Origem do Jogo do Pau

Fonte: Jogo do Pau Português

Origem

A origem do Jogo do Pau Português é imprecisa, pois não existem dados escritos e fontes fidedignas que nos apontem para uma origem concreta. No entanto, grande parte das fontes existentes indicam que o mesmo se desenvolveu por todo o território nacional entre o séc. XIV e XVII, tendo-se mantido mais ativo no Alto Minho e Trás-os-Montes, particularmente nas regiões de Fafe, Basto e Terras de Barroso. Mais tarde, expandiu-se para Sul, por via da migração interna.

Alguns historiadores e teóricos creem que o Jogo do Pau Português foi desenvolvido como arte de combate nas regiões serranas, onde o uso comum do cajado levou os pastores e os jovens a usar este utensílio do dia-a-dia como arma de proteção, vindo assim a evoluir como arte de combate ao longo de vários séculos de prática, tanto em termos técnicos como na sua eficácia em combate.

Contudo, há outras teorias, em que a sua prática nasceu nos campos de treino e de batalha na era medieval, outros indicam que tem origem celta e até indiana.

Mesmo acreditando que o Jogo do Pau Português é uma arte marcial 100% de origem portuguesa, não podemos descartar outras teorias existentes.

Origem rural

 Sem informação disponível até à data.

Origem militar

 Sem informação disponível até à data.

Origem Celta

Admite-se que a arte do pau em Portugal remonta à tradição celta ou celtibérica, porque, tal como o triplo salto e o hockey faziam parte dos jogos celtas do passado, esta arte instalou-se principalmente no Norte, região céltica por excelência, onde se encontra também as danças de pau, dos pauliteiros de Miranda, tipicamente célticas.

É interessante verificar que pau significava também em língua celta «aldeia».[1]

Origem Indiana

Existe a teoria de que as técnicas originais de combate portuguesas tenham tido de alguma forma influências da arte de combate indiana kalarippayat, do Estado de Kerala, a partir do século XVI. Aberto o caminho marítimo para a Índia, os portugueses dominaram o comércio e a governação em Kerala durante 150 anos (1505-1663). Durante esse longo período, um grande contingente de soldados portugueses viajou para o Oceano Índico, onde serviram nos exércitos reais, ao lado de canarinos cristãos, Kerala Nayaks e sipaios indianos. Os guerreiros Nayak praticantes de kalarippayat, que se alistavam nos exércitos portugueses ou eram aliados da Coroa portuguesa, desempenhavam um papel crucial na manutenção da ordem social e da segurança na costa do Malabar, sob o domínio português.

É bastante provável que esses homens, na sua maioria provenientes de famílias pobres e de áreas rurais, tenham aprimorado as suas técnicas originais de luta durante os anos de serviço no Oriente, antes de retornar às suas aldeias de origem. Esse desenvolvimento foi particularmente notável devido ao florescimento da disciplina indiana na costa do Malabar durante o período de domínio português. O kalarippayat, portanto, tornou-se um elemento institucional fundamental na sociedade de Kerala.

As duas artes marciais têm de facto grandes semelhanças técnicas, tanto nos seus ataques como nas defesas.[2]

Referências

  1. Artigo em Beijaflor nº 10 de novembro/dezembro 1999 (ver mais)
  2. Livro «O Jogo do Pau Português», 2020 (ver mais)