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Estilo de Jogo: Quintais de Lisboa

Fonte: Jogo do Pau Português
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Sobre

Pequenos recintos em que houve ensino de Jogo do Pau em Lisboa, durante os finais do século XIX e início do século XX.

Local do Quintal Mestre(s) Local Mapa
Bairro Alto (Rua incerta) João Gaio Encarnação
Calçada do Cabra Pimpão Santa Catarina
Fonte Santa (Rua Possidónio da Silva) Baptista Abelheira Prazeres
Largo da Achada José Gonçalves Dias («o 95») São Cristóvão
Largo de São Cristovão Domingos Alves São Cristóvão
Pátio do Padeiro (Pátio à Praça das Flores) Pimpão Mercês
Gruta de Camões (Rua de São Bento, nº 393) António Emídio de Sousa Lapa
Picadeiro de D. José de Mascarenhas (Calçada da Cruz da Pedra) Lima São João
Quinta das Trinas (Rua das Trinas) António Crespo Lapa
Retiro Quebra Bilhas (Campo Grande, nº 312) Manuel Gomes Campo Grande
Rua Borges Carneiro Lares e Tobias Freitas Lapa
Rua do Século Taborda Merçês
Retiro da Pipa Domingos de Couras Salreu e o filho Abilio Salreu São Sebastião da Pedreira
Rua das Taipas Pereira das Taipas e Luís Abrantes São José
Rua do Machadinho Almeida Santos-o-Velho
Rua Nova do Loureiro José Maria da Silveira («O Saloio») Santa Catarina
Rua Ivens Manuel Jorge, José Gonçalves Dias («o 95»), Domingos Alves e Luís Abrantes Mártires
Rua de São Bernardo Tobias Freitas Lapa
Rua Tomás da Anunciação Brazete Santo Condestável
Travessa do Conde de Avintes Baptista Abelheira e contramestre Pizão São Vicente de Fora
Travessa/Largo dos Inglesinhos José Maria da Silveira («O Saloio») Santa Catarina
Travessa do Combro Domingos Salréu e o filho Abilio Salreu Lapa
Travessa das Vacas (Travessa do Salitre) Manuel Saqueiro São José

Descrição retirada do livro do Mestre António Caçador

« Quintais de Lisboa - Houve Escolas de Jogo de Jogo do Pau

No tempo em que o jogo do pau foi um espectáculo público muito apreciado das multidões, sempre prontas a verem jogar com entusiasmo, havia por muitos pontos da cidade de Lisboa, muitos quintais, como se chamavam nesse tempo os retiros do jogo.

Neles, os muitos adeptos deste desporto passavam as suas melhores horas de recreio, vivendo momentos de prazer de que ainda hoje falam.

Cada um destes quintais tinha o seu mestre que era sempre mais ou menos um jogador de categoria. Havia também um contramestre que tinha a mesma categoria do mestre, mas menos autoridade.

Conhecemos alguns nomes célebres que foram possuidores desses quintais. Os jogadores de um frequentavam os dos outros e ai jogavam entre si bons assaltos.

Era sempre um estimulo para o desenvolvimento da esgrima.

Devido a isto e à grande quantidade de inscritos e à boa vontade de todos, mestres e discipulos, a esgrima do pau foi ao ponto mais elevado da sua história. Assim mesmo, o jogo do pau, apesar do seu abandono ainda não é assunto arrumado e creio que, irá por muito tempo para a frente, sob a boa vontade de alguns que ainda remam contra esse mesmo abandono.

Os mestres que tinham jogo nesses retiros foram os seguintes:

Como se vê por esta curta descrição, jogava-se o pau por vários pontos da cidade, estes são os principais e os que nós conhecemos, quanto aos outros nada posso dizer.

Houve nesta época duas casas de desporto ou três, que também tinham jogo ou sejam o Ginásio Clube Português, Rua Serpa Pinto, 2, casa de nobres tradições desportivas e o nosso já velho Ateneu Comercial de Lisboa, na Rua das Portas de Santo Antão, 110, como também a Escola Académica junto à Estação dos Caminhos de Ferro. As aulas do pau eram indispensáveis neste tempo. Mais tarde veio o Lisboa Ginásio Clube, Rua dos Anjos, 63, que manteve durante muitos anos este desporto que dava grande brilho aos seus saraus. »
CAÇADOR, António Nunes, Jogo do Pau: esgrima nacional, Lisboa: ed. Autor, 1963 (sobre o livro)

Outros estilos de Jogo

Referências

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