Estilo de Jogo: Ribatejo: diferenças entre revisões

Fonte: Jogo do Pau Português
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Temos ainda, o relato da existência de dois mestres na zona Golegã, [[Mestre: José António Marvila|José António Marvila]] que jogava com as duas mãos, e [[Carlos Relvas]], que utilizava apenas uma mão, como se tratasse de esgrima de florete. Comentava-se, na Colegã, nesse tempo que [[Mestre: José António Marvila|Marvila]] representava o sistema antigo (este tipo de jogo), e [[Carlos Relvas|Relvas]] o moderno (o novo de Lisboa).<ref>Artigo em «Novidades» de 1943 ([[Artigo: Esgrima Nacional - as escolas do jogo do pau - 1943|ver mais]])</ref>
Temos ainda, o relato da existência de dois mestres na zona Golegã, [[Mestre: José António Marvila|José António Marvila]] que jogava com as duas mãos, e [[Carlos Relvas]], que utilizava apenas uma mão, como se tratasse de esgrima de florete. Comentava-se, na Colegã, nesse tempo que [[Mestre: José António Marvila|Marvila]] representava o sistema antigo (este tipo de jogo), e [[Carlos Relvas|Relvas]] o moderno (o novo de Lisboa).<ref>Artigo em «Novidades» de 1943 ([[Artigo: Esgrima Nacional - as escolas do jogo do pau - 1943|ver mais]])</ref>


Embora extinto este tipo de jogo, hoje ainda se faz nas escolas de Lisboa, alguns sarilhos da «Borda d'Água», que simulam várias defesas.
Embora extinto este tipo de jogo, hoje ainda se faz nas escolas de Lisboa, alguns sarilhos da «Borda d'Água», que simulam várias defesas. Estes sarilhos são executados num ''jogo traçado'' a duas mãos.


== Caracterização ==
== Caracterização ==

Revisão das 20h36min de 28 de maio de 2023

Sobre

O Estilo de Jogo do Ribatejo ou Borda-d’água, também conhecida antigamente pelo Jogo de Pataias ou Escola da Pataeira.

Infelizmente o jogo desta Escola está extinto, mas sabe-se através de documentação e algumas fotos que era um jogo essencialmente de duas pontas, efectuado a curta distância, com com unhas abaixo e mãos a correr pela vara, talvez derivado do chamado "jogo antigo do Minho".[1]

Temos ainda, o relato da existência de dois mestres na zona Golegã, José António Marvila que jogava com as duas mãos, e Carlos Relvas, que utilizava apenas uma mão, como se tratasse de esgrima de florete. Comentava-se, na Colegã, nesse tempo que Marvila representava o sistema antigo (este tipo de jogo), e Relvas o moderno (o novo de Lisboa).[2]

Embora extinto este tipo de jogo, hoje ainda se faz nas escolas de Lisboa, alguns sarilhos da «Borda d'Água», que simulam várias defesas. Estes sarilhos são executados num jogo traçado a duas mãos.

Caracterização

  1. Jogo feito a duas mãos
  2. Pancadas descarregadas com violência;

Publicações onde o «Jogo» é citado

Em 1943, podemos ler no jornal «Novidade» um artigo que discute as três escolas de jogo do pau em Portugal: a escola do Norte (Minho), a escola do Ribatejo (Pataieira) e a escola de Lisboa.

« (...) quanto a escolas, devemos dizer que o jogo do pau tem três:

A do Norte ou a minhota, a do Ribatejo, vulgarmente conhecida por Pataieira, de Pataias, e a de Lisboa.

(...) Quanto à Escola do Ribatejo, é interessante; neste jogo o pau é, quási sempre, manejado com os dois braços o que dá uma certa violência à pancada, mas faz com que o jogador fique com os movimentos um pouco presos.

No jogo do Ribatejo não aparecem os cortes, as «passagens» são executadas com menos perícia que no jogo da capital e os sarilhos são também diferentes.

A base deste jogo é a escola do mestre António Pereira Penela que Carlos Relvas, pai do antigo ministro Dr. José Relvara levou para as suas propriedades da Golegã, afim de com ele aprender a jogar o pau.

Mestre Penela, nasceu em 1832 e faleceu em 1908.

Carlos Relvas foi, por sua vez professor de José Ferreira Ruivo, na «Borda d'Água», mestre de grande classe e que nasceu em 1846 e faleceu a 18 de Agosto de 1918.

José Ruivo deu, na «Borda d'Água» um notável incremento à esgrima de pau, e o seu nome e o do seu mestre, ainda hoje são recordados com saudade em muitas terras do Ribatejo.

O jogo da «Borda d'Água» é menos rápido que o de Lisboa, pois o pau manejado só com um braço tem mais velocidade, o jogador desloca-se mais facilmente e tem os movimentos mais livres do que se empunhasse com as duas mãos.

Pois muito completo que seja o jogador que siga a escola da «Borda d'Água», não consegue vantagem quando oposto a um bom elemento do jogo de Lisboa que maneja uma vara de lodão com a perfeição de Domingos Miguel ou do antigo Domingos Alves. »
Artigo em «Novidades» de 1943 (ver mais)

Outros estilos de Jogo

Referências

  1. VALENTE, Hélder, O Jogo do Pau Português, Associação Algarvia do Jogo do Pau Português, 2003 (sobre o livro)
  2. Artigo em «Novidades» de 1943 (ver mais)