O Malhadinhas
Sobre
António da Rocha Malhada, mais conhecido por Malhadinhas, nasceu em Vila Nova de Paiva (ajudengado nome, chamou-lhe Aquilino Ribeiro, que no séc. XIX deram à povoação de Barrelas) em 1830 e faleceu aos 84 anos em 23 de março de 1914, de “bronquite crónica”, como consta no seu registo de óbito.[1]
Segundo a memória da família, o seu pai teria sido um soldado francês desertado das guerras francesas. Numa dessas invasões, um dos exércitos de Napoleão foi derrotado e muitos soldados terão andado erraticamente pelas terras de Vila Nova de Paiva e aldeias de Castro Daire confinantes. Um desses militares, de apelido "Penis" (ou "Pennis") terá encontrado abrigo numa família do lugar da Malhada (freguesia de Vila Cova à Coelheira-Vila Nova de Paiva). Aí se fixou e constituiu família que ainda hoje perdura. Os descendentes femininos tinham apelido "Penisa". Malhadinhas" casou com a sua prima Brízida Penisa da Rocha Malhada, filha de Manuel da Rocha Malhada[2] (ela, sim, carrega o tal apelido no feminino). Com Brízida, teve dezanove filhos.[3]
Apresentava-se como um serrano rústico, grosseiro e matreiro, almocreve de profissão.
Defendendo-se à navalhada e golpes de pau (e por vezes a tiro) dos inimigos com que se foi deparando ao longo dos caminhos e da vida, Malhadinhas confessa:
«O Pau defendia-me de cão, de malta frente a frente, mas para jogos de falsa fé e pessoas de mau sentido não havia como uma faquinha.»
Malhadinhas é o protagonista da novela epónima da autoria de Aquilino Ribeiro (1885-1963), publicado pela primeira vez na coletânea A Estrada de Santiago, em 1922. Redigida sob a forma de um monólogo, ao longo de dez capítulos, António Malhadas, conta a sua “crónica”, ponteada de coragem, matreirice e pertinácia, a «escrivães da vila e manatas».
Malhadinhas foi discípulo de «Chico Pedreiro», de Ermesinde, que veio para Barrelas erguer paredes e, tinha as suas aulas por detrás do cemitério. Segundo Malhadinhas «apanhou muita negra nas mãos e nos braços, mas, honra lhe seja, aprendeu o manejo todo.». Dizia também que «Chico Pedreiro era a alma dum jogador! Dois homens a atirar-lhe pedras, as pedras a choverem umas atrás das outras por cima dele, e ele parava-as só com o pau.».
Malhadinhas além de ser um exímio jogador de pau, também usava a sua faca quando era preciso. A sua mestria no jogo da faca, fez com que durante uma luta de pau, conseguisse cortar simultaneamente todos os botões do colete do seu oponente.
Alguma bibliografia dedicada a Malhadinhas
- RIBEIRO, Aquilino, O Malhadinhas, Lisboa: Bertrand, 1958 (ver livro)
Galeria de imagens
Malhadinhas a cavalo[4]
Ver também
Links externos
- Ver descendentes do Malhadinhas no GeneAll
- O Malhadinhas no de Personagens da Ficção Portuguesa
- o Malhadinhas na Infopédia
Referências
- ↑ https://www.ruadireita.pt/editorial/vila-nova-de-paiva-honra-a-cultura-e-os-seus-ascendentes-23476.html
- ↑ https://geneall.net/pt/nome/2461730/antonio-da-rocha-malhada-o-malhadinhas/
- ↑ https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$malhadinhas
- ↑ Ilustração de «Letras Aquiliniadas» da Confraria Aquiliana, 2007