Mestre: Domingos Varejão

Fonte: Jogo do Pau Português
Outros nomes Varejão
Nascimento 1884
Morte (+/-) 1960
Nacionalidade Portuguesa
Naturalidade (?) Lisboa
Escola Lisboa
Local Almada

Sobre

Mestre Domingos Ribeiro Varejão iniciou a sua aprendizagem aos 22 anos (1904) com mestre Domingos Salreu, na Estrela, em Lisboa. Descolava-se na companhia do seu discípulo Domingos Miguel. Mais tarde vinha aprender com o Mestre José Gonçalves Dias («o 95»).

Trabalhando como ferro velho, ensinou Jogo do Pau até bastante tarde (finais anos 40 dos século XX), num recinto especialmente construido, na Quinta da Alegria, em Cacilhas (Almada).

Personagem excêntrico, assumia o profissionalismo da sua prática, e para além da escola que mantinha deslocava-se a vários locais para dar "lições" particulares ou a pequenos grupos.

Teve alunos em Santana, e para os lados de Sesimbra, segundo informou mestre Elias Gamero[1].

Publicações onde é citado

« "O Margarido era (tinha) um jogo diferente do jogo do Moleiro. O jogo do Moleiro era um jogo mais ou menos o do jogo do Ateneu Comercial: (...) O do Margarido era um jogo duro, de um jogador antigo, que era o Varejão... (e o jogo) do Calado» (Entrevista ao Mestre António Brinca em 1989).

A escola do Pinhal Novo, rival da anterior, criada pelo mestre Domingos Henrique Margarido, natural do Pinhal Novo, e discipulo do mestre Calado, tinha um tipo de jogo extremamente violento, e manteve uma acesa rivalidade com a escola de mestre Moleiro (Valdera).

Mas as escolas ligavam-se essencialmente ás zonas de residencia dos mestres. Nestas, criava-se uma atitude grupo forte, ligada essencialmente à figura do mestre com quem se aprendiz, e de quem se fazia o Jogo.

Em Cacilhas e na Cova de Piedade, tiveram lugar duas escolas, no periodo entre o inicio do século e os anos 40, após o que declinou fortemente a prática; mais tarde, nos anos 80, uma terceira, na Cova da Piedade.

A primeira, foi orientada por Domingos Varejão, que se iniciou na prática aos 22 anos de idade, e foi aluno de Salrèu e do contra-mestre deste, o "95". Trabalhando como ferro velho, ensinou Jogo do Pau até bastante tarde, num recinto especialmente construido, na Quinta da Alegria. Personagem excêntrico, assumia o profissionalismo da sua prática, e para além da escola que mantinha deslocava-se a vários locais para dar "lições" particulares ou a pequenos grupos.

Teve alunos em Santana, e para os lados de Sesimbra, segundo informa mestre Elias Gamero.

A outra escola teve como mestre Domingos Miguel, também aluno inicialmente de Domingos Varejão, do mestre Salrèu e do "95"; a partir de 1929, tornou-se mestre do Ateneu Comercial de Lisboa, e simultaneamente, do Lisboa Ginásio Clube.

"Ele fez muitos discipulos (Varejão) ... o próprio Domingos Miguel foi aluno dele ... foi um dos grandes também .. vinham de todo o lado, e não havia nenhum que lhe fizese frente; ele ia sozinho, quando lá havia jogadores, ia ao encontro deles, e jogava à vontade, e não havia nenhum que lhe fizesse frente. E o Varejão era a mesma coisa" (Entrevita a Mestre Elias Gamero em 1989) »
Artigo «O Jogo do Pau em Portugal: processos de mudança, Universidade Nova de Lisboa» 1990 (ver mais)

Publicações onde é citado

« No Barreiro, a escola teve primeiro como mestre João Lavrador (?-1978) natural de Silves, discípulo de mestre Domingos Miguel. Teve jogo no Pátio 31 de Janeiro, tendo-lhe sucedido o Contra-mestre Henrique Valente. (...) »
Artigo «O Jogo do Pau em Portugal: processos de mudança, Universidade Nova de Lisboa» 1990 (ver mais)

« (...) Estou a referir-me às escolas que conheci o distrito de Setúbal, porque em minha opinião pessoal, creio que aonde mais se praticou o jogo do pau, foi neste distrito, desde o principio deste século. Escolas e mestres que conheci: Domingos Varejão e Domingos Miguel, Concelho de Almada; (...)»
Artigo «Esgrima Nacional - Jogo do Pau» pelo Mestre José Riveiro Chula, publicado no boletim «O Pauladas», nº2/3 de Nov-Dez 1977 (ler o boletim)

« Domingos Ribeiro Varejão deu lições em Cacilhas.

(...)

O mestre José Gonçalves Dias foi um dos mais competentes mestres da esgrima nacional, senão o melhor. Ensinou os melhores jogadores da sua época, mais tarde mestres como Frederico Hopffer (pai), Domingos Alves, Domingos Varejão, Domingos Miguel, António Lapa, Jorge de Sousa e Luís Abrantes (...) »
CAÇADOR, António Nunes, Jogo do Pau: esgrima nacional, Lisboa: ed. Autor, 1963 (ver mais)

« Passando em revista os nomes dos jogadores e mestres famosos, mais uns que reza a tradição e outros que conhecemos contam-se (...) o Varejão, O Pimpão, o Pisão, João Confeiteiro, Brasete, Domingos Alves (...) »
Artigo em «O Século Ilustrado» de 1952 (ler a notícia)

« Na velha Praça de Toiros da Vila da Moita, a partir do dia  dia 26 de Novembro de 1922, o Jogo do Pau teve a sua estreia e fez parte em muitos espectáculos ali realizados, durante muitos e muitos anos. Nomes que fizeram história no Jogo do Pau:
Mestres:
Daniel Lourenço, António Moleiro Calado, Domingos Miguel, José Ribeiro Chula, Domingos Henrique Margarido, Varejão, Manuel Cunha, Silvino Botas, Luis Pascoal, David Azenha, Silvino Romão, Manuel Salvador, Luis Batata, Antonio Policarpo da Cruz, Custódio das Neves, Casimiro Delgado, João Lavrador, Domingos Miguel, Henrique Valente, Elías Gameiro, Mário Leça, Policarpo Cruz, Manuel Pereira, Manuel do Nascimento, Pedro Ferreira, Abel Couto, Augusto e Domingos Lopes Morais Calado, Augusto dos Santos Bragança, José Mendes, Adelino Transmontano, José da Costa, José Gonçalves Cardoso, Silvino Melro, Fernando Pires e Paulo Brinca, a quem o seu avô lhe deixou os seus ensinamentos. »
Recorte de jornal, sem data (ver mais)

« (...) mestre Domingos Varejão com cinco discípulos, Frederico Hopffer e Júlio Hopffer, filhos do mestre Hopffer, eng. Mota e Sousa, António Montez e Mário Montez (...)

A sessão começou por um assalto entre o mestre Domingos Varejão e o seu discípulo Domingos Ribeiro.

Seguiu-se um assalto entre o mestre Varejão e o seu discípulo José dos Santos.

Depois, o mestre Domingos Varejão expôs o seu método de ensino, assaltando à medida que ia explicando os diferentes golpes.

Agradou, sendo muito aplaudido. »
Artigo do jornal «Novidade» de 1946 (ver mais)

« Os jogadores que eu tanto admirei, quando da minha entrada, eram:
O mestre José Dias, para mim sempre de saudosissima memória, e o aprendiz n’essa epoca, mas mais tarde mestre, Domingos Varejão. »
Livro "Duas palavras sobre o jogo de pau" de Frederico Hopffer, 1924 (sobre o livro)

Conhecimentos técnico

Mestres onde obteve conhecimentos técnicos do Jogo do Pau português:

Linhagem de Mestres (Link externo) Toda a escola de Lisboa (Link externo)

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Galeria de imagens

Ver também

Referências

  1. Artigo «O Jogo do Pau em Portugal: processos de mudança, Universidade Nova de Lisboa» 1990
  2. https://arquivomunicipal2.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/PaginaDocumento.aspx?DocumentoID=317181&AplicacaoID=1&Pagina=1&Linha=1