Invasões Francesas: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
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[[Mestre: Pedro Ferreira|Mestre Pedro Ferreira]], nascido em Melgaço, relembra quando as tropas napoleónicas penetraram em território português, substituindo as autoridades das juntas, que ''«quando chegou a vez de Alvoredo, a população juntou-se e armou-se de tudo o que tinha à sua disposição: foices roçadeiras, paus e sacholas»''. A posse de armas no lado português era muito pouca, os franceses, por seu turno, estavam munidos de espingardas e baionetas. Um corpo do Exército napoleónico foi, então, enviado para pôr termo à resistência, mas, apesar das baixas que provocaram os disparos, quando se chegou ao confronto corpo a corpo, os ''«os franceses dispersaram e deram às de vila-diogo para a vila»''.
[[Mestre: Pedro Ferreira|Mestre Pedro Ferreira]], nascido em Melgaço, relembra quando as tropas napoleónicas penetraram em território português, substituindo as autoridades das juntas, que ''«quando chegou a vez de Alvoredo, a população juntou-se e armou-se de tudo o que tinha à sua disposição: foices roçadeiras, paus e sacholas»''. A posse de armas no lado português era muito pouca, os franceses, por seu turno, estavam munidos de espingardas e baionetas. Um corpo do Exército napoleónico foi, então, enviado para pôr termo à resistência, mas, apesar das baixas que provocaram os disparos, quando se chegou ao confronto corpo a corpo, os ''«os franceses dispersaram e deram às de vila-diogo para a vila»''.
<ref>LOPES, Paulo, O Jogo do Pau Português, 5livros, 2020 ([[Livro: O Jogo do Pau Português (a arte marcial portuguesa com séculos de prática)|sobre o livro]])</ref>
<ref>LOPES, Paulo, O Jogo do Pau Português, 5livros, 2020 ([[Livro: O Jogo do Pau Português (a arte marcial portuguesa com séculos de prática)|sobre o livro]])</ref>
== Publicações ==
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Queixas se tinham feito ao general Thomiers, de que os moradores das Caldas e das terras circunvizinhas não tratavam bem os seus soldados, de que resultou mandar ele para ali alguns de gradadeiros do regimento nº 58. No dia 27 de Janeiro de 1808 altivos passeavam estes soldados pela praça e ruas da vila, quando uma chufa dita por um homem do povo levou um dos tais granadeiros a puxar pela espada contra ele.
Acolhido o homem em casa de sua mãe por uma sua irmã, que por fóra fechara a porta á chave, de prompto foi arrombada pelos franceses, que sem respeito algum ao sexo, apalparam violentamente a rapariga por onde muito bem lhes pareceu, a pretexto de lhe tirarem a chave.
Aos gritos da victima acudiu um cadete do segundo regimento do Porto (18 de infanteria), que '''lançando mão a um pau, com ele investiu os soldados franceses'''. Este exemplo de resolução foi logo seguido por outros individuos do mesmo regimento, de que resultou serem feridos dois ou tres dos agressores, e ficar a dita rapariga com os peitos todos negros e contusos das pancadas que um deles lhe tinha dado com o punho da espada.
»<br>
<small>Livro "Historia da guerra civil e do estabelecimento do governo parlamentar em Portugal. Segunda Época, Guerra da Peninsula, Tomo I", 1866 ([[Livro: Historia da guerra civil e do estabelecimento do governo parlamentar em Portugal. Segunda Época, Guerra da Peninsula, Tomo I|ver mais]])</small>
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== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 23h33min de 9 de janeiro de 2023

Sobre

A Guerra Peninsular, também conhecida em Portugal como Invasões Francesas, ocorreu no início do séc. XIX, entre 1807 e 1814. A princípio, envolveu Espanha e França, de um lado, Portugal e Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, do outro. Com a invasão da tropas napoleónicas em território nacional, rapidamente nasce uma resistência constituída por algumas ordenanças mal-armadas, milícias de povo rústico armado de roçadeiras, chuços e algumas outras armas rudimentares.

Mestre Pedro Ferreira, nascido em Melgaço, relembra quando as tropas napoleónicas penetraram em território português, substituindo as autoridades das juntas, que «quando chegou a vez de Alvoredo, a população juntou-se e armou-se de tudo o que tinha à sua disposição: foices roçadeiras, paus e sacholas». A posse de armas no lado português era muito pouca, os franceses, por seu turno, estavam munidos de espingardas e baionetas. Um corpo do Exército napoleónico foi, então, enviado para pôr termo à resistência, mas, apesar das baixas que provocaram os disparos, quando se chegou ao confronto corpo a corpo, os «os franceses dispersaram e deram às de vila-diogo para a vila». [1]

Publicações

« Queixas se tinham feito ao general Thomiers, de que os moradores das Caldas e das terras circunvizinhas não tratavam bem os seus soldados, de que resultou mandar ele para ali alguns de gradadeiros do regimento nº 58. No dia 27 de Janeiro de 1808 altivos passeavam estes soldados pela praça e ruas da vila, quando uma chufa dita por um homem do povo levou um dos tais granadeiros a puxar pela espada contra ele.

Acolhido o homem em casa de sua mãe por uma sua irmã, que por fóra fechara a porta á chave, de prompto foi arrombada pelos franceses, que sem respeito algum ao sexo, apalparam violentamente a rapariga por onde muito bem lhes pareceu, a pretexto de lhe tirarem a chave.

Aos gritos da victima acudiu um cadete do segundo regimento do Porto (18 de infanteria), que lançando mão a um pau, com ele investiu os soldados franceses. Este exemplo de resolução foi logo seguido por outros individuos do mesmo regimento, de que resultou serem feridos dois ou tres dos agressores, e ficar a dita rapariga com os peitos todos negros e contusos das pancadas que um deles lhe tinha dado com o punho da espada. »
Livro "Historia da guerra civil e do estabelecimento do governo parlamentar em Portugal. Segunda Época, Guerra da Peninsula, Tomo I", 1866 (ver mais)

Ver também

Links externos

Referências

  1. LOPES, Paulo, O Jogo do Pau Português, 5livros, 2020 (sobre o livro)