Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»): diferenças entre revisões
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== Sobre == | == Sobre == | ||
Mestre '''José Gonçalves Dias''', | Mestre '''''José Gonçalves Dias''''', conhecido como "o 95", foi um dos discípulos prediletos e contra-mestre do famoso mestre lisboeta ''[[Domingos Salreu]]''<ref>Artigo O Jogo do Pau em Portugal: processos de mudança, Universidade Nova de Lisboa, 1990.</ref>. Deu aulas com outros mestres contemporaneos na [[Grupo da Rua Ivens|Rua Ivens]] e no seu próprio quintal no [[Grupo do Largo da Achada|Largo da Achada]], em Lisboa, ''José Dias'' dedicou-se ao ensino do Jogo do Pau, onde refinou e desenvolveu as técnicas de "cortes" e "recortes" do seu mestre, ''[[Domingos Salreu]]''<ref>CAÇADOR, António Nunes, Jogo do Pau: esgrima nacional, Lisboa: ed. Autor, 1963.</ref>. | ||
Considerado um mestre e jogador de grande habilidade e virtude, José Gonçalves Dias era descrito por ''[[Frederico Hopffer]]'' como um homem honrado, generoso e trabalhador. Mesmo quando os seus discípulos não podiam pagar, ele nunca deixou de ensinar e de compartilhar todos os detalhes do seu jogo, sem esconder nenhuma parte do conhecimento<ref>HOPFFER, Frederico, Duas palavras sobre o jogo de pau, 1924.</ref>. | |||
''José Gonçalves Dias'' foi altamente reverenciado no meio do Jogo do Pau, sendo mencionado entre os mestres célebres nos espetáculos de 1892 no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, onde sua habilidade impressionou a plateia, que incluía a família real<ref>Recorte do jornal Correio da Manhã, 1892.</ref>, e, em 1893, onde a "troupe" de vários artistas que iriam representar Portugal a Chicago, composta também por jogadores portugueses, apresentou-se também no Coliseu, onde ''Gonçalves Dias'', mestre pelo sistema de Lisboa, foi destacado como uma verdadeira maravilha pela crítica<ref>Recorte do jornal Diário Ilustrado, Herminius, 1892.</ref>. | |||
== Conhecimentos técnico == | |||
Mestres onde obteve conhecimentos técnicos do Jogo do Pau português: | |||
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O mestre [[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|José Gonçalves Dias]] foi um dos mais competentes mestres da esgrima nacional, senão o melhor. Ensinou os melhores jogadores da sua época, mais tarde mestres como [[Mestre: Frederico Hopffer|Frederico Hopffer]] (pai), [[Mestre: Domingos Alves|Domingos Alves]], [[Mestre: Domingos Varejão|Domingos Varejão]], [[Mestre: Domingos Miguel|Domingos Miguel]], [[Mestre: António Lapa|António Lapa]], [[Mestre: Jorge Dias de Sousa|Jorge de Sousa]] e [[Mestre: Luís Abrantes|Luis Abrantes]], enfim, todos os bons jogadores e mestres foram seus discipulos; aperfeiçoou o sistema de cortes criados por mestre [[Mestre: Domingos Salreu|Salréu]], de quem foi contra-mestre. Homem de grande honradez e de óptimo carácter. De resto estas qualidades têm sido notadas em todos os grandes mestre da esgrima nacional. | |||
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O mestre [[Mestre: Frederico Hopffer|Hopffer (pai)]] (...) recebeu as primeiras lições em 1898 do seu amigo e grande mestre [[Artur dos Santos]]. Depois continuou com o mestre [[Mestre: Domingos Salreu|Domingos de Couras Salréu]] e [[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|José Gonçalves Dias (o 95)]], (...) | |||
'''''José Dias''''' (o mestre Zé o 95), teve jogo no ''largo da Achada'', em Lisboa. | '''''José Dias''''' (o mestre Zé o 95), teve jogo no ''largo da Achada'', em Lisboa. | ||
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([[Mestre: Jorge Dias de Sousa|Jorge Dias de Sousa]]) Durante doze anos foi professor no [[Ateneu Comercial de Lisboa]]] na modalidade de jogo do pau, onde sucedeu no professorado ao mestre [[Mestre: Izidoro Correia Gomes|Isidoro Correia Gomes]] que havia sido um dos seus mestres, tendo sido também discípulo do mestre [[Mestre: Frederico Hopffer|Frederico Hopffer]], [[Mestre: Domingos Salreu|Domingos de Couras Salréu]] e [[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|José Gonçalves Dias]] (o 95). | |||
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O jogo começa, vai-se desenrolando, enfim, dentro dos seus vários aspectos. O mestre [[Mestre: Domingos Salreu|Salréu]], sempre dentro da sua caracteristica de jogo manhoso, procurando fazer como gato taz ao rato passando-se hábilmente, cobrindo-se, atacando levemente, e com segurança até que em ocasião oportuna atira o golpe e atinge a orelha de [[Mestre: Baptista Abelheira|Baptista Abelheira]] suavemente, no entanto, este sente-se deprimido, larga a vara e agarra-se a [[Mestre: Domingos Salreu|Salréu]], tiveram é claro, que ser separados. Mas não fica por aqui, pois o mestre [[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|José Dias (o 95)]], leccionava próximo, foram chamá-lo, veio logo e propôs-se jogar com o filho do [[Mestre: Baptista Abelheira|Abelheira]], rapaz novo, alto, forte como o pai, mas de jogo do pau pouco ou nada sabia, e o mestre [[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|Zé]], como lhe chamavam, resolve jogar com o pai [[Mestre: Baptista Abelheira|Abelheira]], trava-se o combate e como atrás disse, o mestre [[Mestre: Baptista Abelheira|Abelheira]]jogava sempre de chapeu na cabeça e o mestre [[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|Zé]] que era muito baixo, mas sobrava-lhe em saber o que lhe faltava em altura, dá o primeiro toque no chapéu do seu adversário e coloca lho sobre o lado, o outro compõe o chapéu, dentro de pouco tempo sucede o mesmo, torna a compor e o caso repete-se, quer dizei, o mestre [[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|Zé (o 95)]] toca três vezes o outro, o qual agora perde a serenidade, larga a vara e agarra-se ao mestre Zé, embrulham-se todos, o conflito acabou e o garrafão de cinco litros desta vez não chegou a ser bebido pelos vários componentes da festa. | |||
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<small>CAÇADOR, António Nunes, ''Jogo do Pau: esgrima nacional'', Lisboa: ed. Autor, 1963 ([[Livro: Jogo do Pau: esgrima nacional|sobre o livro]])</small> | <small>CAÇADOR, António Nunes, ''Jogo do Pau: esgrima nacional'', Lisboa: ed. Autor, 1963 ([[Livro: Jogo do Pau: esgrima nacional|sobre o livro]])</small> | ||
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Esta «troupe» portuguesa, que vai a Chicago mostrar os nossos costumes e diversões, como toques de guitarra, fandango saloio e jogo de pau, apresenta-se no Coliseu dos Recreios, ás Portas de Santo Antão, no sábado próximo, 5 do corrente. | Esta «troupe» portuguesa, que vai a Chicago mostrar os nossos costumes e diversões, como toques de guitarra, fandango saloio e jogo de pau, apresenta-se no Coliseu dos Recreios, ás Portas de Santo Antão, no sábado próximo, 5 do corrente. | ||
A rapariga que baila o fandango é de Pataias, de onde é também um dos mestres do jogo de pau, o celebre ''Joaquim Agostinho''. Dizem-nos, porém, que ''[[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|Gonçalves Dias]]'', mestre do jogo do pau pelo sistema de Lisboa, é uma verdadeira maravilha. | A rapariga que baila o fandango é de Pataias, de onde é também um dos mestres do jogo de pau, o celebre ''[[Mestre: Joaquim Agostinho|Joaquim Agostinho]]''. Dizem-nos, porém, que ''[[Mestre: José Gonçalves Dias («o 95»)|Gonçalves Dias]]'', mestre do jogo do pau pelo sistema de Lisboa, é uma verdadeira maravilha. | ||
É espetáculo que muito deve entusiasmar o publico. | É espetáculo que muito deve entusiasmar o publico. | ||
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<small>Recorte Jornal "Diário Ilustrado", "Herminius", de | <small>Recorte Jornal "Diário Ilustrado", "Herminius", de 1892 ([[Recorte Jornal: Diário Ilustrado - Herminius 1891|ver mais]])</small> | ||
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== Ver também == | == Ver também == |
Edição atual desde as 14h46min de 31 de maio de 2025
Sobre
Mestre José Gonçalves Dias, conhecido como "o 95", foi um dos discípulos prediletos e contra-mestre do famoso mestre lisboeta Domingos Salreu[1]. Deu aulas com outros mestres contemporaneos na Rua Ivens e no seu próprio quintal no Largo da Achada, em Lisboa, José Dias dedicou-se ao ensino do Jogo do Pau, onde refinou e desenvolveu as técnicas de "cortes" e "recortes" do seu mestre, Domingos Salreu[2].
Considerado um mestre e jogador de grande habilidade e virtude, José Gonçalves Dias era descrito por Frederico Hopffer como um homem honrado, generoso e trabalhador. Mesmo quando os seus discípulos não podiam pagar, ele nunca deixou de ensinar e de compartilhar todos os detalhes do seu jogo, sem esconder nenhuma parte do conhecimento[3].
José Gonçalves Dias foi altamente reverenciado no meio do Jogo do Pau, sendo mencionado entre os mestres célebres nos espetáculos de 1892 no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, onde sua habilidade impressionou a plateia, que incluía a família real[4], e, em 1893, onde a "troupe" de vários artistas que iriam representar Portugal a Chicago, composta também por jogadores portugueses, apresentou-se também no Coliseu, onde Gonçalves Dias, mestre pelo sistema de Lisboa, foi destacado como uma verdadeira maravilha pela crítica[5].
Conhecimentos técnico
Mestres onde obteve conhecimentos técnicos do Jogo do Pau português:
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Faça duplo clique sobre o nome do Mestre para abrir o seu perfil. Abaixo de cada um, é indicado o período da sua prática (com possível margem de erro), podendo também faltar Mestres ainda não identificados ou introduzidos na nossa Wikipédia |
Publicações onde é citado
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O mestre do Retiro da Pipa foi Domingos de Valente de Couras "Salréu", profissional de Jogo do Pau, que manteve pelo menos três contra-mestres: o seu filho, Abilio Salréu, José Dias (o "95") e Luis Preto (neutro quintal, na Travessa do Combro).
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« O mestre José Gonçalves Dias foi um dos mais competentes mestres da esgrima nacional, senão o melhor. Ensinou os melhores jogadores da sua época, mais tarde mestres como Frederico Hopffer (pai), Domingos Alves, Domingos Varejão, Domingos Miguel, António Lapa, Jorge de Sousa e Luis Abrantes, enfim, todos os bons jogadores e mestres foram seus discipulos; aperfeiçoou o sistema de cortes criados por mestre Salréu, de quem foi contra-mestre. Homem de grande honradez e de óptimo carácter. De resto estas qualidades têm sido notadas em todos os grandes mestre da esgrima nacional. (...) O mestre Hopffer (pai) (...) recebeu as primeiras lições em 1898 do seu amigo e grande mestre Artur dos Santos. Depois continuou com o mestre Domingos de Couras Salréu e José Gonçalves Dias (o 95), (...) José Dias (o mestre Zé o 95), teve jogo no largo da Achada, em Lisboa. (...) (Jorge Dias de Sousa) Durante doze anos foi professor no Ateneu Comercial de Lisboa] na modalidade de jogo do pau, onde sucedeu no professorado ao mestre Isidoro Correia Gomes que havia sido um dos seus mestres, tendo sido também discípulo do mestre Frederico Hopffer, Domingos de Couras Salréu e José Gonçalves Dias (o 95). (...) O jogo começa, vai-se desenrolando, enfim, dentro dos seus vários aspectos. O mestre Salréu, sempre dentro da sua caracteristica de jogo manhoso, procurando fazer como gato taz ao rato passando-se hábilmente, cobrindo-se, atacando levemente, e com segurança até que em ocasião oportuna atira o golpe e atinge a orelha de Baptista Abelheira suavemente, no entanto, este sente-se deprimido, larga a vara e agarra-se a Salréu, tiveram é claro, que ser separados. Mas não fica por aqui, pois o mestre José Dias (o 95), leccionava próximo, foram chamá-lo, veio logo e propôs-se jogar com o filho do Abelheira, rapaz novo, alto, forte como o pai, mas de jogo do pau pouco ou nada sabia, e o mestre Zé, como lhe chamavam, resolve jogar com o pai Abelheira, trava-se o combate e como atrás disse, o mestre Abelheirajogava sempre de chapeu na cabeça e o mestre Zé que era muito baixo, mas sobrava-lhe em saber o que lhe faltava em altura, dá o primeiro toque no chapéu do seu adversário e coloca lho sobre o lado, o outro compõe o chapéu, dentro de pouco tempo sucede o mesmo, torna a compor e o caso repete-se, quer dizei, o mestre Zé (o 95) toca três vezes o outro, o qual agora perde a serenidade, larga a vara e agarra-se ao mestre Zé, embrulham-se todos, o conflito acabou e o garrafão de cinco litros desta vez não chegou a ser bebido pelos vários componentes da festa.
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É o jogo cuja base é a escola do celebre José Maria da Silveira, enriquecida com os famosos «cortes» do grande mestre Domingos Salreu e depois aperfeiçoada por José Gonçalves Dias (o 95) que, com a sua excepcional competência, conseguiu dar um notável desenvolvimento ao jogo de «cortes» e de «recortes».
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« (...) José Dias (por alcunha o 95), antigo contra-mestre do mestre Salreu, como preito de gratidão á sua memoria, devo dizer, que soube ser um grande mestre e jogador, foi um homem d’um caracter ultra honrado, generoso, ativo trabalhador, e tão desinteressado para com os seus discípulos, que nunca deixou de bem os ensinar, mesmo quando não tinham dinheiro para lhe satisfazer a ridicula paga costumada, e era principalmente tão cheio de boa vontade no ensino, que punha tudo em pratos limpos, não lhes ocultando a mais insignificante parte do jogo. Tal era o excesso do seu desejo de ensinar, que por vezes, mais tarde quando já eu era também mestre, lhe notava que estava ensinando coisas para as quais o discipulo não tinha ainda preparação, ele me respondia: Ensine voçe os seus como entender, porque os meus teem pouco dinheiro para gastar, mas olhe que os meus são tão bem conhecidos em toda a parte, que quem chegar para eles, tem de saber o que faz. Pois este meu mestre e amigo, a quem tanto e tanto devo do pouco que sei do jogo, foi um dos discipulos preditetos do grande mestre Domingos Salreu, que também me deu (conforme os bilhetes de lições atestam) nada menos de meia grosa de lições(…)
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Passando em revista os nomes dos jogadores e mestres famosos, mais uns que reza a tradição e outros que conhecemos contam-se (...) José Gonçalves Dias, O «95», (...)
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« Muito concorrido hontem o Colyseu novo. No intervallo rifou-se o cavalo que era oferecido ao publico - um cavalo de menos da marca - russo escuro, nos pareceu. Coube ao n. 645. Na segunda parte houve jogo de pau. Eram quatro os jogadores que se apresentaram com os pittorescos fatos que usam os campinos - collete encarnado, calção e meia, barrete e sapatos de prateleira. O que se mostrou mais habil foi Gonçalves Dias, um rapagão alto, moreno, muito desembaraçado. Ao espectaculo assistiram El-Rei, a srª D. Amelia e o sr. Infante.
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« Esta «troupe» portuguesa, que vai a Chicago mostrar os nossos costumes e diversões, como toques de guitarra, fandango saloio e jogo de pau, apresenta-se no Coliseu dos Recreios, ás Portas de Santo Antão, no sábado próximo, 5 do corrente. A rapariga que baila o fandango é de Pataias, de onde é também um dos mestres do jogo de pau, o celebre Joaquim Agostinho. Dizem-nos, porém, que Gonçalves Dias, mestre do jogo do pau pelo sistema de Lisboa, é uma verdadeira maravilha. É espetáculo que muito deve entusiasmar o publico.
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Ver também
Referências
- ↑ Artigo O Jogo do Pau em Portugal: processos de mudança, Universidade Nova de Lisboa, 1990.
- ↑ CAÇADOR, António Nunes, Jogo do Pau: esgrima nacional, Lisboa: ed. Autor, 1963.
- ↑ HOPFFER, Frederico, Duas palavras sobre o jogo de pau, 1924.
- ↑ Recorte do jornal Correio da Manhã, 1892.
- ↑ Recorte do jornal Diário Ilustrado, Herminius, 1892.