Mestre: João Quinteiro: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
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'''''João Quinteiro''''', deu lições no ''Porto''.
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Natural das terras do Bouro, grande jogador e mestre ainda do tempo em que o jogo do pau era considerado o desporto das multidões. O mestre João Quinteiro recebeu as primeiras lições, na Quinta das Trinas ou seja no quintal do mestre António Crespo, em 1914. Depois passou para a Travessa do Combro, para o quintal do mestre Domingos Salréu do qual era contramestre o mestre José (o 95, como lhe chamavam naquele tempo) e do qual ficou sendo aluno. Quinteiro tomou parte em várias festas e saraus com os seus mestres especialmente com o 95. Um dia, no Jardim Zoológico, quando tomava parte numa festa com o mestre José Gonçalves Dias, foi convidado para entrar para o Ateneu pelo grande mestre Jorge de Sousa que nessa data leccionava nesta casa. Recordo-me ainda de aí o ver jogar. Daqui passou para o [[Lisboa Ginásio Clube]],
onde jogou representando este Clube várias vezes, com o então mestre António Lapa, natural de Salvaterra de Magos, tendo tomado parte em saraus no Coliseu dos Recreios. Jogos que o mestre Quinteiro considera importantes, pela categoria dos adversários. Realizaram-se dois com o mestre Domingos Miguel sendo um em Almada e outro na Regateira (Cova da Piedade) teve outro com Domingos Margarido no Pinhal Novo, depois passou para o norte do país fundando o Centro do Jogo do Pau do Norte, na cidade do Porto.
Formou-se aí um grupo de jogadores do pau com quem percorreu o Minho e Douro, disputando vários assaltos de competição, onde ganhou várias medalhas que possui. Formou um método de Ginástica feminina executado com a vara, de que possui várias fotografias. Enfim, fez uma longa propaganda por toda a parte do jogo do pau.
Retirou-se da actividade desportiva em 1955, contando nessa data 45 anos, tendo jogado 31 anos, empregando os maiores esforços para engrandecer o desporto de que foi notável jogador e mestre.
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<small>CAÇADOR, António Nunes, ''Jogo do Pau: esgrima nacional'', Lisboa: ed. Autor, 1963 ([[Livro: Jogo do Pau: esgrima nacional|sobre o livro]])</small>
<small>CAÇADOR, António Nunes, ''Jogo do Pau: esgrima nacional'', Lisboa: ed. Autor, 1963 ([[Livro: Jogo do Pau: esgrima nacional|sobre o livro]])</small>

Revisão das 19h22min de 19 de setembro de 2023

Outros nomes Campeão do Norte
Nascimento (?)
Morte (?)
Nacionalidade Portuguesa
Naturalidade Bergaço (Terras de Bouro)
Escola Lisboa e Norte

Sobre

Mestre João Quinteiro, foi aluno do Mestre Jorge Dias de Sousa, no Ateneu Comercial de Lisboa, que viria mais tarde, a fundar e dar lições no Centro do Jogo do Pau do Norte, no Porto, considerado por alguns, o maior jogador da sua altura. Ensinou também em Santo António de Mixões da Serra.[1]

Segundo Mestre Caçador, Quinteiro formou um grupo de jogadores com quem seguidamente percorreu as províncias do Minho e Douro. disputando assaltos de competição.[2]

Conhecimentos técnico

Mestres onde obteve conhecimentos técnicos do Jogo do Pau português:

Publicações onde é citado

« Um dos últimos espectáculos mais concorridos aconteceu em 1934, no Campo do Sobreiro em Lagoas (Nevogilde), com o duelo entre Quintela e Quinteiro. António Quintela, natural de Nevogilde, homem valente e muito conhecido na redondezas como o mais competente jogador, nunca vencido até à data, demonstrou o desejo de defrontar João Quinteiro, muito respeitado jogador do "Centro do Jogo do Pau do Norte do País", autointitulado "Campeão do Norte", conquistador de seis medalhas em competições nacionais[3]. Participaram também José Ferreira, discípulo de Quintela, e Joaquim Ferreira, discípulo de Quinteiro, havendo também um encontro entre José Afonso e José Oliveira, ambos do Porto, e ainda várias exibições em conjunto[4]. Infelizmente, não tivemos mais notícias da refrega, apenas que "todos os jogadores estiveram à altura dos seus méritos"[5] e que "nunca no Campo do Sobreiro se registou tão grande enchente"[6]
FERNANDES, Luís Ângelo, Uma história do Desporto em Lousada, Lousada: Câmara Municipal de Lousada, 2015, p.14 (ver livro)

« Foi em Santo António de Missões da Serra que o senhor Rocha aprendeu a jogar o pau com José Pelote e também com o João Quinteiro de Bergaço. Queixa-se da falta de reconhecimento. “Nunca foi feita uma homenagem a qualquer um dos jogadores de pau do nosso concelho e nunca nos deram a conhecer. O João Quinteiro foi para mim o maior jogador do nosso País.”
Artigo em «O Geresão» de 20 de Janeiro de 2006 : José Maria da Rocha, antigo mestre de Terras de Bouro (ler artigo)

« João Quinteiro, deu lições no Porto.

(...)

Natural das terras do Bouro, grande jogador e mestre ainda do tempo em que o jogo do pau era considerado o desporto das multidões. O mestre João Quinteiro recebeu as primeiras lições, na Quinta das Trinas ou seja no quintal do mestre António Crespo, em 1914. Depois passou para a Travessa do Combro, para o quintal do mestre Domingos Salréu do qual era contramestre o mestre José (o 95, como lhe chamavam naquele tempo) e do qual ficou sendo aluno. Quinteiro tomou parte em várias festas e saraus com os seus mestres especialmente com o 95. Um dia, no Jardim Zoológico, quando tomava parte numa festa com o mestre José Gonçalves Dias, foi convidado para entrar para o Ateneu pelo grande mestre Jorge de Sousa que nessa data leccionava nesta casa. Recordo-me ainda de aí o ver jogar. Daqui passou para o Lisboa Ginásio Clube, onde jogou representando este Clube várias vezes, com o então mestre António Lapa, natural de Salvaterra de Magos, tendo tomado parte em saraus no Coliseu dos Recreios. Jogos que o mestre Quinteiro considera importantes, pela categoria dos adversários. Realizaram-se dois com o mestre Domingos Miguel sendo um em Almada e outro na Regateira (Cova da Piedade) teve outro com Domingos Margarido no Pinhal Novo, depois passou para o norte do país fundando o Centro do Jogo do Pau do Norte, na cidade do Porto.

Formou-se aí um grupo de jogadores do pau com quem percorreu o Minho e Douro, disputando vários assaltos de competição, onde ganhou várias medalhas que possui. Formou um método de Ginástica feminina executado com a vara, de que possui várias fotografias. Enfim, fez uma longa propaganda por toda a parte do jogo do pau.

Retirou-se da actividade desportiva em 1955, contando nessa data 45 anos, tendo jogado 31 anos, empregando os maiores esforços para engrandecer o desporto de que foi notável jogador e mestre. »
CAÇADOR, António Nunes, Jogo do Pau: esgrima nacional, Lisboa: ed. Autor, 1963 (sobre o livro)

«João Quinteiro, Campeão de Portugal»
Folheto de divulgação de torneio de Jogo do Pau em Fafe 1942 (ver folheto)

« Como temos vindo relatando, é amanhã que, no Campo de Jogos do Sobreiro, se realiza mais um imponente festival desportivo. No programa de amanhã estão dois números de sensação. O desafio de futebol entre o «team» de honra do F. C. Lagoense e o «team» de igual categoria do Sport C. Pacense e o duelo entre António Quintela, deste concelho, afamado jogador de pau, nunca vencido, e o celiborrime João Quinteiro, «campeão do Norte de Portugal».

Convém esclarecer, que Quintela reptou o Campeão e que este aceitou logo o repto, mediante várias condições, sob o ponto de vista de segurança e legalidade.

Além deste sensacional encontro, haverá mais dois, entre José Ferreira, discípulo de António Quintela, e Joaquim Ferreira discípulo de João Quinteiro, e entre José Afonso e José de Oliveira, estes últimos do Porto, do Centro do Jogo de Pau de Norte de Portugal.

Haverá ainda uma brilhante demonstração científica de jogo de pau, levada a efeito por João Quinteiro e o seu discípulo J. Ferreira, e, por último, um grupo de rapazes, comandados pelo seu mestre António Quintela, faram várias exibições de Jogo de pau em conjunto.»
Artigo em «Heraldo» de 14 de julho de 1934 (ver artigo)

Ver também

Referências

  1. LOPES, Paulo, O Jogo do Pau Português, 5livros, 2020 (sobre o livro)
  2. CAÇADOR, António Nunes, Jogo do Pau: esgrima nacional, Lisboa: ed. Autor, 1963, pág. 57 (sobre o livro)
  3. O Jornal de Lousada (14 julho 1934) (ler artigo)
  4. O Heraldo (14 julho 1934) (ler artigo)
  5. O Jornal de Lousada (21 julho 1934)
  6. O Heraldo (21 julho 1934)