Mestre: Domingos Salreu: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
 
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Mestre '''Domingos Valente de Couras''', conhecido como Mestre “Salréu”, porque era natural de Salréu, vila do concelho de Estarreja, Aveiro.
Mestre '''Domingos Valente de Couras''', conhecido como Mestre “Salréu”, porque era natural de Salréu, vila do concelho de Estarreja, Aveiro.


Deu aulas durante 45 anos num quintal na Travessa do Colombo e retiro da Pipa, em Lisboa. Desenvolveu os "cortes" e passou esta técnica para o mestre [[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|José Dias]] («o 95»).
Foi discípulo do [[Mestre: José Maria da Silveira|Mestre José Maria da Silveira]], «O Saloio», e mais tarde foi mestre e deu aulas no
Retiro da Pipa, instalado na Quinta da Torrinha, (hoje Parque Eduardo VII e Praça Marquês de Pombal) e, mais tarde, durante uns 20 anos num quintal na Travessa do Combro, à Lapa em Lisboa. Desenvolveu os "cortes" e passou esta técnica para o mestre [[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|José Dias]] («o 95»).


Foi o criador de uma ''«Séries de Jogo»'', compostas por sete secções, ainda hoje praticadas como exercício nas "Escolas de Lisboa". Estas séries de pancadas, nascem sempre da retaguarda ou viracostas, e sempre com uma pancada ameaçada seguida de outra descarregada a todo o comprimento para atingir o adversário. Este sistema de duas pancadas, serviria de treino, para mais tarde, quando o jogador estivesse bem desenvolvido no jogo coberto, pudesse aplica-las nos cortes.
Foi o criador de uma ''«Séries de Jogo»'', compostas por sete secções, ainda hoje praticadas como exercício nas "Escolas de Lisboa". Estas séries de pancadas, nascem sempre da retaguarda ou vira costas, e sempre com uma pancada ameaçada seguida de outra descarregada a todo o comprimento para atingir o adversário. Este sistema de duas pancadas, serviria de treino, para mais tarde, quando o jogador estivesse bem desenvolvido no jogo coberto, pudesse aplicá-las nos cortes.


A primeira série é constituída por duas pancadas, a terceira por quatro pancadas, a quarta por cinco pancadas, a quinta por seis pancadas, a sétima por oito pancadas.
A primeira série é constituída por duas pancadas, a terceira por quatro pancadas, a quarta por cinco pancadas, a quinta por seis pancadas, a sétima por oito pancadas.
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«Quando me julguei suficientemente ensinado do que se fazia no Real Ginásio, conversei com o meu primeiro mestre e amigo [[Mestre: Artur dos Santos|Artur dos Santos]], sobre as minhas tensões de ir experimentar outros ares, e eis-me à procura doutros, que algumas cousas mais me pudessem ensinar.
«
(...) [[Carlos Relvas]] (...) contratou vários mestres, provinientes de diversos pontos do país (...)


Vi muito pouco antes de ir ao barracão do '''mestre Salreu''', em diversos quintais que visitei, e esse pouco que tive ocasião de ver  não me admirou, pois que era jogo mais ou menos semelhante ao que primeiro tinha aprendido.
Estes mestres, entre outros, terão sido o próprio [[Mestre: José Maria da Silveira|José Maria da Silveira]], [[Mestre: Domingos Salreu|Domingos Valente de Couras (Salréu)]], [[Mestre: António Pereira Penela|António Pereira Penela]] (1838-1908), e [[Mestre: Joaquim Baú|Joaquim Baú]] (contemporaneo do "[[Mestre: José Maria da Silveira|Saloio]]), de Marco de Canavezes, mestre itenerante e que vivia do pagamento das lições dadas pelo pais. O que testemunha uma influência directa da técnica de Lisboa em alguns dos jogadores e posteriores mestres do Ribatejo. (...)


Mas veio um dia em que entrei no quintal do '''mestre Salreu''', e da parte de fora da janela do barracão estive vendo um assalto, como nunca julguei que pudesse haver. Que energia de pancadas, que certeza nas defesas, que cousa tão linda, certa e movimentada, em que logo percebi, que ali nada se perdia no ar, e que o terreno era disputado com toda a consciência.
Os quintais tornaram-se os pontos de encontro de grupos de jogadores, e acompanharam o desenvolvimento da prática desde os finais do Sec. XIX até ao início do nosso século, tanto quanto se sabe. O tipo de locais em que se tinha jogo ia desde o pátio atrás de casa, ao largo, na própria rua, a um barracão ou mesmo em algumas casas de pasto, соmо o ''Retiro da Pipa'', próximo ao actual Marquês de Pombal; aqui, a escola ligava-se ao convívio dos frequentadores mais assíduos, dando à prática características de certa informalidade. O mestre do ''Retiro da Pipa'' foi [[Mestre: Domingos Salreu|Domingos de Valente de Couras "Salréu"]], profissional de Jogo do Pau, que manteve pelo menos três contra-mestres: o seu filho, [[Mestre: Abílio Salreu|Abilio Salréu]], [[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|José Dias (o "95")]] e Luis Preto (neutro quintal, na Travessa do Combro).
»<br>
<small>Artigo «O Jogo do Pau em Portugal: processos de mudança, Universidade Nova de Lisboa» 1990 ([[Livro: O Jogo do Pau em Portugal: processos de mudança|ver mais]])</small>
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Escusado será dizer, que logo que o assalto terminou eu estava da parte de dentro do barracão, para ver os outros assaltos ou lições que se seguiram, e no dia seguinte eu era mais um discípulo do mestre Salreu.
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(...) mestre [[Frederico Hopffer]], o qual nos legou um livro técnico sobre a modalidade, infelizmente esgotado. Nessa obra, fruto de intensos estudos, consegue o autor transmitir-nos ensinamentos cite colhera de seu mestre, '''Domingos Salreu''' - criador dos meios saídos e meios entrados, ou sejam pancadas rápidas e violentas - além doutras. Esta inovação obriga os jogadores a tomarem maior precaução e a terem a vista habituada a pequenas distâncias, entre a ponta do pau do adversário e o seu próprio corno.
»
<br><small>Artigo em JP, de Set/Out. 1974 por Mestre [[Armando Sacadura]] : O Jogo do Pau - O que se sabe acerca desta luta tipica portuguesa ([[Artigo: JP - O Jogo do Pau - O que se sabe acerca desta luta tipica portuguesa|ler a notícia]])</small>
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(…) '''Domingos Valente de Couras Salreu''' foi o jogador da elite, o homem mais completo, com mais vastos conhecimentos, sabendo-se cobrir como ninguém, cortando só quando era oportuno, e sabendo fazer brilhar o seu adversário  quando isso lhe convinha ou apetecia. Nunca ninguém deixou de ficar satisfeito, quando acabasse de jogar com o '''mestre Salreu''', mas posso afiançar que exceptuando alguns seus discípulos adiantados, ninguém percebia do que ele poderia fazer, se fosse um jogador vaidoso.»<br>
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<small>''CAÇADOR, António Nunes, Jogo do Pau: esgrima nacional, Lisboa: ed. Autor, 1963 ([[Livro: Jogo do Pau: esgrima nacional|sobre o livro]])''</small>
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'''Domingos de Couras Salreu''', teve jogo na ''Travessa do Combro'' e ''retiro da Pipa'', em Lisboa.
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<small>CAÇADOR, António Nunes, ''Jogo do Pau: esgrima nacional'', Lisboa: ed. Autor, 1963 ([[Livro: Jogo do Pau: esgrima nacional|sobre o livro]])</small>
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(...) conhecem-se, no entanto, três escolas: a do Norte (Minho e Trás-os-Montes), conhecida pelo nome de galega; a do Ribatejo, ou pataleira (de Pataios) e a de Lisboa. Esta última nasceu nos quintais dos arrabaldes lisboetas, onde nortenhos se distraíam jogando o pau e teve como principal animador '''Domingos Salreu'''. Foi, porém, o [[Mestre: José Maria da Silveira|Saloio]] o mestre que a regulamentou e lhe deu personalidade, disciplinando os princípios das outras escolas e transformando o que era apenas uma forma de combate em verdadeiro desporto.»<br>
Passando em revista os nomes dos jogadores e mestres famosos, mais uns que reza a tradição e outros que conhecemos contam-se o [[Mestre: Domingos Salreu|Domingos Salreu]], um jogador de elite. (...)
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<br><small>Artigo em «O Século Ilustrado» de 1952 ([[Artigo: O Seculo Ilustrado - Jogo do Pau - Desporto Nacional 1952'|ler a notícia]])</small>
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<small>(…)</small> conhecem-se, no entanto, três escolas: a do Norte (Minho e Trás-os-Montes), conhecida pelo nome de galega; a do Ribatejo, ou pataleira (de Pataios) e a de Lisboa. Esta última nasceu nos quintais dos arrabaldes lisboetas, onde nortenhos se distraíam jogando o pau e teve como principal animador '''Domingos Salreu'''. Foi, porém, o [[Mestre: José Maria da Silveira|Saloio]] o mestre que a regulamentou e lhe deu personalidade, disciplinando os princípios das outras escolas e transformando o que era apenas uma forma de combate em verdadeiro desporto.»<br>
<small>Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Enciclopédia, Limitada, volume XX, 1949 ([[Livro: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira|sobre o livro]])</small>
<small>Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Enciclopédia, Limitada, volume XX, 1949 ([[Livro: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira|sobre o livro]])</small>
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A parte mais importante da Escola de Lisboa, é constituída pelos «cortes», que podem ser feitos de cinco maneiras; os «cortes» foram inventados pelo grande mestre [[Domingos Salreu]] que deu licões no Retiro da Pipa, instalado na Quinta da Torrinha, (hoje Parque Eduardo VII e Praça Marquês de Pombal) e, mais tarde, durante uns vinte anos, na Travessa do Combro, à Lapa. (...)
É o jogo cuja base é a escola do celebre [[Mestre: José Maria da Silveira|José Maria da Silveira]], enriquecida com os famosos «cortes» do grande mestre '''Domingos Salreu''' e depois aperfeiçoada por [[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|José Gonçalves Dias (o 95)]] que, com a sua excepcional competência, conseguiu dar um notável desenvolvimento ao jogo de «cortes» e de «recortes».
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<small>Artigo em «Novidades» de 1943 ([[Artigo: Esgrima Nacional - as escolas do jogo do pau - 1943|ver mais]])</small>
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<small>(…)</small> Vi muito pouco antes de ir ao barracão do [[Mestre: Domingos Salreu|mestre Salreu]], em diversos quintaes que visitei, e esse pouco que tive occasião de vèr, não me admirou, pois que era jogo mais ou menos semelhante ao que primeiro tinha aprendido.
Mas veio um dia em que entrei no quintal do mestre [[Mestre: Domingos Salreu|Salreu]], e da parte de fóra da janella do barracão estive vendo um assalto, como nunca julguei que que podesse haver. Que energia de pancadas, que certeza nas defesas, que cousa tão linda, certa e movimentada, em que logo percebi, que ali nada se perdia no ar, e que o terreno era disputado com toda a consciência.
Escusado será dizer, que logo que o assalto terminou, eu estava da parte de dentro do barracão, para vêr os outros assaltos ou lições que se seguiram, e no dia seguinte eu era mais um discípulo do [[Mestre: Domingos Salreu|mestre Salreu]].
<small>(…)</small> não posso também deixar de dizer, que [[Mestre: Domingos Salreu|Domingos Valente de Couras Salreu]] foi o jogador da elite, o homem mais completo, com mais vastos conhecimentos, sabendo-se cobrir como ninguém, cortando só quando era oportuno e sabendo fazer brilhar o seu adversario, quando isso lhe convinha ou apetecia. Nunca ninguém deixou de ficar satisfeito, quando acabasse de jogar com o [[Mestre: Domingos Salreu|mestre Salreu]], mas posso afiançar que exceptuando alguns seus discípulos adiantados, ninguém percebia do que elle poderia fazer, se fosse um jogador vaidoso.
[[Mestre: Domingos Salreu|Salreu]] que ainda vive, e vivo será por muitos annos, sendo como de facto é, um homem inteligente, explicava muito claramente, quando entendia o discípulo merecer-lhe essa honra, e eu tenho bastas razoes para lhe ser grato.
»<br>
<small>Livro "Duas palavras sobre o jogo de pau" de [[Mestre: Frederico Hopffer|Frederico Hopffer]], 1924 ([[Livro: Duas palavras sobre o jogo de pau|sobre o livro]])</small>
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As cavalhadas e o jogo de pau no Velodromo de Lisboa
(...) O professor '''Domingos Salreu''' jogando o pau, vestido de campino.
»<br>
<small>Artigo em Illustração Portugueza de 30 julho 1906 ([[Recorte Jornal: Ilustração Portuguesa - As cavalhadas e o jogo de pau no Velodromo de Lisboa 1906|ver mais]])</small>
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pelos Ex.mos Srs. [[Mestre: Domingos Salreu|Domingos Valente]], Manuel Igrejas.<br>
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<small>Folheto de divulgação de um sarau a realizar no Real Coliseu de Lisboa 1893 ([[Folheto: Divulgação de sarau a realizar no Real Coliseu de Lisboa|ver folheto]])</small>
<small>Folheto de divulgação de um sarau a realizar no Real Coliseu de Lisboa 1893 ([[Folheto: Divulgação de sarau a realizar no Real Coliseu de Lisboa|ver folheto]])</small>
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Mestres onde obteve conhecimentos técnicos do Jogo do Pau português:  
Mestres onde obteve conhecimentos técnicos do Jogo do Pau português:  


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* [[Mestre: José Maria da Silveira|Mestre José Maria da Silveira «O Saloio»]]
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== Ver também ==
== Ver também ==

Edição atual desde as 19h55min de 11 de julho de 2023

Outros nomes Salréu
Nascimento (?)
Morte (?)
Nacionalidade Portuguesa
Naturalidade Salréu (Aveiro)
Escola Lisboa (quintais)

Sobre

Mestre Domingos Valente de Couras, conhecido como Mestre “Salréu”, porque era natural de Salréu, vila do concelho de Estarreja, Aveiro.

Foi discípulo do Mestre José Maria da Silveira, «O Saloio», e mais tarde foi mestre e deu aulas no Retiro da Pipa, instalado na Quinta da Torrinha, (hoje Parque Eduardo VII e Praça Marquês de Pombal) e, mais tarde, durante uns 20 anos num quintal na Travessa do Combro, à Lapa em Lisboa. Desenvolveu os "cortes" e passou esta técnica para o mestre José Dias («o 95»).

Foi o criador de uma «Séries de Jogo», compostas por sete secções, ainda hoje praticadas como exercício nas "Escolas de Lisboa". Estas séries de pancadas, nascem sempre da retaguarda ou vira costas, e sempre com uma pancada ameaçada seguida de outra descarregada a todo o comprimento para atingir o adversário. Este sistema de duas pancadas, serviria de treino, para mais tarde, quando o jogador estivesse bem desenvolvido no jogo coberto, pudesse aplicá-las nos cortes.

A primeira série é constituída por duas pancadas, a terceira por quatro pancadas, a quarta por cinco pancadas, a quinta por seis pancadas, a sétima por oito pancadas.

Publicações onde é citado

« (...) Carlos Relvas (...) contratou vários mestres, provinientes de diversos pontos do país (...)

Estes mestres, entre outros, terão sido o próprio José Maria da Silveira, Domingos Valente de Couras (Salréu), António Pereira Penela (1838-1908), e Joaquim Baú (contemporaneo do "Saloio), de Marco de Canavezes, mestre itenerante e que vivia do pagamento das lições dadas pelo pais. O que testemunha uma influência directa da técnica de Lisboa em alguns dos jogadores e posteriores mestres do Ribatejo. (...)

Os quintais tornaram-se os pontos de encontro de grupos de jogadores, e acompanharam o desenvolvimento da prática desde os finais do Sec. XIX até ao início do nosso século, tanto quanto se sabe. O tipo de locais em que se tinha jogo ia desde o pátio atrás de casa, ao largo, na própria rua, a um barracão ou mesmo em algumas casas de pasto, соmо o Retiro da Pipa, próximo ao actual Marquês de Pombal; aqui, a escola ligava-se ao convívio dos frequentadores mais assíduos, dando à prática características de certa informalidade. O mestre do Retiro da Pipa foi Domingos de Valente de Couras "Salréu", profissional de Jogo do Pau, que manteve pelo menos três contra-mestres: o seu filho, Abilio Salréu, José Dias (o "95") e Luis Preto (neutro quintal, na Travessa do Combro). »
Artigo «O Jogo do Pau em Portugal: processos de mudança, Universidade Nova de Lisboa» 1990 (ver mais)

« (...) mestre Frederico Hopffer, o qual nos legou um livro técnico sobre a modalidade, infelizmente esgotado. Nessa obra, fruto de intensos estudos, consegue o autor transmitir-nos ensinamentos cite colhera de seu mestre, Domingos Salreu - criador dos meios saídos e meios entrados, ou sejam pancadas rápidas e violentas - além doutras. Esta inovação obriga os jogadores a tomarem maior precaução e a terem a vista habituada a pequenas distâncias, entre a ponta do pau do adversário e o seu próprio corno. »
Artigo em JP, de Set/Out. 1974 por Mestre Armando Sacadura : O Jogo do Pau - O que se sabe acerca desta luta tipica portuguesa (ler a notícia)

« Domingos de Couras Salreu, teve jogo na Travessa do Combro e retiro da Pipa, em Lisboa. »
CAÇADOR, António Nunes, Jogo do Pau: esgrima nacional, Lisboa: ed. Autor, 1963 (sobre o livro)

« Passando em revista os nomes dos jogadores e mestres famosos, mais uns que reza a tradição e outros que conhecemos contam-se o Domingos Salreu, um jogador de elite. (...) »
Artigo em «O Século Ilustrado» de 1952 (ler a notícia)

« (…) conhecem-se, no entanto, três escolas: a do Norte (Minho e Trás-os-Montes), conhecida pelo nome de galega; a do Ribatejo, ou pataleira (de Pataios) e a de Lisboa. Esta última nasceu nos quintais dos arrabaldes lisboetas, onde nortenhos se distraíam jogando o pau e teve como principal animador Domingos Salreu. Foi, porém, o Saloio o mestre que a regulamentou e lhe deu personalidade, disciplinando os princípios das outras escolas e transformando o que era apenas uma forma de combate em verdadeiro desporto.»
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Enciclopédia, Limitada, volume XX, 1949 (sobre o livro)

« A parte mais importante da Escola de Lisboa, é constituída pelos «cortes», que podem ser feitos de cinco maneiras; os «cortes» foram inventados pelo grande mestre Domingos Salreu que deu licões no Retiro da Pipa, instalado na Quinta da Torrinha, (hoje Parque Eduardo VII e Praça Marquês de Pombal) e, mais tarde, durante uns vinte anos, na Travessa do Combro, à Lapa. (...)

É o jogo cuja base é a escola do celebre José Maria da Silveira, enriquecida com os famosos «cortes» do grande mestre Domingos Salreu e depois aperfeiçoada por José Gonçalves Dias (o 95) que, com a sua excepcional competência, conseguiu dar um notável desenvolvimento ao jogo de «cortes» e de «recortes». »
Artigo em «Novidades» de 1943 (ver mais)

« (…) Vi muito pouco antes de ir ao barracão do mestre Salreu, em diversos quintaes que visitei, e esse pouco que tive occasião de vèr, não me admirou, pois que era jogo mais ou menos semelhante ao que primeiro tinha aprendido.

Mas veio um dia em que entrei no quintal do mestre Salreu, e da parte de fóra da janella do barracão estive vendo um assalto, como nunca julguei que que podesse haver. Que energia de pancadas, que certeza nas defesas, que cousa tão linda, certa e movimentada, em que logo percebi, que ali nada se perdia no ar, e que o terreno era disputado com toda a consciência.

Escusado será dizer, que logo que o assalto terminou, eu estava da parte de dentro do barracão, para vêr os outros assaltos ou lições que se seguiram, e no dia seguinte eu era mais um discípulo do mestre Salreu.

(…) não posso também deixar de dizer, que Domingos Valente de Couras Salreu foi o jogador da elite, o homem mais completo, com mais vastos conhecimentos, sabendo-se cobrir como ninguém, cortando só quando era oportuno e sabendo fazer brilhar o seu adversario, quando isso lhe convinha ou apetecia. Nunca ninguém deixou de ficar satisfeito, quando acabasse de jogar com o mestre Salreu, mas posso afiançar que exceptuando alguns seus discípulos adiantados, ninguém percebia do que elle poderia fazer, se fosse um jogador vaidoso.

Salreu que ainda vive, e vivo será por muitos annos, sendo como de facto é, um homem inteligente, explicava muito claramente, quando entendia o discípulo merecer-lhe essa honra, e eu tenho bastas razoes para lhe ser grato. »
Livro "Duas palavras sobre o jogo de pau" de Frederico Hopffer, 1924 (sobre o livro)

« As cavalhadas e o jogo de pau no Velodromo de Lisboa

(...) O professor Domingos Salreu jogando o pau, vestido de campino. »
Artigo em Illustração Portugueza de 30 julho 1906 (ver mais)

REAL COLYSEU DE LISBOA
Domingo 2 de junho de 1993
(...)
JOGO DE BENGALA
pelos Ex.mos Srs. Eduardo de Sousa e Valentim Piato
(...)
JOGO DE PAU, DUPLO TRAPEZIO, ARGOLAS, TORNIQUETE
pelos Ex.mos Srs. Domingos Valente, Manuel Igrejas.
(...)

Folheto de divulgação de um sarau a realizar no Real Coliseu de Lisboa 1893 (ver folheto)

Conhecimentos técnico

Mestres onde obteve conhecimentos técnicos do Jogo do Pau português:

Ver também

Referências