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«É necessário preservar quanto possível as tradições do nosso povo. Preservação que não signifique o desejo de manter formas ultrapassadas de viver, que o tempo tornou caducas e incapazes de dar resposta aos anseios e impulsos do nosso tempo, mas que, encarando o movimento progressivo da história, saiba conjugar o presente com o passado, descobrindo neste as artérias ainda vivas, aquelas que proporcionam um melhor conhecimento do que somos ou que podem ainda possibilitar um modo característico de ser e de viver, sem entrar em contradição com o que verdadeiramente somos e devemos ser. O prazer reside aí, no esforço sempre compensado de compreender a alma do povo, de vibrar com ela nos seus passatempos, divertimentos e festas.»
António Cabral no Livro Jogos Populares Portugueses de 1985 (saiba mais)
«É pois, necessário não deixar morrer esta arte, este desporto tipicamente nacional. A todos os bons portugueses
se lança este alerta, muito especialmente àqueles que gostam do exercício físico em geral e também a todos aqueles que têm a cargo a
difusão do desporto no nosso país.»
1º ten. SE Melo e Sousa in «Revista da ARMADA», agosto 1984 (saiba mais)
«Já lá vai o tempo em que em feiras e arraiais os barrosões, tal como os minhotos, se batiam de pau em riste, uns contra os outros, em autênticas cenas bélicas. Já lá vai o tempo em que o pau, por vezes o estadulho, era o Instrumento mais sofisticado a que o barrosão se agarrava com toda a raiva para vingar o inimigo.(...) Já lá vai o tempo em que no eirão ou na encruzilhada se praticava o jogo do pau para que nas pelejas sérias as pauladas certeiras em golpes e contragolpes rapidíssimos suplantassem as dos adversários. Já lá vai o tempo em que por terras de Barroso, de Cabeceiras e de Fafe se fazia a «Justiça de Fafe». O homem deixou de ser pastor e o pau cedeu o lugar à bengala com um estoque na ponta, Curiosamente, esta e aquele eram objecto de forte perseguição por parte da G.N.R. que, segundo se diz, os proibia e ainda proíbe em feiras e arraiais ou em aglomerados de gente com a finalidade de evitar o pior.
Hoje, porém, o pau, salvo «raras excepções», existe como um objecto que se tenta utilizar numa arte lindíssima, que a nós nos diz muito mais do que a esgrima, o caraté ou o judo. Hoje, o Jogo do pau é uma arte (..) uma arte-espectáculo (...)
»
Jornal «A Capital», de 1979 (ver mais)
«(...) nas feiras, tudo era motivo para uma richa. Um mal entendido sobre uma donzela já amada, servia de «mola» para o ar. E, como dizia o outro, quem tinha unhas é que dava concerto: «Um homem sozinho», recorda Filipe Freitas [de fafe], «podia vencer 10 ou 15. Dependia da habilidade e da genica dele. Uma vez lembro-me de que um tipo sozinho desviou mais de uma centena que o atacavam. Todos fugiram. Ele ganhou, sem ajuda de ninguém».
Artigo «Correio da Manhã» de 1985 (ver mais)