Livro: Três Sargentos

Fonte: Jogo do Pau Português
capa do livro

Sobre

  • Relevância: ★☆☆
  • Título: Três Sargentos
  • Autor: Aldo Yan de Almeida Prado Ney (1898-1987)
  • Publicação: São Paulo, Garraux, 1931

Excerto da obra

« A discussão em torno de mais garrafas de Antárctica prosseguia sobre capoeiras e capoeiragem lembrada pela rasteira que o mulatinho aplicara a indivíduo muito mais forte do que ele. O monitor contava as proezas que presenciara no Maranhão de onde provinha e por brincadeira censurava os rapazes quando duvidavam que o vendeiro por ser português não podia enfrentar um capoeira.

– Tem mondrongo que sabe o que é rasteira, rabo de arraia, cocada. Tem sim senhores. Na Bahia, onde eu me demorei antes de vir para cá – dizia o ginasta – eles de tanto viver com bamba aprendem quando moços a arte. Eles rapa um homem, dá um corta-capim tão bem como qualquer cabra de tiririca. Nem precisa ir tão longe, mesmo da festa da Penha no Rio de Janeiro vocês pode ver.

Esses já são filhos do português, porque para ele a arma é o varapau que eles gira em torno deles como moinho. Agora como é que você quer que apareça o homem com vara grande na festa da Penha?

– Eles não vão passear com vara, mas eu vi como de repente eles pode aparecer saidos não se sabe de onde e varrer de vara em giro uma festança. Ninguém chega perto.

– Sendo assim, talvez…

– É mesmo – Interveio o sargento Evangelista – me lembro no Rio do dono de um boteco da ladeira João Homem, que era taco na vara. Certa vez o Onofre da Balainha se implicou com ele e todos começaram a dizer “Óia português, toma tento com esse cabra, óia que ele é preverso! É melhor esperar a ronda!” Qual o quê, de nada adiantou. O português pegou a vara que estava atrás da porta, saiu do boteco e deu cabo dele. Não adiantou o cabra negacear, a vara assoviava, ia por toda parte e na terceira vez que o alcançou, ele já estava tonto. Isto porque o português estava farto de conhecer negaças sabia lidar com elas. »

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