Livro: Historia da guerra civil e do estabelecimento do governo parlamentar em Portugal. Segunda Época, Guerra da Peninsula, Tomo I

Fonte: Jogo do Pau Português
capa do livro


Sobre

  • Relevância: ★★☆
  • Título: Historia da guerra civil e do estabelecimento do governo parlamentar em Portugal. Comprehendendo a historia diplomatica, militar e politica d’este reino desde 1777 até 1834
  • Autor: Simão José da Luz Soriano (1802-1891)
  • Publicação: Lisboa: Imprensa Nacional. Tomo I de 1866
  • Formato: 656 páginas (14x22 cm)


Monumental obra de investigação histórica, repleta de informações e abundante transcrição de documentação inédita, verdadeiramente indispensável para quem estuda história de Portugal da época. Inclui numerosas estampas e mapas desdobráveis em separado.

Excertos da obra

« Queixas se tinham feito ao general Thomiers, de que os moradores das Caldas e das terras circunvizinhas não tratavam bem os seus soldados, de que resultou mandar ele para ali alguns de gradadeiros do regimento nº 58. No dia 27 de Janeiro de 1808 altivos passeavam estes soldados pela praça e ruas da vila, quando uma chufa dita por um homem do povo levou um dos tais granadeiros a puxar pela espada contra ele.

Acolhido o homem em casa de sua mãe por uma sua irmã, que por fóra fechara a porta á chave, de prompto foi arrombada pelos franceses, que sem respeito algum ao sexo, apalparam violentamente a rapariga por onde muito bem lhes pareceu, a pretexto de lhe tirarem a chave.

Aos gritos da victima acudiu um cadete do segundo regimento do Porto (18 de infanteria), que lançando mão a um pau, com ele investiu os soldados franceses. Este exemplo de resolução foi logo seguido por outros individuos do mesmo regimento, de que resultou serem feridos dois ou tres dos agressores, e ficar a dita rapariga com os peitos todos negros e contusos das pancadas que um deles lhe tinha dado com o punho da espada. »

« Em semelhantes circunstancias qualquer exercito, por mais bravo que seja, não passa de um tímido e desprezível rebanho, e era neste estado que o exercito frances tinha marchado de Espanha para Portugal, e assim se aproximava da capital deste reino. Se uma voz de alarme se levantasse entre os habitantes do país semelhante exercito seria infalivelmente disperso e aniquilado. E com efeito, casos houve, em que grupos de dez e doze soldados, armados de espingardas, se deixaram desarmar por dois e três paisanos: munidos do seu varapau, os campinos do Ribatejo, também pela sua parte fizeram boa colheita, espancando e matando um bom numero deles, e a não serem as medidas de vigilância tomadas pelas autoridades locais, muito maior numero de vitimas teria logo tido lugar entre os invasores, que á maneira de um formigueiro se viam ir desfilando uns atrás dos outros ao longo da margem do Tejo. »

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