Mestre: Frederico Hopffer (filho)
Sobre
Mestre Frederico Francisco Hoppfer foi um dos três filhos do Mestre Frederico Hopffer.
Nascido em 18 de julho de 1901, Frederico Hoppfer trilhou um notável caminho no mundo do desporto, deixando um legado permanente. Originário de uma família com tradição em força e habilidades atléticas, desde tenra idade ele demonstrou uma inclinação inata para o desporto, ingressando no Ginásio Clube Português em 1919.
Recebeu o Prémio Francisco Xafredo em 1929 e tornou-se um respeitado professor do clube a partir de 1933, lecionando as disciplinas de Ginástica Aplicada, Ginástica Artística e Jogo do Pau. A sua destreza e dedicação destacaram-no como representante do clube em Espanha em 1924 e, novamente, em fevereiro de 1936, onde as suas habilidades cativaram o público em exibições memoráveis, culminando num momento de grande entusiasmo quando, ao executar um duplo salto mortal para a rede, saudou a assistência com um entusiástico «Viva a Espanha!», que arrancou aplausos e aclamações gerais.
No ano lectivo de 1936-37, ensinava Jogo do Pau na Sala Luís Monteiroàs 3ª, 5ª e sábados, das 19:45 às 20:45 horas.
O seu falecimento trágico em 1939, com apenas 37 anos, não diminuiu o impacto duradouro que deixou. No seu funeral, envolvida na bandeira do Ginásio Clube Português, a sua urna foi transportada para o local final por antigos colegas das atividades atléticas, que espontaneamente assumiram a honra deste doloroso compromisso.
Conhecimentos técnico
Mestres onde obteve conhecimentos técnicos do Jogo do Pau português:
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Biografia desportiva
Em 27 de outubro de 1919, Hoppfer com 18 anos, deu os primeiros passos na sua jornada desportiva ao ingressar no Ginásio Clube Português, uma decisão que ecoava a longa tradição familiar de compromisso com a instituição. Não demorou muito para que ele começasse a destacar-se, evidenciando um talento extraordinário. Em 1921, durante a sua primeira participação numa festa do Clube, Hopffer revelou ao mundo o ginasta notável que estava destinado a se tornar.
A sua dedicação implacável e esforço incessante ao longo dos anos foram recompensados com o prestigioso Prémio Francisco Xafredo em 1929. Este prémio, reservado para o aluno "mais assíduo e aplicado", solidificou a sua reputação como um exemplo de compromisso e dedicação à excelência desportiva.
Além das fronteiras, Hoppfer representou com honra as cores do Clube, destacando-se em exibições impressionantes em terras espanholas. A sua notoriedade como ginasta exímio expandiu-se ainda mais em fevereior de 1936, quando o seu desempenho arrancou aclamações estrondosas da equipa e da audiência.
A sua participação na 1.ª Prova do Atleta Completo em 1923 foi um testemunho do seu caráter versátil, revelando a sua versatilidade e habilidades abrangentes. Reconhecido pela sua mestria, foi eleito como sócio técnico, e posteriormente, em 1933, assumiu o papel de professor do clube, compartilhando o seu conhecimento e paixão pelo desporto com a próxima geração.
Durante a sua jornada como professor, Hoppfer deixou uma marca duradoura. Os seus alunos organizaram festas em sua homenagem, reconhecendo a sua influência significativa. Nas temporadas que se seguiram, de 1934-35 a 1937-38, instruiu-se incansavelmente em Ginástica Aplicada, Artística e Jogo de Pau, moldando e preparando jovens talentos para os desafios desportivos.
Além das suas realizações desportivas, Hoppfer era um companheiro admirável e um mestre querido, cativando corações com a sua graça natural e conquistando a simpatia do público.
Publicações onde é citado
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O primeiro ginásio a referir é o Real Gimnasio Club Portuguez (na Rua Serpa Pinto), que numa atribulada decisão da Direcção aceita abrir uma classe de Jogo do Pau, tendo por primeiro mestre Pedro Augusto da Silva, em 1890, que vem a ser sucedido, ao falecer em 1897, por Artur dos Santos, que foi mestre até 1923; seguiram-se Humberto Caldas, Claudio de Oliveira e António Lapa; após um interregno de prática, foi retomado por Frederico Hopffer (pai) e sucessivamente pelos filhos Frederico, Francisco e Julio; os últimos mestres foram Manuel Tabuada Gonzalez, Armando Sacadura, sendo actualmente (1990) a classe dirigida pelo Prof. Nuno Russo.
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(...) Sócios Técnicos (...) Professores do ano letivo (1934-35= (...) Gimnástica Aplicada e Artística e Jogo de Pau - Sr. Frederico Francisco Hopffer. (...) (pág. 38) (...) Horário das Classes, ano lectivo 1936-1937, sala Luís Monteiro, Jogo de Pau, Frederico F. Hopffer, 3ª, 5ª e sábado das 19:45 às 20:45 horas. (pág. 55)
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(...) É justo citar o grande contributo dado pelos Hopffer, entusiastas desta modalidade, que criaram um estilo característico, introduzido no Ateneu pelo Mestre Pedro Ferreira.
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« Na sala dos Bombeiros Voluntários do Dafundo realizou-se por iniciativa do mestre Frederico Hopffer (...) assistiram à sessão muitos amadores e recordamo-nos de ver os senhores: Dr. José Maria Rangel de Sampaio, Mestre Domingos Varejão com cinco discípulos, Frederico Hopffer e Júlio Hopffer filhos do mestre Hopffer (...) (...) Foi um ginasta completo e um distinto professor da esgrima nacional. Foi mestre no Ginásio Clube Português. Pertence à escola de seu pai com quem aprendeu e também com o famoso José Gonçalves Dias (o 95). Faleceu muito novo, tendo a esgrima nacional perdido um dos seus melhores elementos. Aqui lhe presto a minha mais sincera homenagem. Faleceu em 26 de Fevereiro de 1939. (...) Frederico Hopffer (filho), deu lições no Ginásio Clube Português
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A iniciativa partiu, como já dissemos, do mestre Hopffer, uma das maiores glórias da esgrima nacional, assistiram à sessão muitos amadores e recordamo-nos de ver os senhores: dr. José Maria Rangel de Sampaio, mestre Domingos Varejão com cinco discípulos, Frederico Hopffer e Júlio Hopffer, filhos do mestre Hopffer (...)
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« Ao dicta: estas palavras, ao recordar a trágica ocorrência que roubou ao nosso grémio um dos seus mais valiosos elementos e aos carinhos de familia um irmão, um esposo, um filho estremecido, não pode o pensamento esquivar-se a amargas e tristes conjecturas. Frederico Hoppfer, em pleno vigor da sua vida ainda tão curta, e victima da fatalidade que lhe corta o fio da existência num instante, inesperadamente, sem preâmbulos que nos permitissem irmo-nos acostumando à dolorosa ideia do seu desaparecimento. Jamais a sua figura insinuante, esbelta, distinta surgirá nas salas deste Gimnasio, onde sempre era acolhida, pelos companheiros na gimnástica, por novos e por velhos, com a mais expressiva simpatia e cordial amizade. Mas nem por isso serà esquecida. O Mestre so mesmo tempo professor e camarade, o atleta a quem o Gimnásio deveu tantos dos seus triunfos públicos, estarà sempre presente na memória de todos quantos conviveram debaixo destes tetos desde que Frederico Hoppfer para aqui entrou, ainda menino até ao dia funesto em que perdeu a vida. Grande parte da sua mocidade se desenrolou dentro do Gimnasio Club. Estas paredes o viram medrar, crescer, desenvolver o seu arcaboiço passante de atleta perfeito, familiarizar-se no manejo de toda a aparelhagem da gimnástica artistica, em cuja execução era eximio. Aqui aprendeu tudo quanto depois ensinava com zelosa competència. Era um filho adoptivo desta casa, e dos mais queridos, porque ninguém, dêsde o mais simples empregado aos sucessivos corpos gerentes, reservava para Frederico Hoppfer outros sentimentos que não fosse de apreço e estima. Custa agora o pensamento a compénetrar-se da realidade. Parece-nos inacreditável que, de um momento para o outro, se haja extinguido para sempre uma luz que cintilava com o máximo fulgor; que se tenha dispersado instantaneamente aquela soberba energia animando de vigorosos traços, másculos e varonis, o explèndido Gimnasta que infausta morte arrebatou de entre nós. Frederico Hoppfer foi a enterrar. Envolvida no estandarte do Gimnasio Club Português, a sua urna foi transportada para o derradeiro poiso aos ombros dos seus antigos companheiros das lides atléticas, que expontaneamente solicitaram para si a honra dèsse doloroso encargo. A esta homenagem e àquela que o estandarte simbolisava, vem juntar-se, em sentidas condolências, a saudade de todos os seus amigos do Gimnásio Ciu. MANUEL FRADINHO
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« Frederico Francisco Hoppfer nasceu em 18 de Julho de 1901. Forte, de uma familia de gente forte, cèdo mostrou disposição para o desporto. Entra para o club em 27 de Outubro de 1919 seguindo uma tradição dos Hoppfer, que todos têm pertencido a esta casa e para ela tem trabalhado com carinho e dedicação. Em 1921 entra pela primeira ves numa festa do club e, desde então, revela-se o excelente gimnasta que todos nós conheciamos, numa continui- dade de esforço e aplicação que lhe confere em 1929 o Prémio Francisco Xafredo, instituido para galardoar o aluno «mais assiduo e aplicados». Em 1924 vai a Espanha e honra as nossas cores ao exibir os seus primorosos exercicios, e lá volta em 1936 onde os seus voos arrancam as maiores ovações que a nossa equipe ouviu. Em 1923 entra na 1ª Prova do Atleta Completos e classifica-se, mostrando o electismo dos homens do Gimnasio, e com rara justiça, eleito sócio técnico e, por fim, imposto somente pelo seu valor, torna-se professor do club a partir de 1933. Ao fim da primeira época de proficiente ensino, os seus alunos organizam uma pequena festa de agradecimento e entregam-lhe uma mensagem, diploma de valor atribuido ao que mais valia. Depois, durante as épocas de 34-35. 35-36, 36-37, 37-38 e na ultima, sempre deu classes de Gimnástica Aplicada, Artistica e de Jogo de Pau. preparando os que são hoje os novos valores no Gimnásio e abandonando apenas a Aplicada nas duas ultimas épocas, depois da vinda de Schwarz, Caracter a toda a prova, leal e franco, mostrou-se sempre como o primeiro capaz do sacrificio, como o melhor ao serviço do Gimnásio. Companheiro ideal, com uma graça fácil, sabia ser, como ninguem o mestre que possui o amor dos seus discipulos, o gimnasta que agrada ao público e sabe conquistar as suas simpatias. Assim, vivendo no coração de todos nós, veio em 6 de Fevereiro de 1939 o minuto trágico que o roubou à nossa convivència. HUGO GOMES
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