Livro: Feiras e outros divertimentos populares de Lisboa: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
Linha 40: Linha 40:
|-
|-
|}
|}
Sobre a Feira do Campo Grande, o relata uma história de dois jogadores de pau, o ''[[Conde de Vimioso]]'' e o seu amigo João Nunes Vizeu:
Sobre a Feira do Campo Grande, é relatada uma história de dois jogadores de pau, o ''[[Conde de Vimioso]]'' e o seu amigo João Nunes Vizeu:
{| class="wikitable" style="text-align: left;"
{| class="wikitable" style="text-align: left;"
|-
|-

Revisão das 19h31min de 21 de março de 2021

capa do livro

Sobre

  • Autor: Mário Costa
  • Publicação: Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1.ª edição 1950
  • Formato: 522 páginas, 44 estampas (21,6cm x 15,9cm)


Trabalho de crónica urbana, num estilo de reportagem por feiras como a Feira da Ladra, a Feira do Lumiar, a Feira da Luz, a antiga Feira Popular de Palhavã, ou a Feira de Algés, e muitas outras há muito desaparecidas.

Prefácio

O presente trabalho, que fomos convidado a prefaciar, é constituído por uma série de pequenas crónicas que mostram como se divertiam algumas classes da sociedade lisboeta na segunda metade do século XIX e nos princípios do corrente.(...)

Trata o autor das feiras populares que se realizavam periódicamente em Lisboa e nos seus arredores, descrevendo os objectos que nela se mercadejavam, e os divertimentos que aí se exibiam, salpicando a narrativa com a citação e a menção de factos mais ou mesnos cómicos, e com a descrição de tipos picarescos que as frequentavam.

Além das feiras, também o autor tratou de vários outros locais de divertimento populares, espalhados pela cidade, onde se reunia uma sociedade com os seus característicos especiais. (...)

Prefácio do arqueólogo Augusto Vieira da Silva

Excertos da obra

Sobre a Feira de Loures, o autor cita:

« Era, como tantas outras, uma feira mista, de gado e de artigos diversos (...) os homens que ofereciam à venda, «bordões, chibatas, varas e varapáus armados» (p.60)[1]

Os garbosos moços de barrete e cajado «domingueiros», desfilavam pavoneantes e pimpões, dirigindo graçolas, madrigais e piscadelas de olho. (p.61) »

Sobre a Feira do Campo Grande, é relatada uma história de dois jogadores de pau, o Conde de Vimioso e o seu amigo João Nunes Vizeu:

« Do Conde de Vimioso, a quem "as classes populares adoravam", um facto se conta que revela a sua valentia e destreza. Num dia de feira, estavam almoçando naquele mesmo palácio, na companhia do Conde, os seus amigos Miguel Queriol e João Nunes Vizeu. Chegou ao conhecimento destes que, dois valentões provincianos, se tinham prantado em frente do portão de ferro, do lado do Lumiar, um dos que vedavam o Passeio, e não permitiam que entrasse ou saísse fose quem fosse.

Começaram por promover grande alarido, os que se viam impedidos de seguir o seu caminho. Era necessário que alguém tomasse atitudes enérgicas. Vimioso e Vizeu armaram-se de dois marmeleiros e, ousadamente, levaram à sua frente, cambaleantes, até ao lugar da feira, os dois brincalhões, que foram entregues, com as devidas honras, aos soldados da guarda.

Acabou assim - um pouco cara - a infeliz ideia dos homenzinhos.[2]

Vamos lá então à feira, para onde, mesmo sem querer, fomos levados pelos dois hábeis jogadores de pau. (...)

Realizavam-se importantes transacções (...) como indispensáveis, os varapaus ferrados e as varas para varejo da azeitona. (pp.101-103) »

Ver também

Referências

  1. O autor referência o livro Pelos subúrbios e vizinhanças de Lisboa, Gabriel Pereira, 1910, p.116
  2. O autor referencia o livro A triste canção do sul, Alberto Pimentel, 1904, pag.173