, Eduardo de, José do Telhado, Edição d'O Primeiro de Janeiro, Porto, 1923
  • SILVA, Joaquim Palminha da, A Revolução da Maria da Fonte - subsídios para a sua história e interpretação. Edições Afrontamento, Porto, 1978
  • SOUSA, Rafael Augusto de, A vida de José do Telhado
  • PINTO, José Manuel de Castro, José do Telhado, Lisboa: Plátano Editora, 2ª edição Setembro 2007

Ver também

Referências

  1. Texto de Maximina Girão Ribeiro em ETCeTAL jornal