Mestre: António Moleiro
Sobre
Mestre António Gaspar Caçoete, conhecido por António Moleiro, nasceu em 1894. Quando funcionário da casa Agrícola de Rio Frio, foi destacado para Valdera para guarda do pinhal e aí ficou a morar. Foi assim que nasceu a Escola do Pinhal de Valdera.
Teve escola e ensinou na escola em Valdera e Poceirão, localidades de Palmela, e, em Rio Frio e Atalaia, localidades do Montijo. faleceu em 1970 aos 75 anos de idade.
Mestre Moleiro, foi inicialmente aluno do mestre Daniel Lourenço (?), em 1911, e em 1919, aprendeu com o mestre Augusto Calado, e posteriormente com o mestre Domingos Miguel. Moleiro preferio o tipo de Jogo Lisboeta, em vez do Minhoto do Calado.
Durante os seus 50 anos de prática e ensido, deixou muitos discípulos que tambem estes fizeram por sua vez Escola com vários outros discípulos.
Destacamos alguns grandes Jogadores e Mestres formados pelo Mestre Moleiro:
- Custódio Padasso
- Casemiro Delgado
- Luciano Maia (Luciano da Teresa)
- Manuel Jorge
- António Neto
- Casemiro Maia
- Herculano Lagarto
- Manuel Moleiro (Neto)
- Viespaziano (filho da Sara)
- António Maia
- José Chula
- José Margarido
- Isidoro Lagarto
- Cristino Balseiro
Conhecimentos técnico
Mestres onde obteve conhecimentos técnicos do Jogo do Pau português:
Publicações onde é citado
«De todas as Escolas que rivalizaram na nossa região, duas se distinguem em termos técnicos, que alguns dos seus discípulos tentam manter. Devido a percursos e aprendizagens diferentes essas Escolas são simbolizadas nos seus principais mestres: António Moleiro e Domingos Margarido. Ambos caramelos, um de Pinhal Novo e o outro de Valdera. Foi em torno destes dois símbolos do Jogo do Pau Português que aprendem dezenas de jovens, do Penteado a Águas de Moura, de Palmela a Pegões. Os discípulos destes mestres formaram novos núcleos em praticamente todas as localidades da região. O trabalho destes primeiros mestres, que estão referenciados documentalmente, de recolher e estudar todas as técnicas e estilos conhecidos, contactando regularmente com outras escolas e outros jogadores, permitiu que tudo pudesse ser sistematizado por duas figuras ímpares do Jogo do Pau Português, os Mestres José Ribeiro Chula e Silvino Melro. Em torno destas escolas assenta todo o saber do Jogo do Pau, Caramelo, do Sul, da Borda d’ Água, ou outra. Após a morte destes Mestres o Jogo do Pau na nossa região entrou em declínio.» |
« "O Margarido era (tinha) um jogo diferente do jogo do Moleiro. O jogo do Moleiro era um jogo mais ou menos o do jogo do Ateneu Comercial: (...) O do Margarido era um jogo duro, de um jogador antigo, que era o Varejão... (e o jogo) do Calado» (Entrevista ao Mestre António Brinca em 1989). A escola do Pinhal Novo, rival da anterior, criada pelo mestre Domingos Henrique Margarido, natural do Pinhal Novo, e discípulo do mestre Calado, tinha um tipo de jogo extremamente violento, e manteve uma acesa rivalidade com a escola de mestre Moleiro (Valdera). (...) A Escola de Valdera foi liderada pelo mestre Antonio Moleiro, inicialmente aluno de mestre Daniel Lourenço (?), em 1911; em 1919, aprendeu com o mestre Calado Campos (o Preto), e posteriormente com o mestre Domingos Miguel. (...) o António Moleiro ... foi o meu mestre (António Brinca) e o mestre do José Chula, mas tive umas lições... nós fomos aprender os quatro ao mesmo tempo, eu, um primo meu (Antonio Domingos Verissimo), o José Chula e o Silvino Melro (...) A escola de Alhos Vedros - na Quinta das Pedras, inicialmente, e depois em clubes recreativos da região tinha como mestre José Ribeiro Chula (1908-1981), que juntamente com o irmão aprendeu o Jogo do Pau com mestre Moleiro, em Valdera. No Poceirão (Lau), em Lagamessas, alternaram duas escolas orientadas por dois discípulos do mestre Moleiro, Custódio das Neves e Casimiro Delgado.
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António Moleiro, deu lições em Valdera.
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«Grandes assaltos de Jogo do Pau que tomam parte os distintos professores desta esgrima, srs: António Moleiro de Valdera; José Ribeiro Chula Junior, da Moita, e os ageis jogadores: António Verissimo e A. Brinca, da Carregueira; Henrique Valente, de Alhos Vedros; Manuel Curado, de Olhos de Água e Julio dos Santos, do Barreiro.» |
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(...) Foi com o mestre António Moleiro de Valdéra, um antigo discípulo de Domingos Miguel, que José Ribeiro Chula Júnior recebeu as primeiras lições de jogo do pau.
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Mestre António Brinca,, foi um dos mais vigorosos jogadores de Pau de todo o nosso concelho, tal como alguns dos seus colegas de desporto muito deu e fez por deixar sempre presente que a vila da Moita foi, é, e será sempre uma referência no Jogo do Pau Portugués. Aprendeu a jogar em Valdera com o Mestre Moleiro e foi colega de equipa, entre muitos, do Mestre José Chula, outro grande nome do nosso concelho.
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(...) (...) E o inevitável acaba por acontecer. Certamente que incentivados pelos elementos afectos, as suas claques, dois dos melhores praticantes da esgrima nacional, acabam por combinar um despique. O duelo foi marcado para Alhos Vedros, tendo os dois assinado um papel (não há confirmação de que tal tenha acontecido, mas conta-se que assim foi) em que cada um deles, ilibava o outro de qualquer responsabilidade, caso algum viesse a morrer. Deslocou-se muita gente a Alhos Vedros para assistir ao duelo que passava de boca em boca, seria de morte. Durante o despique, o pau do Moleiro partiu-se e o Henrique atingiu-o num braço, tendo o Moleiro ido ao chão. Gerou-se grande confusão entre as claques, havendo batalha campal, acabando por aparecer a autoridade que prendeu alguns elementos. O Henrique Margarido conseguiu fugir, trocar de roupa, (a roupa que usavam no despique era toda branca) e esconder-se junto às agulhas na saida da Estação de Alhos Vedros no sentido da Moita. As autoridades que tinham preso o Moleiro, Elias Margarido, Manuel Margarido e Augusto Margarido, foram à estação e revistaram o comboio à procura do Henrique Margarido. Ele acabou por apanhar o comboio junto às agulhas, fazendo a viagem na máquina. E preciso lembrar que ele era ferroviário e que os camaradas na hora de aperto o ajudaram. No comboio que trazia as pessoas que haviam ido assistir ao duelo, vinha também o Augusto Bragança, que era compadre do Henrique por ser padrinho da sua primeira filha (Dália) que ao chegar contou o que se havia passado, mas dizendo que o Henrique Margarido devia estar morto. (na altura da confusão, em que o Moleiro foi ao chão muitos pensaram que havia sido o Henrique e ninguém teve "calma" para ver o que se passou). A mulher que estava grávida, ao receber a notícia da "morte" do marido, acabou por abortar. Apesar de algum tempo depois o Henrique ter aparecido o mal já tinha acontecido. Só depois deste episódio, nasceu a segunda filha, Zulmira (em 1928) e que nos contou esta historia que acabo de transcrever. (...)
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