Jogo na Beira Litoral

Fonte: Jogo do Pau Português

ZONA REGIONAL : BEIRA ALTA E BAIXA

Figueira da Foz

O Ginásio Clube Figueirense, fundado em 1895, e que teve aulas de Jogo do Pau através do professor Albano Cabral de Moura, pelo menos, entre 1904 e 1906, e mais tarde em 1917, num período de tempo curto, ensinado por António Barata e Mestre Augusto Calado. Contudo, os vestígios desta modalidade, são bastante pobres. Os únicos factos dignos de nota, segundo J. Andrade, eram as aulas “que ficaram na recordação dos seus alunos, pelo arrojo e violências empregues, podendo mesmo, alguns, classificar-se de casos sérios”. [1]

Ortigosa (Leiria)

Infelizmente não há registos escritos que apontem para a prática do Jogo do Pau na regisão da Ortigosa, contudo, foi nesta aldeias que Mestre José Braz Arroteia nasceu no ano de 1795 e casou no Casal das Varzeas. Era apelidado de “Gigante do Souto”, dada a sua estatura corpulenta. Possivelmente teria vivido em Souto da Carpalhosa, a 5Km de Ortigosa.

Homem de grande coragem, audácia e ardor na arte do Jogo do pau, na destreza no jogo da faca e nas suas lutas e contendas em diferentes cenários das bacias do Lis e do Tejo, na serra de Aire e mais tarde em Alvaiázere.

Dada a grande fama de jogador de pau, foi convidado pelo fidalgo Luis da Silva Ataíde para dar lições ao Rei D. Miguel, em Salvaterra. Após as invasões francesas e após o regresso do monarca do Brasil, entre 1831-1834, deu-se a Guerra Civil Portuguesa, e para sua defesa pessoal e da sua própria guarda, contratou os serviços deste mestre.

Terá sido na Ortigosa ou em Souto, que o Mestre Arroteia aprendeu o jogo do pau, ou seria na região ribatejana da borda d'Água? Infelizmente, será algo que dificilmente saberemos...

Alcanadas (Batalha)

Segundo José Baptista de Matos, um dos filhos ilustres desta localidade localizada a 6 km da Batalha, no seu livro «História, Cultura e Tradições das Alcanadas» (ver mais) conta que, até 1950, a aldeia de Alcanadas mantinham viva a tradição do jogo do pau. O Pau fazia parte da vida diária, usado para jogos e defesa pessoal. Nas missas e festas, os rapazes exibiam os seus paus de diferentes madeiras. Mestres como Zézico e Alfredo Trovão eram admirados pelas suas habilidades e desempenhavam um papel importante na ordem pública. Os encontros de jogo do pau aconteciam nas Cabeçadas, local arborizado, atraindo multidões interessadas. Esta tradição, enraizada na cultura local, simbolizava destreza, masculinidade e coesão comunitária.

Referências