Jogos em Conjunto: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
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Varrimento de Cruz: Quando o inimigo me vier com uma pancada á cabeça ou da banda, devo retirar um passo e varrimento a retaguarda, vir à frente com o mesmo passo e varrimento para inimigo. € d'ahi devo vigiar passo e apanhar o varrimento pela minha frente à retaguarda
'''Varrimento de Cruz:''' Quando o inimigo me vier com uma pancada á cabeça ou da banda, devo retirar um passo e varrimento a retaguarda, vir à frente com o mesmo passo e varrimento para inimigo. € d'ahi devo vigiar passo e apanhar o varrimento pela minha frente à retaguarda
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<small>FERREIRA, Joaquim António, A arte do Jogo do Pau, Guimarães, Ed. Albino Moreira d’Oliveira, 1886 ([[Livro: A arte do Jogo do Pau|ver mais]])</small>
<small>FERREIRA, Joaquim António, A arte do Jogo do Pau, Guimarães, Ed. Albino Moreira d’Oliveira, 1886 ([[Livro: A arte do Jogo do Pau|ver mais]])</small>

Revisão das 20h24min de 23 de agosto de 2023

«Jogos em Conjunto», o que é?

Jogos em que um ou dois jogadores enfrentam sempre um número superior de atacantes, dos quais aprendem a defender-se mediante um trabalho específico do pau coordenado com movimentos de pernas adaptados às diferentes situações do combate.

Aqui estão incluídos o «JOGO DE DOIS EM FRENTE» (um jogador enfrenta dois adversários), «O JOGO DE TRÊS EM FRENTE» (um jogador enfrenta três adversários),«O JOGO DO MEIO OU DA RODA» (um ou dois jogadores enfrentam um grande número de adversários. No caso de serem dois jogadores contra vários, usa-se uma técnica chamada «costas contra costas»).

Dois em frente

Também conhecido como Um conta Dois ou Um a bater dois.
Neste tipo de jogo, o Jogador tem que lutar com dois adversários, onde regra geral, quando o Jogador ataca um deles, o outro vai sempre procurar as suas costas (ponto fraco de visão nula) para o atacar, aqui, o Jogador vai ter sempre que varrer as pancadas e contra-atacar, voltando sempre para o outro que ficou nas suas costas.


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Três em frente

Também conhecido como Jogo falseado de três, ou Um contra Três ou Um a bater três.
Neste tipo de jogo, o jogador tem de lutar com três adversários que estão à sua frente. Mesmo que o jogo seja iniciado com um adversário na sua retaguarda, o jogador deverá sempre bater para afastar os adversários e mantê-los sempre no seu ponto de visão, isto é, à sua frente.


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Quatro em frente

Também conhecido como Um a bater quatro.
Neste tipo de jogo, o jogador tem de lutar com quatro adversários que estão à sua frente. Mesmo que o jogo seja iniciado com um adversário na sua retaguarda, o jogador deverá sempre bater para afastar os adversários e mantê-los sempre no seu ponto de visão, isto é, à sua frente.

Roda do meio

Também conhecido como Jogo da Roda, Jogo do ladeado, Um contra Todos ou Jogo do Varre Feiras.
Neste tipo de jogo, o jogador tem de lutar com cinco ou mais adversários. Dado o elevado número de adversários, é sempre feita uma roda no Jogador que fica sempre no meio. Este terá a todo o custo varrer as pancadas dos adversários afastando-os o máximo possível, abrindo deste modo a roda e procurar um ponto de fuga.


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Roda do meio de dois

Também conhecido como Jogo do Ladeado com dois jogadores no meio.
Jogo igual ao anterior, mas feito com dois Jogadores no meio da roda.


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Jogo da Cruz

Segundo as palavras do Mestre Caçador, para o Jogo da Cruz, são 4 homens, e mais um no meio, este, faz pancadas cruzadas e varrimentos, afim de afastar os seus atacantes. É fácil ver que o que está no meio tem que desenvolver uma grande rapidez; e diga-se, que não é coisa fácil; um jogador defender-se de 4; quando às vezes um chega para outro.[1]

O Jogo da Cruz pode ser também utilizado apenas contra dois adversários, mantendo com isso uma função semelhante à do Jogo de um para dois.

Para desgastar os adversários, conta Quintas Neves:

« O Manilha (...) manteve-se paulatinamente a cansar-lhes os braços com movimentos mais largos do jogo da cruz; »
Artigo em O Comércio do Porto, ano XX, supl. nº 14, Porto, 8, VI, 1971 por José Afonso Quintas Neves : O Manilha - Uma Espera em Velhos Tempo

Podemos ler ainda, em 1886, no livro a «Arte do Jogo do Pau» de Joaquim Ferreira:

« Varrimento de Cruz: Quando o inimigo me vier com uma pancada á cabeça ou da banda, devo retirar um passo e varrimento a retaguarda, vir à frente com o mesmo passo e varrimento para inimigo. € d'ahi devo vigiar passo e apanhar o varrimento pela minha frente à retaguarda »
FERREIRA, Joaquim António, A arte do Jogo do Pau, Guimarães, Ed. Albino Moreira d’Oliveira, 1886 (ver mais)

Contudo, este treino é executado através de uma Forma, veja mais aqui.

Jogo de Quelhas

Uma "quelha" é um caminho rústico estreito, geralmente entre muros ou valados. Neste tipo de jogo, o jogador tem de varrer todos os oponentes que se encontram nesse caminho a bloquear a sua passagem.

Jogo da Meia-Lua

Um tipo de jogo que presume dois participantes costas com costas, ou, um único praticante encostado a uma parede: aparte a informação relativa à sua existência, não foi encontrada a forma técnica de o executar.[2]

Malhada

 Sem informação disponível até à data.

Água à nora

 Sem informação disponível até à data.

Referências

  1. CAÇADOR, António Nunes, Jogo do Pau teórico, Lisboa: ed. Autor, 1943 (sobre o livro)
  2. SIMÕES, Rui Fernando Almeida, O Jogo do Pau em Portugal: processos de mudança, Universidade Nova de Lisboa, 1990, página 85