Mestre: Daniel Simão

Nascimento | 29-04-1981 |
Nacionalidade | Portuguesa |
Naturalidade | Guarda |
Escola | Lisboa |
Local | Guarda |
Sobre
Daniel Simão nasceu na Guarda, onde, desde muito cedo, se apaixonou pelo Jogo do Pau Português. Começou a praticar aos 10 anos, sob a orientação do Mestre António Lima, aluno do Ateneu de Lisboa — professor de Educação Física destacado na Guarda no final da década de 1980 e um dos grandes dinamizadores da modalidade na região.
Em 1991, Daniel integrou oficialmente a escola de Jogo do Pau criada em parceria por António Lima e pela Associação dos Jogos Tradicionais da Guarda. Durante quatro anos, António Lima liderou as aulas na cidade; depois, sucedeu-lhe José Pires Veiga, que assegurou a continuidade da escola até 1998, ano em que o projeto se fragmentou.
Determinando não deixar morrer essa tradição, Daniel tentou retomar a escola na viragem do milénio, convidando colegas da sua geração. Contudo, por motivos profissionais e familiares, não reuniu o grupo necessário. Foi então que teve uma ideia inovadora: conjugar o Jogo do Pau com o teatro de rua — área em que, desde os 14 anos, já acumulava experiência.
No verão de 2000, Daniel organizou treinos diários, gratuitos e abertos a todos, na praça principal da Guarda. Durante três meses, cada tarde às 18 h foi palco de demonstrações e aprendizagens, de onde selecionou quatro praticantes para formar um núcleo fechado, que viria a assinar diversos espetáculos de teatro-performance, tendo sempre o Jogo do Pau como elemento central.
Nos espetáculos idealizados por Daniel, recriam-se episódios tradicionais das feiras e romarias do interior de Portugal, com abordagens historiográficas rigorosas e coreografias que terminam em “pancadaria” simbólica — por vezes integradas em lutas com fogo e pirotecnia. A proposta estética mistura a espontaneidade de um grupo de teatro de rua com o rigor técnico das artes marciais, conferindo autenticidade e dinamismo às cenas.
Para Daniel, o Jogo do Pau não é sinónimo de violência, mas antes de “dança armada” ou exercício aeróbico. Prefere séries de 50 ou 100 golpes num registo lúdico em vez de golpes violentos. “É uma paixão que cultivo desde criança e que me permite criar espetáculos culturais com forte componente histórica e atlética.”
O seu projeto atual passa por afirmar o Jogo do Pau como património cultural e forma de espetáculo, criando um nicho de mercado sustentável. Através da sua companhia, Daniel continua a ministrar formação, produzir espetáculos de rua e investigar contextos históricos locais, mantendo viva uma tradição centenária e reinventando-a para o público contemporâneo.
Paralelamente, em 2014 Daniel fundou a Tokajogar, uma ludoteca — “biblioteca de jogos” — que reúne mais de 40 jogos tradicionais, antigos e rústicos. Como idealizador e diretor, concebeu um espaço interativo onde dois anfitriões, em personagens inspiradas no folclore e na etnografia portuguesas, convidam o público a descobrir e jogar as velhas tradições lúdicas.
Conhecimentos técnico
Mestres onde obteve conhecimentos técnicos do Jogo do Pau português:
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2018 - Entrevista no Encontro Nacional de Jogo do Pau na Moita Entrevista realizada no dia 15 de setembro de 2018 pelo canal "Jogo do Pau História" |