Livro: Menina e moça, ou, Saudades de Bernardim Ribeiro: diferenças entre revisões
(Criou a página com "thumb|right|200px| {| align=center |- |capa do livro |- | |} == Sobre == * '''Relevância: ''' ★☆☆ * '''Título:''' Menina e moça, ou, Saudades * '''Autor:''' Bernardim Ribeiro (1482-1552) * '''Publicação:''' 1554 '''Menina e Moça''', romance de Bernardim Ribeiro, editado por três vezes no séc. XVI: 1554 (Ferrara, com o título História de Menina e Moça), 1557-58 (Évora, com o título Saudades) e 1559 (Colón...") |
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Revisão das 13h12min de 31 de dezembro de 2022
Sobre
- Relevância: ★☆☆
- Título: Menina e moça, ou, Saudades
- Autor: Bernardim Ribeiro (1482-1552)
- Publicação: 1554
Menina e Moça, romance de Bernardim Ribeiro, editado por três vezes no séc. XVI: 1554 (Ferrara, com o título História de Menina e Moça), 1557-58 (Évora, com o título Saudades) e 1559 (Colónia, a partir da 1.ª edição), incluindo a 2.ª edição um prolongamento, que se costuma aceitar como sendo do autor, até ao cap. XXIV.
O texto representa uma convergência de tópicos ficcionais, quer no plano da história literária (agregando ingredientes da novela de cavalaria, do romance pastoril e da novela sentimental), quer no plano do conteúdo (pela conversão a um lugar de encontro, feminino e lamentoso, da Menina - que inicia o livro com um monólogo de evocação de deslocação e de mudança de vida - com uma Senhora, com a qual discute histórias de amores infelizes, que se intercalam na acção central da ficção).
Lugar e mudança convertem-se em pólos de uma comum nostalgia amorosa e do fatalismo do sofrimento, que fazem das histórias intercaladas, ex. Aónia e Bimuarder, Arima e Avalor, desdobramentos insistentes de uma mesma e infinita dor de constantes desencontros amorosos. Amor, natureza, mudança e distância são as constantes semânticas deste livro, o primeiro na literatura portuguesa a desprender-se relativamente das convenções da ficção coeva para assumir o estatuto de narrativa feminina da solidão e da saudade, e de texto de análise incisiva e minuciosa do sentimento amoroso, na sua faceta de consagração dedicada e dolorida. [1]
Excertos da obra
« (…) Bimnarder se pôs diante com o cajado alto, mostrando que queria guardar a pancada, e um dos selvagens descarregou nele: Bimnarder furtou o corpo vendo descer o golpe, que deu no chão que todo o ferro nele meteu, Bimnarder antes que ele levantasse a bisarma(alabarda) lhe deu com o cajado em um braço tão grande pancada com ambas as mãos que um dos selvagens fez em pedaços: o qual com a outra mão tirou com a bisarma por detrás um revês, e um dos cães que por uma perna o tinha, e o cão por fugir veio a cair no golpe do ferro, que lhe cortou todos os quatro pés cérceos sem ficar nada: já a este tempo vinha Bimnarder com outra pancada alta, e vendo o selvagem não podendo erguer a sua bisarma, tão manhosamente lhe tirou a Bimnarder uma estocada que lhe passou as pernas ambas pelas coxas por ele estar de ilharga com o golpe feito, e não pode furtar o corpo por estar no ar com o golpe que deu ao selvagem na cabeça, que sem nada estava, com que lha quebrou, e caiu (…) » |
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