Mestre: António Moleiro: diferenças entre revisões
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Com o decorrer do tempo o [[Mestre: Henrique Domingos Margarido|Henrique Margarido]] foi-se tornando um eximio pralicante da modalidade. | |||
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Nessa época, existia no nosso sitio, um outro praticante do jogo do pau, de grandes créditos na modalidade, conhecido por [[Mestre: António Moleiro|Mestre Moleiro]], cujo verdadeiro nome era António Gaspar Caçoete, sendo cerca de quatro anos mais velho do que o Henrique. | |||
E o inevitável acaba por acontecer. Certamente que incentivados pelos elementos afectos, as suas claques, dois dos melhores praticantes da esgrima nacional, acabam por combinar um despique. | |||
O duelo foi marcado para Alhos Vedros, tendo os dois assinado um papel (não há confirmação de que tal tenha acontecido, mas conta-se que assim foi) em que cada um deles, ilibava o outro de qualquer responsabilidade, caso algum viesse a morrer. | |||
Deslocou-se muita gente a Alhos Vedros para assistir ao duelo que passava de boca em boca, seria de morte. | |||
Durante o despique, o pau do [[Mestre: António Moleiro|Moleiro]] partiu-se e o Henrique atingiu-o num braço, tendo o [[Mestre: António Moleiro|Moleiro]] ido ao chão. | |||
Gerou-se grande confusão entre as claques, havendo batalha campal, acabando por aparecer a autoridade que prendeu alguns elementos. | |||
O [[Mestre: Henrique Domingos Margarido|Henrique Margarido]] conseguiu fugir, trocar de roupa, (a roupa que usavam no despique era toda branca) e esconder-se junto às agulhas na saida da Estação de Alhos Vedros no sentido da Moita. | |||
As autoridades que tinham preso o [[Mestre: António Moleiro|Moleiro]], Elias Margarido, Manuel Margarido e Augusto Margarido, foram à estação e revistaram o comboio à procura do [[Mestre: Henrique Domingos Margarido|Henrique Margarido]]. | |||
Ele acabou por apanhar o comboio junto às agulhas, fazendo a viagem na máquina. E preciso lembrar que ele era ferroviário e que os camaradas na hora de aperto o ajudaram. | |||
No comboio que trazia as pessoas que haviam ido assistir ao duelo, vinha também o Augusto Bragança, que era compadre do Henrique por ser padrinho da sua primeira filha (Dália) que ao chegar contou o que se havia passado, mas dizendo que o [[Mestre: Henrique Domingos Margarido|Henrique Margarido]] devia estar morto. (na altura da confusão, em que o [[Mestre: António Moleiro|Moleiro]] foi ao chão muitos pensaram que havia sido o Henrique e ninguém teve "calma" para ver o que se passou). | |||
A mulher que estava grávida, ao receber a notícia da "morte" do marido, acabou por abortar. | |||
Apesar de algum tempo depois o Henrique ter aparecido o mal já tinha acontecido. | |||
Só depois deste episódio, nasceu a segunda filha, Zulmira (em 1928) e que nos contou esta historia que acabo de transcrever. | |||
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<br><small>Artigo ''O nosso sítio. "Memórias", Henrique Margarido'' ([[Artigo: O nosso sítio. Memórias - Henrique Margarido|ver mais]])</small> | |||
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Revisão das 23h46min de 28 de outubro de 2022
Sobre
Mestre António Gaspar Caçoete, conhecido por António Moleiro, nasceu em 1894 e teve a sua base de ensino no Ateneu Comercial de Lisboa.
Quando funcionário da casa Agrícola de Rio Frio, foi destacado para Valdera para guarda do pinhal e aí ficou a morar. Foi assim que nasceu a Escola do Pinhal de Valdera.
Teve escola e ensinou na escola em Valdera e Poceirão, localidades de Palmela, e, em Rio Frio e Atalaia, localidades do Montijo. faleceu em 1970 aos 75 anos de idade.
Publicações onde é citado
«De todas as Escolas que rivalizaram na nossa região, duas se distinguem em termos técnicos, que alguns dos seus discípulos tentam manter. Devido a percursos e aprendizagens diferentes essas Escolas são simbolizadas nos seus principais mestres: António Moleiro e Domingos Margarido. Ambos caramelos, um de Pinhal Novo e o outro de Valdera. Foi em torno destes dois símbolos do Jogo do Pau Português que aprendem dezenas de jovens, do Penteado a Águas de Moura, de Palmela a Pegões. Os discípulos destes mestres formaram novos núcleos em praticamente todas as localidades da região. O trabalho destes primeiros mestres, que estão referenciados documentalmente, de recolher e estudar todas as técnicas e estilos conhecidos, contactando regularmente com outras escolas e outros jogadores, permitiu que tudo pudesse ser sistematizado por duas figuras ímpares do Jogo do Pau Português, os Mestres José Ribeiro Chula e Silvino Melro. Em torno destas escolas assenta todo o saber do Jogo do Pau, Caramelo, do Sul, da Borda d’ Água, ou outra. Após a morte destes Mestres o Jogo do Pau na nossa região entrou em declínio.» |
«Grandes assaltos de Jogo do Pau que tomam parte os distintos professores desta esgrima, srs: António Moleiro de Valdera; José Ribeiro Chula Junior, da Moita, e os ageis jogadores: António Verissimo e A. Brinca, da Carregueira; Henrique Valente, de Alhos Vedros; Manuel Curado, de Olhos de Água e Julio dos Santos, do Barreiro.» |
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(...) Foi com o mestre António Moleiro de Valdéra, um antigo discípulo de Domingos Miguel, que José Ribeiro Chula Júnior recebeu as primeiras lições de jogo do pau.
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Mestre António Brinca,, foi um dos mais vigorosos jogadores de Pau de todo o nosso concelho, tal como alguns dos seus colegas de desporto muito deu e fez por deixar sempre presente que a vila da Moita foi, é, e será sempre uma referência no Jogo do Pau Portugués. Aprendeu a jogar em Valdera com o Mestre Moleiro e foi colega de equipa, entre muitos, do Mestre José Chula, outro grande nome do nosso concelho.
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(...) (...) E o inevitável acaba por acontecer. Certamente que incentivados pelos elementos afectos, as suas claques, dois dos melhores praticantes da esgrima nacional, acabam por combinar um despique. O duelo foi marcado para Alhos Vedros, tendo os dois assinado um papel (não há confirmação de que tal tenha acontecido, mas conta-se que assim foi) em que cada um deles, ilibava o outro de qualquer responsabilidade, caso algum viesse a morrer. Deslocou-se muita gente a Alhos Vedros para assistir ao duelo que passava de boca em boca, seria de morte. Durante o despique, o pau do Moleiro partiu-se e o Henrique atingiu-o num braço, tendo o Moleiro ido ao chão. Gerou-se grande confusão entre as claques, havendo batalha campal, acabando por aparecer a autoridade que prendeu alguns elementos. O Henrique Margarido conseguiu fugir, trocar de roupa, (a roupa que usavam no despique era toda branca) e esconder-se junto às agulhas na saida da Estação de Alhos Vedros no sentido da Moita. As autoridades que tinham preso o Moleiro, Elias Margarido, Manuel Margarido e Augusto Margarido, foram à estação e revistaram o comboio à procura do Henrique Margarido. Ele acabou por apanhar o comboio junto às agulhas, fazendo a viagem na máquina. E preciso lembrar que ele era ferroviário e que os camaradas na hora de aperto o ajudaram. No comboio que trazia as pessoas que haviam ido assistir ao duelo, vinha também o Augusto Bragança, que era compadre do Henrique por ser padrinho da sua primeira filha (Dália) que ao chegar contou o que se havia passado, mas dizendo que o Henrique Margarido devia estar morto. (na altura da confusão, em que o Moleiro foi ao chão muitos pensaram que havia sido o Henrique e ninguém teve "calma" para ver o que se passou). A mulher que estava grávida, ao receber a notícia da "morte" do marido, acabou por abortar. Apesar de algum tempo depois o Henrique ter aparecido o mal já tinha acontecido. Só depois deste episódio, nasceu a segunda filha, Zulmira (em 1928) e que nos contou esta historia que acabo de transcrever. (...)
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Conhecimentos técnico
Mestres onde obteve conhecimentos técnicos do Jogo do Pau português: